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Escrevi em um texto anterior no qual tratava do sórdido vídeo de atores “globais” (clique aqui para lê-lo) fazendo apologia ao crime do aborto; dizia ali que o desespero marca a atitude deles. Diante de alguns ocorridos nas últimas semanas, no Brasil e fora dele, só venho a confirmar esta tese, e mesmo a ampliá-la.

Fatos aviltantes

Temos que ler os fatos adiante, para entender o contexto que vivemos, mas admito que não será fácil…

O Sesc do Ceará apresentou, no dia 18 de novembro, uma peça teatral onde os “atores” exploravam o ânus uns dos outros (sic!). Sim, tudo isso com direito a uma plateia atenta e prováveis exclamações como “oh, que profundo tudo isso!”. Não sei se depois disso alguém conseguirá fazer algo mais ridículo…

Mais ridículo não sei, mas uma profanação maior aconteceu. Desta vez não no Brasil (graças a Deus!), mas na Espanha. Um outro “artista” roubou centenas de Hóstias consagradas (O Corpo de Cristo!) e, com elas, compôs a palavra “pederastia”. Sua “obra de arte” foi não somente avalizada pelo município de Pamplona, mas exposta à visitação…

Para terminar a tríade de loucuras, novamente no Brasil, uma feminista fez pão usando, como ingrediente “levedura tirada de sua vagina”. Recuso-me a tecer comentários específicos…

Eventos interligados

As idiotices acima não são eventos isolados e sem conexão entre si. Eles têm sim uma ligação. Como apresentado no início deste texto, eles refletem, como no caso dos “globais”, um desespero. O desespero por não verem a cultura de morte ainda totalmente implantada no mundo. Penso que tem um pouco do desespero de Hitler, que via o tempo passar e o mundo ainda resistindo ao nazismo.

Estas pessoas, “cheias de vazio” interior, destilam revolta. E o primeiro alvo desta revolta é o corpo humano (o próprio, o dos bebês, o dos outros). A revolta, em um estágio mais avançado, quando atinge níveis incontroláveis, se dá contra o próprio Deus, por meio do sacrilégio. Tudo isso nós vemos nas ações das feministas: em suas marchas elas estão nuas e autointituladas de “vadias” (desprezo ao corpo) e depois passam a invadir e pichar igrejas…

Cultura

Há de se notar outro fator de interligação. A revolta e o desespero tem que ser apresentados ao público. Tem que ser “cultural”, para aliciar adeptos. Aqui entra uma tática de guerra da esquerda, que é seguida à risca: apropriar-se da cultura de um povo, para criar, a partir dali uma “hegemonia” social1. Cada vez mais a cultura tem sido sinônimo de contestação, provocação, profanação… Isso não é por acaso.

Nossa reação

Na verdade se ficarmos somente na reação estaremos sempre na defensiva e, de certa forma, sempre atrás, correndo contra o prejuízo. A Igreja e a sociedade de bem devem, antes, incentivar e agir na cultura, favorecendo a beleza e a verdade. A cultura é um meio a ser evangelizado, que não pode ser relegado a segundo plano. “Há uma necessidade imperiosa de evangelizar as culturas para inculturar o Evangelho.”2

Mas há de se ter também uma reação. Devemos adorar mais o Verum corpus natum de Maria Virgine3, reparando os sacrilégios. Devemos nos esforçar para vivermos cada vez mais as virtudes (castidade, modéstia, respeito, etc), hoje tão desprezadas. Se fizermos isso, a verdade, o bem e a beleza se difundirão mais do que todo o mal.

1 Para saber mais sobre esta tática gramsciana: http://acordaterradesantacruz.com.br/?page_id=351

2 Papa Francisco, Evangelii Gaudium, n.69.

3 Quem escreveu esta frase foi um ícone da cultura, que tem autoridade para falar: Mozart. Sugiro ouvir esta sua obra.

Por: Padre Silvio Roberto

Fonte: Casa Pró-Vida Mãe Imaculada