Um dos ensinamentos mais polêmicos do Catolicismo é o ensinamento do homossexualismo. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica: “A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que as apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados’.São contrários a lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.” Para a maioria de nós, esse ensinamento é um desafio, especialmente se alguém que nós amamos é gay ou lésbica. Mas, e se você for um Católico que luta contra esse desejo? É possível ser fiél aos ensinamentos da Igreja e ainda sim ser feliz? Sim é possível.  Sou uma mulher Católica de 37 anos, e estou casada a aproximadamente 15 anos. Tenho 5 filhos, os quais eu dou aula em casa¹. Também luto diariamente contra a atração pelo mesmo sexo. A maioria dos gays e das lésbicas vão te dizer que “sabiam” que eram homossexuais desde jovens. Eu não. Eu tive as paixões comuns por garotos e crescendo como toda garota heterossexual, almejando casar e ter filhos com um grande homem. Então conheci Nora. Nora dividiu meu quarto de calouro, e tivemos varias aulas juntas, logo, começamos a passar muito tempo juntas. Meu namorado incentivou a amizade porque eu teria uma amiga quando ele estivesse trabalhando. Nora e eu tínhamos os mesmos interesses e rapidamente nos tornamos ‘’melhores amigas para sempre’’. Um dia alguns meses depois, como sempre eu estava pensando, quando um pensamento assustador me passou pela cabeça: “Estou apaixonada pela Nora’’. Esse pensamento me assustou tanto. Chorei por horas, tentando descobrir uma saída para o dilema de estar apaixonada por uma mulher. Estava tudo lá, assim como tinha sido com os homens: o emocional, e sim, até a atração física. Evitei Nora, mas ela insistiu em saber o que estava errado. Finalmente eu disse para ela tudo o que eu sentia, esperando que ela ficasse horrorizada. Ao contrário, ela confessou que sentia o mesmo por mim. E não, nenhuma de nós já havia sentido atração por outra mulher. Eu sei o que alguns devem estar pensando, “O que você quer dizer, você ‘acordou’ um dia e se apaixonou por uma mulher? Pode isso acontecer mesmo?’’ Na verdade não. Tiveram muitos fatores em nossos passados que nos tornaram vulneráveis a atração pelo mesmo sexo. Nora foi molestada repetidamente por um primo quando criança. Eu fui abandonada por minha mãe biológica, e cresci sendo abusada fisicamente por minha mãe adotiva com problemas mentais. Para Nora, eu estava a salvo. Para mim, Nora ofereceu um vinculo feminino afetivo que eu nunca tive. Nenhuma de nós teve uma orientação sexual diferente de “não ficar grávida’’. Nem tínhamos qualquer fé em Deus, o que facilitou muito ignorar nossa consciência quando tentadas a se envolver. Naquele verão, nós começamos o que acabaria sendo um relacionamento de três anos. Nora e eu escolhemos ser companheiras de quarto pelos próximos dois anos restantes da faculdade. Bizarro o bastante, nós saiamos com homens enquanto estávamos juntas. Nos dias antes de “casamento do mesmo sexo’’ e trocas de embriões, nenhuma de nós conseguia imaginar desistir do sonho de ter uma família “real’’. Percebo agora, que apesar de nossa atração uma pela a outra, o chamado de Deus para a união através do matrimonio ainda estava presente em nossos corações. Nós nos importávamos profundamente uma com a outra, mas ainda queríamos o casamento de conto de fadas, o casamento, os filhos, a cerca branca. Em nossas mentes, sabíamos que nada disso era possível para um casal de lésbicas. Talvez por isso nos esforcemos tanto para esconder isso de amigos e parentes. Embora não pudéssemos imaginar a nossa vida sem a outra, também não conseguíamos nos imaginar unidas. Nós sentíamos uma enorme sensação de vergonha em relação a nosso comportamento, embora a maioria dos nossos amigos fossem liberais e não teriam nos julgado. Metades dos nossos amigos foram mesmo gays e lésbicas. Mas, instintivamente nos protegíamos nossas imagens de mulheres heterossexuais. Poucos meses antes da formatura, conheci um jovem que com uma mente brilhante, e senso de humor acabou com meu relacionamento com Nora. Embora eu não tenha me casado com ele, ele me ofereceu um sentimento de normalidade que eu tanto ansiava desde que tinha me envolvido com uma mulher. Nora não aceitou isso muito bem, e decidiu sair como lésbica para sua família. Ela expôs nosso segredo para quem quisesse ouvir. Sua família, que me acolhera calorosamente por três anos, me evitava completamente. Para eles eu havia corrompido sua filha, e era uma divergente sexual. Eu não namorei outra mulher depois da Nora, principalmente por não ter conhecido uma mulher a qual senti uma atração emocional forte. A atração sexual por mulheres no entanto, nunca foi embora. Eu descobri, que estava atraída por aquele homem, me sentia atraída pela mulher por um todo, tanto sexualmente e emocionalmente falando. Dois anos depois, conheci meu marido. Um homem pelo qual senti tudo isso é muito mais. Fui para o casamento feliz, por finalmente ter alcançado uma vida “normal’’. Contudo, a atração pelo mesmo sexo insidiosamente inseriu-se. Quando viajava para fora da cidade a trabalho, me esforçava muito para não ir a bar de lésbicas. Mas eu prometi ao meu marido fidelidade e teria que honrar isso. De alguma forma, eu sabia que se traísse meu marido, estaria perdida como pessoa. Eu agradeço muito a Deus por me ajudar a lutar contra estas tentações. Então nós nos tornamos católicos. Se nossos votos já eram sagrados, agora se tornaram sacramentais. E enquanto eu era obediente a igreja, não entendia completamente seus ensinamentos sobre a sexualidade, até estudar a “teologia do corpo’’ de João Paulo II, quando finalmente compreendi o propósito do meu corpo e porque o casamento era tão sagrado. Eu entendi porque nunca fiquei satisfeita com Nora, e porque queria me unir a um homem e ter uma família. Mas entender a minha sexualidade não fez as tentações irem embora. Eu não podia simplesmente desligar o habito de ser excitada por mulheres. Por um tempo, eu me convenci de que enquanto eu realmente não estivesse cometendo atos homossexuais não estaria pecando. (fantasia sexual está bem). Quanto mais eu entendia castidade autêntica, mais longe dessa eu ficava. Sou “pura de coração’’ quando me entrego as fantasias no ato mais intimo de meu casamento? Como posso estar imaginando outra pessoa durante esse período respeitoso com meu amado? Eu sabia que a castidade real precisava de algo mais do que seguir a ponta da lei, precisava de conversão de coração. Estou feliz em dizer que a batalha hoje é mais fácil do que nos primeiros anos de casamento. Eu permaneço fiél a Deus e a meu marido, porque eu trabalho duro para evitar ocasiões de pecado. Por exemplo, evito amizades profundamente emocionais com as mulheres, escondendo coisas do meu marido. Eu não assisto filmes temáticos de gay e lésbica. Também tenho treinado minha imaginação para evitar fantasias impuras. Posso ser tentada a cair em velhos padrões de pensamentos, especialmente se estou cansada. Mas se necessário, eu vou desligar fisicamente e emocionalmente para evitar ofender a Deus. Nenhum prazer fugaz sensual vale a pena, uma vez que vai ofender Jesus, que sofreu tanto para me salvar. Muito ajuda saber que o que tenho com meu marido, eu não poderia ter em um relacionamento homossexual. A qualidade mais surpreendente da nossa união em Deus, é de cooperar com Ele na criação de uma pessoa que possui uma alma imortal. Isso é transcendente, algo que teria perdido em um relacionamento como lésbica. Naturalmente, eu tenho uma profunda compaixão por aqueles que lutam como eu. Mas, acredito que não devemos entrar nessa atração pelo mesmo sexo se experimentá-lo. Realmente não sou diferente do homem heterossexual que se esforça para não objetivar mulheres. Ou de uma mulher heterossexual que é tentada a fornicar. Somos todas pessoas quebradas, razão pela qual todos nós precisamos de Cristo.
Eu não sou capaz de reordenar minha sexualidade, mas como eu testemunhei na década passada, a sexualidade pode ser reordenada pela graça e a confiança em Jesus. É só ter tempo e desejo de ser curado. Santificação é um processo para a vida toda. É um consolo o fato de que Deus está agindo, lenta e seguramente em minha vida, curando as feridas de minha alma, e os pecados sexuais que a mancharam. Deus ama os seus filhos que lutam contra a atração pelo mesmo sexo? Sim, é claro. Mas, Ele nos ama demais para nos deixar dessa forma.

1: Homeschooling: O professor vai até a casa do aluno, e leciona na casa do aluno, não precisando o mesmo ir até a escola.