Imaculada Conceição

Índole Mariana
No seguimento de Cristo mostra-nos o caminho e nos ajuda a nossa Padroeira peculiar, a Imaculada Virgem Maria. O mistério de sua Imaculada Conceição é desde o princípio da Congregação um sinal próprio, força e alegria da vocação mariana; por este mistério, Maria convoca os membros a confiar na infinita fecundidade e evitar todo pecado até o mínimo, a amar o mais possível a pureza de coração, e impregnar plenamente a vida da graça e da caridade divina, a edificar de tal modo a Igreja na unidade, “que seja santa e imaculada” (Ef 5, 27) (Constituições e Diretório, 6)


FR FOUNDER STANISLAUS PAPCZYNSKI DVD0050A Imaculada na vida e nos escritos do Servo de Deus, Santo Estanislau de Jesus e Maria Papczynski,  Fundador da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da SVM(1)

A devida compreensão do sentido e do significado da presença da Imaculada Santíssima Virgem Maria na vida de uma pessoa concreta exige que as pesquisas sejam inseridas no contexto dos seus tempos e na análise dos seus escritos. No caso do Servo de Deus Santo Estanislau Papczynski, o período da sua vida e atividade – século XVII – corresponde a tempos que para a Polônia foram ao mesmo tempo difíceis e gloriosos, mas com certeza muito marianos.

I. NATUREZA DA PIEDADE MARIANA DA POLÔNIA NO SÉCULO XVII

Em princípio, já desde a metade do século XV pode-se falar de um especial desenvolvimento, na Polônia, do culto e ao mesmo tempo do pensamento teológico relacionado com o privilégio da Imaculada Conceição de Maria(2). A vida e a atividade de Estanislau Papczynski coincidem com os tempos chamados pelos historiadores de “período áureo da espiritualidade polonesa”, quando a piedade mariana, de maneira especial na forma então desenvolvida da escravidão mariana, era universalmente aceita e praticada. A esse respeito é preciso lembrar sobretudo a atividade dos jesuítas Druzbicki, Fenicki e Chometowski, bem como dos sodalícios marianos. Um fruto de tal especificidade daquele século são os famosos votos marianos do rei João Casimiro, que em 1655 entregou em escravidão a Maria todas as terras das quais era soberano e escolheu-A Rainha da Polônia(3). As discussões do século XVII a respeito da Imaculada Conceição de Nossa Senhora desenvolviam-se tendo como pano de fundo uma clara posição da Igreja naquele período. Sabe-se, com efeito, que já no decreto do Concílio de Trento sobre o pecado original encontra-se a proclamação de que esse pecado não diz respeito à santa e Imaculada Mãe de Deus Maria(4). Além disso, também no século XVII a Santa Sé publicou novos decretos a respeito da Imaculada Conceição, p. ex. em 1617 o decreto que proibia discussões públicas que pudessem abalar esse privilégio de Maria. Em 1622 o papa Gregório XV estendeu essa proibição também a discussões de natureza particular. Em 1661 o papa Alexandre VII publicou a bula “Sollicitudo omnium Ecclesiarum”, na qual definiu o objeto do culto da Imaculada Conceição(5). Na Polônia do século XVII, o culto de Maria em Seu privilégio da Imaculada Conceição era universal e propriamente não questionado: difundia-se o “Pequeno Ofício da Imaculada Conceição da SVM”, traduzido para o polonês e publicado em 1625; surgiam Sodalícios Marianos que difundiam esse culto, sermões sobre a Imaculada Conceição, tratados e conventos com essa invocação(6). Os escritos dos teólogos que naquele tempo se ocupavam com o tema da Imaculada Conceição tinham um caráter positivo e não polêmico. Constituía uma exceção a postura de Justino Zapartowicz Miehowita OP (+1670), mas até ele mesmo não era um decidido adversário desse privilégio de Maria(7). Educado em tal época, o fundador dos Marianos, Estanislau Papczynski, foi também seu filho e seu adepto. Para a Ordem por ele fundada, adotou aquilo que mais correspondia à sua concepção, da maneira como interpretou os sinais e de acordo com aquilo para o que havia sido sensibilizado pelo Espírito Santo. A propagação do culto e a defesa do privilégio da Imaculada Conceição da SVM, até o derramamento do sangue, cuja expressão foi o chamado voto de sangue professado por Papczynski no dia 11 de dezembro de 1670, devem ser, portanto, avaliadas mais como uma forma concreta de espiritualidade do que uma necessidade real dos tempos em que viveu.

II. A IMACULADA NA EXPERIÊNCIA DE FÉ DE SANTO ESTANISLAU PAPCZYNSKI

Quando se encontrava ainda no seio de sua mãe, foi por ela oferecido a Cristo Senhor e a Sua Mãe Maria. Nasceu de sábado para domingo, o que apontava para a sua futura excepcional devoção à Mãe do Senhor. Com efeito, foi um fervoroso devoto e propagador da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, e a seguir fundador de uma congregação sob a Invocação da Imaculada Conceição dessa extraordinária Mãe de Deus Maria
Virgem(8). Dessa forma, em 1754, ou seja, mais de cinqüenta anos após a morte do Fundador dos Padres Marianos, em Lisboa, para os primeiros marianos portugueses, o Servo de Deus Casimiro Wyszynski inicia a apresentação da figura do Padre Estanislau Papczynski. Nessa apresentação ele cita quase ao pé da letra a biografia naquele tempo já existente do Padre Papczynski. escrita em 1705 pelo mestre de noviços marianos Frei Mansueto Leporini. Na consciência dos membros do instituto por ele fundado, esse profundo laço entre o Fundador dos Marianos e Maria Imaculada estava presente e era imitado desde o início da sua existência. Porquanto apenas quem desde o início da sua existência esteve ligado com a Imaculada Mãe do Senhor podia fervorosa e inteiramente dedicar-se à propagação da Sua honra e à defesa do Seu privilégio da Imaculada Conceição. Esses dois primeiros biógrafos – Leporini e Wyszynski – descreveram um grande número de milagrosos acontecimentos relacionados com a proteção de Nossa Senhora que ocorreram na vida de Santo Estanislau no período da sua infância: a salvação durante uma travessia do rio Dunajec, quando ainda se encontrava no seio da mãe; a graça de extraordinárias aptidões intelectuais num período de grandes e aparentemente insuperáveis dificuldades nos estudos; as graças especiais alcançadas durante a oração; a cura de doenças, etc. Esse acúmulo de coisas extraordinárias, quanto às quais hoje podemos ter dúvidas, na convicção de que se tratava de uma superinterpretação e de uma busca artificial de provas de santidade segundo os costumes medievais, tem a sua lógica no pensamento que esclarece acontecimentos atuais. Não podia ser uma criança e um jovem comum alguém que não é uma pessoa comum hoje. Com certeza, no entanto, a tese fundamental é a tentativa de demonstrar que o Fundador dos Marianos foi um devoto especial de Maria Imaculada e imitou a Sua vida, tendo experimentado da parte d’Ela uma proteção especial. Sintetizando esse especial relacionamento com a Mãe do Senhor, o Padre Casimiro Wyszynski escreve: Através de cotidianas práticas piedosas prestava veneração à Mãe de Deus Maria e a Ela recorria como a Sua Mãe, com filial confiança. Pela Sua intercessão alcançava muitas graças e sentia a Sua milagrosa proteção. Não foi pelo poder dos médicos, mas pela graça divina, graças à incessante mediação de Maria, que foi preservado de grandes doenças e perigos(9). Na opinião de todos os biógrafos, um traço característico da espiritualidade do Pe. Estanislau é o seu ardente amor à Mãe Santíssima Imaculada(10). Em grande medida essa espiritualidade foi também moldada pelo ambiente da casa paterna e pelas escolas jesuítas e escolapias em que iniciou seus estudos em Jaroslav, Podoliniec, Lvov e Rawa Mazowiecka. Não deixou de ser significativa também a escolha por ele feita da Ordem das Escolas Pias como uma ordem mariana em que ingressou no primeiro período de sua vida, buscando o caminho da realização da sua vocação religiosa. E entre os jesuítas, naquele tempo estava presente e era amplamente difundida a espiritualidade mariana na forma da escravidão mariana. Isso dizia respeito também aos Sodalícios Marianos, comuns nos colégios e em toda a sociedade e propagados justamente pelos jesuítas.
As decisões básicas tomadas por Estanislau Papczynski estão relacionadas com o mistério da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria. O exemplo mais clássico disso é a sua crucial decisão de abandonar a Ordem das Escolas Pias com a convicção de que Deus o havia chamado para a fundação de uma nova ordem da Imaculada Mãe do Senhor, de caráter mariano. Segundo a mais primitiva concepção e a visão impressa por Deus na alma(11) do Padre Estanislau Papczynski, a Congregação dos Padres Marianos devia ser dedicada sobretudo à propagação do culto da Imaculada Conceição da SVM. Esse propósito já havia sido por ele solenemente declarado no dia 11 de dezembro de 1670 em Kazimierz, isto é, no mesmo dia em que, a pedido próprio e com a dispensa pontifícia, deixou a Ordem das Escolas Pias. Naquela ocasião realizou também a chamada “Oblatio”, ou seja, um ato de oferecimento de si mesmo ao serviço de Deus e de Maria Imaculada, com a simultânea promessa solene de observar os votos religiosos na Sociedade dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, que por graça divina queria fundar. Essa congregação tinha um caráter eminentemente mariano, o que já havia sido enfatizado em seu próprio título. Na “Oblatio”, o Padre Fundador também chama a si mesmo de servo de Maria e, declarando a fé no privilégio da Sua Imaculada Conceição, professa o chamado voto de sangue, isto é, promete que vai propagar e defender a honra de Maria Imaculada ainda que isso lhe custe a vida. Dessa forma, por enquanto como um propósito, ele concebe o objetivo da futura ordem, cuja tarefa primordial seria a difusão do culto da Santíssima Virgem Maria Imaculada e a imitação da Sua vida. Vale a pena assinalar que na “Oblatio” não é ainda fornecido nenhum outro objetivo específico da ordem, nem outras tarefas que no futuro a Congregação teria de empreender. Uma visão semelhante encontra-se também presente nos primeiros estatutos dos Marianos, na “Norma vitae”, em que o Fundador diz: Mas, para não permanecerdes inativos na vinha do Senhor, propagareis o culto da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Mãe de Deus na medida das vossas modestas forças(12). Em “Norma vitae”, no entanto, transparece já um novo ideal, que permanecerá para sempre na espiritualidade e nas tarefas dos Marianos, porquanto à frase acima citada o Padre Fundador acrescenta: … e com o máximo esforço, piedade e zelo apoiar pela oração as almas dos fiéis falecidos submetidas aos castigos do purgatório, especialmente dos soldados e das vítimas da peste. E a seguir: Não será no entanto proibido, àqueles que se sentirem dotados desse tipo de aptidões, ajudar humildemente aos párocos na atividade pastoral, se algum dia, com a prévia autorização dos ordinários e dos superiores, forem por eles convocados(13). Por conseguinte, propagar o culto da Imaculada Conceição da SVM significa ajudar aos falecidos e exercer ativamente o apostolado. Esse primitivo propósito de subordinar tudo à espiritualidade imaculatista se estende às tarefas que surgirão mais tarde, mas que constituem sua ativa expressão.
A mencionada “Oblatio”, além da profissão da fé na Imaculada Conceição da Mãe do Senhor e da declaração da defesa do Seu privilégio até o sacrifício da vida, encerra igualmente um testemunho pessoal de um relacionamento espiritual de natureza especial com a Imaculada: Confesso que creio no que crê a Santa Igreja Romana e no que com o tempo fornecer para a crença, e de maneira especial confesso que a Santíssima Mãe de Deus Maria foi concebida sem a mancha original; prometo também que propagarei e defenderei a Sua honra ainda que isso me custe a vida. […] Ofereço e dedico a Deus Pai Todo-Poderoso e ao Filho e ao Espírito Santo, bem como à Mãe de Deus sempre Virgem Maria concebida sem a mancha original, o meu coração, a minha alma, inteligência, memória e vontade, os meus sentimentos, toda a mente, todo o espírito, os sentidos interiores e exteriores, e o meu corpo, absolutamente nada deixando a mim mesmo, para que dessa forma eu seja a partir de agora inteiramente um servo desse Todo-Poderoso e da Santíssima Virgem Maria(14). Santo Estanislau foi um fervoroso devoto e imitador de Maria Imaculada. Nos momentos mais difíceis da sua vida costumava entregar-se a Ela e refugiar-se na Sua maternal proteção. Na “Vida do Venerável Servo de Deus Padre Estanislau de Jesus Maria”, o já mencionado Casimiro Wyszynski escreve que ele se lembrava da Santíssima Mãe Maria Imaculada. […] Concluía sempre o diálogo com as pessoas recitando o terço da Imaculada Conceição. Com toda a confiança na proteção da Imaculada e Santíssima Virgem Maria, muitas vezes repetia esta incomum invocação: “Immaculata Virginis Conceptio sit nobis salus et protectio” (A Imaculada Conceição de Maria Virgem seja a nossa salvação e defesa). Ele ordenou que essa invocação fosse recitada como término da oração no rosário, ação de graças após a refeição no refeitório ou em outros lugares(15).
Sentia-se fascinado pelo mistério da Imaculada Conceição. Via nele a fonte das suas forças e um guia para si mesmo e para a ordem por ele fundada. A piedade mariana imaculatista vai assinalar a sua maneira de pensar e de agir, porquanto é nela que Papczynski percebe o ideal evangélico de vida. Crescendo no entendimento da sua vocação de fundador, decidiu subordinar a esse ideal toda a concepção da vida religiosa, conferindo à espiritualidade do instituto que fundara um caráter mariano, no aspecto da Imaculada Conceição. Aqui importa assinalar que, quando surgiram as primeiras dificuldades com a aprovação pontifícia da ordem baseada apenas na “Norma vitae” redigida pelo Fundador (trata-se aqui do princípio aceito e adotado naquele tempo das constitutiones pro regula), veio em seu socorro a Providência Divina. Seguindo o conselho dos franciscanos (Frei Franisco Diaz OFM), o Padre Papczynski decidiu escolher a “Regula Decem Beneplacitorum BVM” (Regra das Dez Virtudes da SVM), que na época era também adotada por ordens masculinas. Dessa forma obteve a aprovação pontifícia, mas também percebeu nessa Regra uma grande semelhança espiritual, em especial quando ao culto de Nossa Senhora, à imitação da Sua vida e das Suas virtudes(16). A “Regra das Dez Virtudes da SVM”, redigida pelo Bem-Aventurado Gabriel Maria OFM para as Monjas da Anunciação, por possuir uma piedade mariana eminentemente eclesiotípica, fortaleceu com isso os sadios fundamentos da nova ordem. Na convicção dos biógrafos, desde o início de sua vida o Padre Estanislau Papczynski esteve ligado com a Imaculada Mãe do Senhor e em tudo imitou Sua vida. Concluindo a biografia do Fundador dos Marianos, o Padre Casimiro Wyszynski escreve: Visto que o Venerável Servo de Deus Padre Estanislau de Jesus Maria por toda a sua vida foi um grande devoto da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, e um ardente defensor do Seu culto, quis Cristo Senhor cumular o Servo de Sua Mãe Amantíssima com um duplo privilégio, a saber: antes de morrer ele fez a profissão de acordo com a Regra da Imitação da Mãe de Deus […]; da mesma forma, assim como a Mãe de Deus faleceu no Cenáculo de Jerusalém, ele morreu em Nova Jerusalém, no convento da Ceia do Senhor, tendo vivido 70 anos(17).

Pe. Andrzej Pakula, MIC (Superior Geral da Congregação dos Padres Marianos)
Fonte: Retirado do livro “Para não permanecerdes inativos na Vinha do Senhor”

(1) O presente artigo é uma republicação de: A. Pakula MIC, Niepokalana w zyciu i pismach Slugi Bozego o. Stanislawa Papczynskiego, zalozyciela Zgromadzenia Ksiezy Marianów Niepokalanego Poczecia NMP, em: Tota pulchra es Maria, red. J. Kumala MIC, Lichen, 2004, p. 298.
(2) J. Misiurek, Historia i teologia polskiej duchowoci katolickiej, T. I (X-XVII), Lublin, 1994, p. 407.
(3) Cf. W. Makos MIC, Forma kultu Maryi proponowana przez Druzbickiego, Fenickiego i Chometowskiego, em: Roczniki Teologiczo-Kanoniczne 29:1982, cad. 2, pp. 127-154.
(4) Breviarium fidei, Poznan, 1964 VI 83.
(5) Cf. J. Misiurek, op. cit., p. 408.
(6) Cf. J. Majkowski SJ, Matka Boza w dawnej polskiej ascezie, Homo Dei (1957), pp. 862-874.
(7) B. Bryja, Nauka teologów polskich o Niepokalanym Poczeciu NMP do ukazania sie konstytucji papieza Aleksandra VII „Sollicitudo” (1661), Lublin, 1962, pp. 95ss.
(8) C. Wyszynski, Vita Venerabilis Servi Dei P. Stanislai a J. M. Papczynski, p. 4, em: Scripta omnia, edidit: W. Makos, Puszcza Marianska, 2003.
(9) Ibidem, p. 9.
(10) T. Rogalewski, Stanislaw Papczynski (1631-1701). Zalozyciel Zgromadzenia Ksiezy Marianów. Inspirator marianskiej szkoly duchowosci, Lublin-Warszawa, 2001, p. 321.
(11) E. Papczynski, Fundatio Domus Recollectionis, em: Scripta historica, edidit C. Krzyzanowski MIC, Varsaviae, 1999, p. 84.
(12) E. Papczynski, Norma vitae religiosae I 2, em: Norma vitae et alia scripta, edidit C. Krzyzanowski, Varsaviae, 2001, p. 33.
(13) Ibidem I 3, p. 34.
(14) E. Papczynski, Oblatio, em: Scripta, op. cit., pp. 29-30.
(15) C. Wyszynski, op. cit., p. 45.
(16) J. Kakowski MIC, “Norma vitae” – pierwsze konstytucje Zakonu Marianów, em: Prawo Kanoniczne 26 (1983), 3-1, pp. 113-162.
(17) C. Wyszynski, op. cit., p. 101.


Imaculada

A Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição celebra hoje a principal festa para a Congregação (Matéria do dia 08 de dezembro – Festa principal da Congregação dos Padres Marianos)

A especificidade do nosso carisma – Padres Marianos –  expressa o mistério da Imaculada Conceição, que desde o princípio – conforme a vontade do fundador, Pe. Estanislau Papczynski, foi e é “um sinal próprio, força e alegria da vocação mariana”. O mistério da Imaculada Conceição determina o nosso caminho carismático na Igreja. Este mistério é de tal modo inspirador que envolve toda a nossa vida, e o enriquecimento do carisma consistiria em um contínuo aprofundamento deste mistério. A nossa Congregação desde o início experimentou o poder de Deus misericordioso o que aparece claramente na fundação, na sobrevivência e renovação. Uma tentativa de aproximar-nos desta verdade mariana, descobrir alguns caminhos para inspiração da nossa vida espiritual e apostolado.

Maria Imaculada e a volta para a “pátria trinitária”. Olhando com amor o mistério da Imaculada Conceição desvenda-se diante de nós a imagem de Deus Trino, que em Maria realiza “a grande obra da salvação”, isto é, a preservação do pecado original e acumula de plenitude da graça. A imagem daquela que mais que qualquer ser criado, “conheceu” e “experimentou o mistério da Santíssima Trindade. É AQUELA, cujo exemplo conduz os cristãos para um conhecimento cada vez mais profundo da Santíssima Trindade e para um redescobrir a verdadeira face de Deus.

A imaculada Conceição, dom e obra da SS. Trindade. Por esse nascimento de Maria no fulgor da Imaculada Conceição adoramos a SS. Trindade. Adoramos e agradecemos. Nesse mistério revela-se de maneira particular a admirável iniciativa do Pai, a salvífica ação do Espírito Santo e perfeita redenção realizada por Cristo.

“Cheia de graça” – ícone do amor de Deus Trino. Pelo dom “cheia de graça”, o dom único Maria recebe a “mais” plena participação no eterno Mistério, na vida íntima do Pai do Filho e do Espírito Santo. “Kecharitomene” não significa somente “plena de graça”, mas também “totalmente transformada”, “traspassada pela graça”. Maria, portanto é totalmente traspassada do amor de Deus, consolidada nele sem sobra, toda como criada de amor: de amor do Altíssimo.

A Imaculada Conceição e um “lugar”, onde A SS. Trindade “encontra-se” com a história humana, a transforma e anuncia novos tempos. Maria como “cheia de graça” (kacharitomene) fala sobre o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, torna-se como a “epifania” (revelação) do amor misericordioso da Trindade. A contemplação da Imaculada não se reduz somente a admiração da pessoa de Maria, mas conduz para descobrimento da face de Deus generoso e misericordioso e ensina a atitude de gratidão diante da sua admirável ação. O amor de Deus manifesta-se na Providência, na contínua vigilância sobre a beleza do ser humano, que em contato com o pecado do mesmo ser humano se revela como misericórdia. Essa convicção conduz a coragem de ser cristão, e forma a postura de coragem perante tudo que nos traz o mundo. “Se Deus está conosco quem será contra nós” A imaculada Conceição é um Dom fascinante e belo, mas também uma tarefa extremamente difícil. Não, portanto de admirar que o fundador dos Padres Marianos repetisse todo dia: A imaculada conceição da Virgem Maria, seja a nossa salvação e proteção.

Baseado em artigo do Pe. JanuszKumala, MIC