Uma das facetas deste livro que o torna especialmente pertinente é a sua sensibilidade à situação particular dos católicos no Brasil. Vivemos numa cultura sincretista, marcada por práticas mágicas ou semi mágicas. Como o espiritismo, o politeísmo e a magia até certo ponto caracterizam a cultura local – e às vezes são até mesmo olhados com uma espécie de romantismo ingênuo – os católicos brasileiros podem facilmente envolver-se em cerimônias religiosas e práticas que destoam gravemente do Evangelho e que, portanto, os colocam num contexto de pecado ou pelo menos os tornam altamente vulneráveis a ele. É um mérito do livro o fato dele chamar nossa atenção para a dimensão não-cristã e anticristã de certas correntes da religiosidade na vida contemporânea e ao fazê-lo nos impede de tomar parte, sem nos darmos conta, naquilo que poderia ser espiritualmente prejudicial a nós enquanto cristãos católicos.
