Muitos médicos receitam anticoncepcionais para combater desajustes hormonais, mas será lícito usá-los neste caso?

A pílula anticoncepcional é um composto de hormônios que tem como finalidade impedir a gravidez. É vendida sem receita na maioria dos países.

Muitas mulheres, entre elas católicas às vezes não tão bem informadas, utilizam a pílula como método de planificação familiar. Em outros casos, o médico a prescreve para tratar de algum tipo de doença ou desajuste hormonal.

Nem todas as pílulas anticoncepcionais agem da mesma maneira; tudo depende do combinado hormonal e sua proporção.

A Igreja Católica sempre mostrou sua preocupação e rejeição diante desse tipo de medicamento, dado que muitas pílulas têm efeito abortivo (ao impedir a nidação do embrião), além de alterar o organismo da mulher, com consequências que podem ser graves.

O que a doutrina católica diz sobre a pílula anticoncepcional?

1. Do ponto de vista moral, os anticoncepcionais nunca são lícitos quando utilizados com o objetivo de evitar uma gravidez.

2. Para espaçar os nascimentos, a Igreja propõe os métodos naturais de regulação da fertilidade, que não têm efeitos colaterais nem sobre a mulher, nem sobre o embrião.

3. A pílula pode ser utilizada para curar doenças, tendo, neste caso, a ação contraceptiva como efeito colateral negativo. Mas, neste caso, é preciso levar em consideração a proporcionalidade entre o risco que a doença tem e a ação negativa do efeito contraceptivo.

4. Mas, em hipótese alguma é permitido usar anticoncepcionais que sejam abortivos, isto é, métodos que, de alguma maneira, impedem a gravidez dificultando a nidação do embrião.

5. Mas existem anticoncepcionais que são 100% contraceptivos, ou seja, que com certeza impedem a gravidez mediante um mecanismo não abortivo? Na prática, somente os anticoncepcionais que utilizam progestogênio, que agem em longo prazo, como o Depo-Provera.

6. Um conselho fundamental: nunca tome um anticoncepcional por conta própria. Ele pode ter efeitos colaterais graves sobre a sua saúde (trombose, tumores, interações medicamentosas etc.). Fale sempre com seu médico e informe-se bem.

O que as mulheres devem saber sobre a pílula do dia seguinte ou pílula dos 5 dias?

7. Do ponto de vista médico, devem saber que ela nunca é 100% segura e que a porcentagem de falhas depende especialmente do atraso na ingestão da pílula, desde o momento do contato íntimo desprotegido.

8. Também devem saber que esta pílula não pode ser utilizada com frequência, pois isso pode ter efeitos negativos sobre a saúde, especialmente no caso de adolescentes ou mulheres jovens. Portanto, não pode ser usada como método contraceptivo.

9. Do ponto de vista moral, é preciso saber que, em muitos casos, esta pílula age mediante um mecanismo anti-implantatório, ou seja, impedindo a nidação do embrião no útero, quando este foi gerado. Em outras palavras, a pílula do dia seguinte, em muitos casos, é abortiva.

10. Do ponto de vista social, também é preciso saber que ainda não se comprovou que o uso da pílula anticoncepcional diminui o número de gravidezes nem de abortos entre as adolescentes.

Fonte: Observatório de Bioética