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A Santa Missa deste segundo dia do Congresso da Misericórdia foi presidida por Dom José Peruzzo – Arcebispo Metropolitano de Curitiba.

Na homilia, o arcebispo falou sobre a atitude daquele que vive a misericórdia. Atitude de confiança e acolhida, de olhar nos olhos, de ternura. “Olhar nos olhos ajuda muito a falar de misericórdia”. Essa era a atitude de Jesus – o Emmanuel, o Deus que quis se fazer próximo de nós. O Deus que se encanta com Sua obra prima – os seres humanos – aos quais quis mostrar as Suas feições.

As Sagradas Escrituras são a fonte primeira, intermediária e última de quem busca conhecer Deus em Sua verdadeira Face que é a da misericórdia. Segunda as Sagradas Escrituras – ressalta o bispo – a palavra misericórdia significa, na definição latina, olhar com o coração para a miséria do outro; Miser = miséria; cordes = coração; e na definição grega, por sua vez, se evidencia a fidelidade, lealdade com que Deus manifesta essa misericórdia.

Adentrando mais a fundo nas raízes bíblicas do que seja a misericórdia em Deus, o Bispo utilizou a imagem do ventre materno, associando a misericórdia com as ternuras maternas de Deus.

Assim como o ventre materno faz crescer para a vida, de modo semelhante a misericórdia de Deus manifestada no Seu perdão é fonte de vida, Vida da Graça. Assim como uma criança quando nasce é levada ao abraço de sua mãe, também o perdão divino nos faz renascer para a comunhão com Deus.

Uma criança só tem de próprio a sua fraqueza. A sua riqueza é a vida que recebeu da mãe.

Uma mãe é tanto mais mãe quanto mais acolhe a frágil criança em seus braços. Deus é tanto mais Deus quanto mais acolhe o pecador contrito em Seu abraço.

Pela nossa lógica humana, seria muito fácil aceitar Deus como justiceiro, “moldando-O” segundo a nossa limitada justiça que sofre as tentações de se apresentar diante Dele como fariseu, usurpando os “méritos ” das virtudes, e ainda com isso julgando os outros.

Para exemplificar essa nossa atitude, Dom Peruzzo lembrou aos congressistas a parábola “do Fariseu e do Publicano”, narrada no Evangelho de São Lucas (Lc 18, 9-14), na qual por sete vezes, em apenas três versículos, um fariseu fez menção ao seu “eu”, fazendo de si mesmo o centro, no lugar de Deus. O fariseu considerava-se superior ao publicano.

O publicano, por sua vez, colocando-se no seu devido lugar, repetia com confiança no perdão de Deus: “Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador”. Não só o perdão dado por Deus ao publicano é manifestação da misericórdia divina: a  própria atitude de contrição com que ele se apresenta diante de Deus também o é. O arrependimento é a atitude de quem acolhe o perdão que por primeiro foi oferecido por Deus.

Por fim, o Bispo exortou os congressistas, nesse período de vésperas do Ano Santo, a viver a misericórdia segundo o espírito do publicano da parábola, ou seja, acolher o perdão gratuito de Deus, deixar-se envolver pela Sua ação misericordiosa, que é fonte de alegria, e permitir que os próprios atos sejam moldados pelas Sua Palavra.

Por Equipe de Redação