O que é um Cenáculo?
O conceito de pequenas comunidades que compartilham sua fé é tão antigo como a própria Igreja. Os primeiros seguidores de Cristos se encontravam no Templo e davam graças a Deus liturgicamente, mas também em suas casas para repartirem o pão, absorver os ensinamentos dos Apóstolos, rezar e sustentar a vida em comunhão (cf. Atos dos Apóstolos, 2).
A idéia contida na palavra cenáculo é derivada da reunião que os seguidores de Nosso Senhor no local onde Ele celebrou a Última Ceia. A palavra em latim para Ceia é cena. Cenaculum é onde as pessoas se encontram para fazer uma refeição. Vários eventos significantes aconteceram no cenáculo: Jesus instituiu a Santa Eucaristia (Lc. 22, 19ss) na companhia dos seus discípulos; ensinou-os a lavar os pés (Jo. 13,1ss) uns dos outros como sinal de humildade e serviço ao próximo; na noite da Páscoa ele os confiou a missão de perdoar os pecados (cf. Jo. 20,23) ; e foi lá que eles receberam o Espírito Santo em Pentecostes dotando-os do poder de levar a “Boa Nova”, ou seja, o Evangelho (cf. At. 2, 1ss).
Os Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia se encontram em pequenos grupos, inspirados nas reuniões dos primeiros cristãos no cenáculo, para aprofundar sua fé católica e conhecimento da mensagem da Divina Misericórdia, compartilhar suas lutas e suas alegrias ao aplicar isto na sua vida em família e no trabalho, e para externar esta fé por obras de misericórdia. Mais do que ser somente um grupo de oração, estudo bíblico, ou organizações de serviços, os cenáculos são uma saudável combinação de tudo isso. São a via pela qual aprofundamos nosso conhecimento e experiência da Divina Misericórdia, para a qual Nosso Senhor nos convidou
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Estrutura
Tais grupos devem estar constituídos de 10 a 15 pessoas, com encontros quinzenais. Os grupos são formados por fiéis leigos, não havendo a necessidade da participação direta de um sacerdote – no entanto, se essa participação é possível, ajuda muito. Os encontros podem ser tanto na igreja local (com a permissão do pároco), como nas casas dos fiéis. As fontes de aprofundamento usadas pelos AEDM não poderiam ser melhores: a Palavra de Deus (fonte principal), o Catecismo da Igreja e o Diário da Irmã Faustina. Como fruto daquilo que é rezado, meditado e partilhado, os membros serão impelidos pelo próprio Jesus a assumir alguma obra de misericórdia concreta. Por exemplo, alguns grupos alimentam moradores de rua, outros evangelizam a respeito do valor da vida desde a concepção, outros intercedem pelos sacerdotes, etc.
Elementos
Como elementos de destaque, a espiritualidade dos AEDM inclui, além da mensagem da Divina Misericórdia (segundo Santa Faustina), a adoração a Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia, o amor à Maria e a defesa da vida desde a sua concepção. Em se tratando concretamente do encontro quinzenal, observem-se alguns pontos práticos:
– a reunião tem uma sequência que deve ser observada: cantos, orações de louvor, leitura, partilha, orações de pedidos, terço da misericórdia e momento de confraternização;
– deve-se eleger uma pessoa para coordenar; no entanto, não cabe ao coordenador (e a nenhum outro) falar sozinho enquanto os outros só escutam; é bom que todos tenham espaço para partilhar;
– decide-se, em conjunto, a obra de misericórdia que o grupo irá fazer; mas atenção: “não queira mudar o mundo todo de uma só vez!”; o Reino de Deus começa com uma pequena semente, que se torna depois uma árvore frondosa – se houver perseverança e confiança ;
para cada encontro há textos-bases em livretos (os “Manuais” dos AEDM) feitos com o fim de ajudar na orientação desses encontros e no aprofundamento das fontes de estudo; os membros devem ter tais livretos consigo.
Uma vez formado um grupo e estando atuante por pelo menos 6 meses, o grupo deve fazer que o seu cadastro. O Núcleo Apostolado da Divina Misericórdia se prontifica a pregar retiros ou outros momentos formativos nos locais onde há AEDMs.
O papel dos membros
É importante para a vitalidade do cenáculo que cada membro busque e mantenha uma vida sacramental. Além disso, uma vida de oração é fundamental para uma vida de ação, e para isso são delineadas normas e sugestões na seção das Orações e Práticas dos manuais. Fazendo uso dos Sacramentos da Misericórdia – Eucaristia e Reconciliação – os membros do cenáculo encontrarão orientação espiritual e força para a sua jornada espiritual.
O papel dos Orientadores
O orientador leigo é a pessoa que tem a responsabilidade de guiar a comunidade através da partilha e das orações da sessão. Em algumas áreas, o orientador pode ser o diácono ou o catequista, mas isso não é uma exigência. É essencial que os orientadores desenvolvam a sua própria vida espiritual e a habilidade de promover o desenvolvimento espiritual da irmandade. O orientador conduz os companheiros pelo tópico de estudo com amor, compreensão e flexibilidade. Os membros acanhados devem ser encorajados e respeitados, e os extrovertidos devem ser encorajados a partilhar o tempo da discussão com os outros, criando um clima de calor, aceitação e abertura, a fim de buscar a coesão dentro do cenáculo.
O orientador deve ser capaz de ajudar aos companheiros a crescer no conhecimento da doutrina católica e na mensagem da Divina Misericórdia, de maneira a integrá-las na vida diária. O orientador ajudará os diferentes membros a desenvolver e alternar responsabilidades, isto é, mantendo contato com tais membros e com suas necessidades, preparando materiais e perguntas de formação a serem partilhados, coordenando o projeto de misericórdia do grupo, et
O papel do mentor espiritual
Para ajudar os companheiros a evitar problemas, e através de avaliações periódicas assegurar o progresso no seu desenvolvimento, aqueles que desejam formar um cenáculo devem procurar um sacerdote, seja o pároco local ou outro, que seja capaz de assumir esse papel e ocasionalmente celebrar uma Santa Missa para o cenáculo para intensificar a sua unidade. Não se exige que ele esteja presente nos encontros do cenáculo, mas que periodicamente avalie a comunidade com o orientador, perceba que obras de misericórdia o grupo deve assumir, esclareça quaisquer perguntas ou inquietações que possam surgir e apóie o grupo com a sua oração e o seu estímulo.
O papel dos membros almas sofredoras
Um membro alma sofredora dos Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia é aquele que consciente e voluntariamente oferece orações e sofrimentos físicos a Deus para realizar a nossa missão, encorajado por este ensinamento da Sagrada Escritura:
“Por isto, já que por misericórdia fomos revestidos de tal ministério, não perdemos coragem… Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila, para que esse incomparável poder seja de Deus e não de nós. Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados. Incessantemente e por toda a parte trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo. Com efeito, nós, embora vivamos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, a fim de que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa carne mortal. Assim a morte trabalha em nós; a vida, porém, em vós… Por isto não nos deixamos abater. Pelo contrário, embora, em nós, o homem exterior vá caminhando para a sua ruína, o homem interior se renova dia a dia. Pois nossas tribulações momentâneas são leves em relação ao peso eterno de glória que elas nos preparam até o excesso…” (2Cor 4,1;7-12;16-17).
Visto que percebemos que esses membros são canais de grande poder espiritual e assim podem ser extremamente úteis para esse ministério, estimulamos cada Apóstolo Eucarístico a assegurar o apoio e as orações de pelo menos uma dessas pessoas de boa vontade.
Os membros almas sofredoras devem ser instruídos quanto ao valor e à importância da contribuição da sua oração e sacrifício para os AEDM. Embora não sejam capazes de assistir aos encontros, o orientador cuidará que as suas intenções sejam lembradas pelo cenáculo durante as orações de pedido.