Tinha duas filhas, a situação era bem difícil, pois meu marido estava desempregado. Fui ao médico, em uma consulta de rotina. Ele me deu a notícia, eu estava grávida. Imagine o meu desespero, pois tinha duas crianças pequenas em casa, como iríamos fazer? Pensei então em uma besteira, cheguei a pedir pra que o médico tirasse o bebê, pois não tinha condições de criá-la. Ele,é claro, se recusou, disse que não iria cometer tamanha crueldade, e que estava ali pra trazer a criança a vida e não pra tirá-la. Sai dali sem chão, tinha medo de que todos passassem fome. Quando cheguei em casa e contei tudo a meu marido, ele me disse: – nem pense mais uma coisa dessas, graças a Deus eu tenho saúde pra trabalhar, e Deus vai me ajudar. Fui a igreja, me confessei, conversei com o padre sobre isso. Não podia comungar, pois não era casada na igreja. Em outubro de 1998, minha filha nasceu. Estávamos felizes, meu marido já estava trabalhando, e tudo estava dando certo, com a graça de Deus, minhas três filhas tinham muita saúde e eram a alegria da casa. Mas em fevereiro de 1999, veio a tristeza, sofremos um acidente de carro, no qual só uma de minha três filhas estava. Minha filha, com um ano e meio, ficou em coma. Na minha primeira ida ao hospital, o médico me disse que tinha feito tudo que estava ao alcance dele, que era pra eu me apegar com o Papai do Céu. Acaso ou não, minha filha estava no hospital Nossa Senhora das Graças, por sete dias eu fui ao hospital, e ia até a Capela, e pedia muito a Nossa Senhora que me devolvesse meu bebê bem, que não deixasse ela partir, pois ainda era muito pequena, tinha muita coisa pra viver. Eram muitas pessoas rezando por minha filha. No sétimo dia que ela estava internada, quando cheguei ao hospital, minha filha estava acordada, imagina a minha felicidade. Eu pude pegá-la nos meus braços novamente, ela estava ótima. O médico ainda me disse, suas orações foram ouvidas pelo Papai do Céu. Mais três dias, e ela já estava em casa. Tudo ia bem, ela se recuperava rapidamente. Estávamos felizes novamente, Deus tinha nos devolvido a alegria de viver. Só que o pior estava por vir. No dia 29 de maio desse mesmo ano, minha filha caçula ficou doente, levamos ela a dois médicos, que não acharam o que ela tinha. Até que uma terceira médica mandou que internássemos urgente. Meu bebê, com apenas sete meses, foi pra UTI, e ficou lá por 24 horas. No dia 1 de junho, ela faleceu. Novamente eu senti o chão sumir debaixo dos meus pés. Eu não queria acreditar que não iria ter mais a minha filha em meus braços. Cheguei a ter vontade de morrer também. Briguei com Deus, porque, quando eu não queria, Ele me deu, e agora que eu amava, Ele me tira. Isso não é justo. Sofri demais, me agarrei na força da minha família, meu marido que me deu muita força, e é claro tinha as minhas outras duas filhas, sem contar na força de Deus, que não me faltou nenhum minuto. Hoje, ainda sinto muitas saudades. Ela me faz muita falta, embora já tenha se passado doze anos, ainda me lembro dela como se fosse hoje. Sei que Deus sabe o que faz, aceito tudo o que Ele tem pra mim. Estou casada na igreja, estou no Santuário da Divina Misericórdia todas as quintas-feiras, e minhas duas filhas, são umas bênçãos, participam do Grupo de Jovens da nossa paróquia.
Desde já, agradeço pela atenção!
Obrigada Jesus Misericordioso