Nabozenstwa-ze-sw.-Faustyna
No dia 22 de fevereiro de 1931, há 85 anos, na cela do convento em Płock, irmã Faustina teve uma visão na qual o próprio Jesus se apresentou tal como a Imagem deveria ser pintada.

À noite, quando me encontrava na minha cela — escreve no Diário — vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das mãos erguida para abençoar, e a outra tocava-Lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido. (…) Logo depois, Jesus me disse:

Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. Desejo que essa Imagem seja venerada primeiramente na vossa capela e depois no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar essa Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na terra, a vitória sobre os inimigos, e especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória” (Diário de Santa Faustina, 47). Quero que essa Imagem (…) seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 49).

A Imagem, pintada por Eugeniusz (Eugênio) Kazimirowski, foi exposta pela primeira vez para veneração pública – a pedido do próprio Jesus – em um Ano Santo. Em Ostra Brama (Wilno), de 26 a 28 de abril de 1936, por ocasião do tríduo de enceramento do Ano Santo Jubilar de 1935, no qual era comemorado solenemente o Jubileu da Redenção do Mundo — os 1900 anos da Paixão do Salvador (cf. D. 416). Mostrando o quanto a obra da Redenção está estreitamente unida como a obra da Misericórdia exigida por Jesus à Santa Faustina.

A respeito dessa solene exposição pública da Imagem no Ano Jubilar, anotou Santa Faustina nos números 416 e 420 de seu Diário:

“Quando a Imagem foi exposta, vi o braço de Jesus fazendo um movimento, traçando um grande sinal da cruz. Nesse mesmo dia, à noite, quando me deitei na cama, vi como essa Imagem pairava sobre uma cidade, e essa cidade estava coberta de fios e de redes. À medida que Jesus ia passando, cortava todas essas redes e, no fim, traçou um grande sinal da cruz e desapareceu. Foi então que me vi cercada por uma multidão de figuras raivosas e inflamadas de grande ódio para comigo. De suas bocas saíam diversas ameaças, mas nenhuma delas me atingiu. Em seguida desapareceu essa aparição, mas por muito tempo não pude conciliar o sono.” (Diário, 416).

“Domingo, 28.[04].1935. Dominica in Albis, ou Festa da Misericórdia do Senhor, encerramento do Jubileu da Redenção. Quando fomos para essa solenidade, o meu coração pulsava de alegria por essas duas solenidades estarem tão estreitamente unidas. Pedi a Deus misericórdia para as almas pecadoras. Quando estava terminando a celebração, e o sacerdote segurou o Santíssimo Sacramento para dar a bênção, vi Jesus tal como está pintado na Imagem. O Senhor deu a Sua bênção, e os dois raios espalharam-se pelo mundo inteiro. Então, vi uma claridade impenetrável sob a forma de uma casa de cristal, tecida de ondas de claridade inacessível a qualquer criatura ou espírito. A essa claridade conduziam três portas. Nesse momento, Jesus, como aparece na Imagem, entrou nessa claridade — pela segunda porta, no interior da Unidade. É a Unidade Trina que é inconcebível, que é o Infinito. Então ouvi a voz: Essa Festa saiu do mais íntimo da Minha misericórdia e está aprovada nas profundezas da Minha compaixão. Toda alma que crê e confia na Minha misericórdia irá alcançá-la. — Eu me alegrava imensamente com a bondade e a grandeza do meu Deus.” (Diário, 420)

Neste ano de 2016, também vivemos um Jubileu, um Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. Todo Jubileu é uma oportunidade de renovação, que nasce do coração de Deus e conduz ao coração de Deus, para que a vida do homem seja modificada para melhor e um pouco da vida do céu seja antecipada já nesta terra.

Na visão narrada por Faustina no número 420 do seu Diário nos é apresentado a Porta pela qual podemos ser acolhidos no Seio da Trindade. Cristo é essa Porta: “Eu sou a Porta. Quem entrar por mim será salvo” (Jo 10, 9). Pelo Coração Misericordioso de Jesus, como por uma Porta Aberta, entraremos no Céu. O Seu Coração Misericordioso é a Porta da Salvação através da qual somos mergulhados na Comunhão da Trindade. Por essa Porta entram apenas os justos (Sl 117, 20). Apenas Cristo pode nos justificar diante de Deus, tornar-nos justos com os méritos da Redenção que adquiriu com Seu Coração rasgado na Cruz. Por meio do Coração de Cristo somos inseridos no Seu Corpo Místico. O Coração de Cristo é a via da salvação, que distancia a nossa existência do pecado e nos faz entrar numa nova vida. Uma vida de graça, uma vida em comunhão com o Reino de Deus. Representa o passo do pecado à Redenção, da morte à Vida, do não crer à Fé.

A Imagem de Jesus Misericordioso cercada de grande veneração dos fiéis em todo o mundo, não foi uma invenção de Santa Faustina, mas foi feita por expresso pedido de Jesus. Depois de uma de suas visitas ao pintor, Santa Faustina chorou. Escreveu em seu Diário: “Quem Vos pintará tão belo como sois?” (D. 313). Nenhum pincel seria capaz de pintar Jesus em Sua real beleza. Contudo o valor dessa Imagem, disse Jesus, não está na tinta ou na habilidade do pintor, mas na Graça que Nosso Senhor quer nos transmitir por meio dela.

A Imagem representa Jesus Ressuscitado que traz aos homens a paz pela remissão dos pecados, pelo preço da Sua Paixão e Morte na Cruz. Os raios do Sangue e da Água que brotam do Coração, transpassado por uma lança, e as cicatrizes das Chagas da crucifixão relembram os acontecimentos da Sexta-Feira Santa (Jo 19, 17-18; 33-37).

A Imagem de Jesus Misericordioso une, então, estes dois acontecimentos evangélicos que mais plenamente falam sobre o amor de Deus para com o homem.

Na Imagem de Cristo são visíveis os dois raios. Irmã Faustina pergunta a Jesus sobre o significado desses raios, e Jesus lhe explica:

O raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. (…) Feliz aquele que viver à sua sombra” (Diário, 299).

A alma é purificada pelo sacramento do batismo e da reconciliação, enquanto que a Eucaristia alimenta-a abundantemente. Os dois raios significam os sacramentos e todas as graças do Espírito Santo, cujo símbolo bíblico é a água e também a Nova Aliança de Deus com o homem, feita no Sangue de Cristo.

A Imagem de Jesus Misericordioso é frequentemente designada como Imagem da Misericórdia Divina, o que é justo, pois é no mistério Pascal de Cristo que mais claramente se revelou o amor de Deus para com o homem.

A Imagem de Jesus Misericordioso é para nós sinal que nos dá coragem para abrir nossa mente e nosso coração à confiança no infinito amor misericordioso de Deus e ao ativo amor para com o próximo. Na legenda — por vontade de Cristo — são colocadas as palavras: “Jesus, em confio em Vós”. Jesus nos convida, todos, a entrar no Seu Coração sem medo. Deixar que Ele purifique e renove a nossa vida nos raios da Sua misericórdia.

Ao permitimo-nos a nós mesmos reconciliar com Deus — que sempre se antecipa em nos perdoar — consentimos em Sua entrada em nosso coração e, também, que a misericórdia divina alcance aos demais, quando compartilharmos o dom recebido através dos próprios atos. A imagem da Divina Misericórdia, disse Jesus deve lembrar as exigências da Sua misericórdia, “porque mesmo a fé mais forte de nada serve sem as obras” (Diário, 742).

Jesus fez grandes promessas para aqueles que venerarem a Imagem da Misericórdia: a salvação eterna, grandes progressos no caminho da perfeição cristã, a graça de uma morte feliz e ainda outras graças que os homens Lhe suplicarem com confiança. Ele mesmo manifestou o desejo de que fosse venerada no mundo inteiro (cf. D. 47). “Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (Diário, 570). “Prometo que a alma que venerar essa Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na terra, a vitória sobre os inimigos, e especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória” (Diário 48).

A Porta Santa e a Imagem de Jesus Misericordioso são, portanto, símbolos, imagens de dois grandes mistérios estreitamente unidos: a Redenção do Mundo no Calvário e a Misericórdia Divina.

Ninguém está excluído de percorrer o caminho da conversão para alcançar a salvação. Deus não priva ninguém da possibilidade de se salvar. Em meio a qualquer realidade em que nos encontramos, especialmente nos momentos mais difíceis, Jesus mesmo nos promete a Sua ajuda e proteção — Ele espera somente que Nele confiemos.  O que mais pode esperar um cristão diante de tais promessas de Deus?

Segundo as palavras do Papa Bento XVI, Ele não nos tira nada, mas nos dá tudo. “Quem faz entrar Cristo, nada perde, nada absolutamente nada daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Só nesta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que liberta. (…) Abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira”(Bento XVI, 24.04.2005).

Não há salvação para o homem sem Jesus. Que a Virgem Maria, Mãe de Misericórdia, porta através da qual a Salvação entrou no mundo, o ajude a ter as disposições de sincera contrição e confiança para alcançar em abundancia das graças que Jesus prometeu a todos os que venerarem essa Imagem. Tenha o quadro em sua casa, que todos os que entrarem em sua casa tenham acesso a essa Imagem, assim como Jesus pediu para Santa Faustina.

Faça a experiência da Misericórdia no Ano da Misericórdia. É o próprio Senhor quem nos pede, não deixemos sem resposta o Seu pedido. Seja um anunciador da misericórdia, presenteie alguém que ainda não tenha o quadro. Leve para dentro dos lares que você conhece esta mensagem de conforto e esperança para a salvação de todos, especialmente daqueles que mais precisam, os mais abandonadas, esquecidos e pecadores. Jesus é para nós o Rosto Vivo da misericórdia do Pai, que tem o profundo desejo da nossa salvação e plena comunhão com Ele. Nosso Senhor precisa de nós para anunciar ao mundo que é tempo de misericórdia e que a humanidade não vai encontrar a paz enquanto não se voltar com confiança para sua Misericórdia.