Faltando uma semana para o Natal, meditemos este texto do Padre Leandro Aparecido, MIC, sobre como se preparar bem para viver o Santo Natal.

 Caros leitores e devotos da Divina Misericórdia, inicio esta reflexão com o refrão de um canto para o tempo de natal, penso que seja bastante conhecido: “Meu caro irmão – olha pra dentro do teu coraçãovê se o natal se tornou conversão – e te ensinou a viver.”

O Natal de Nosso Senhor é uma das maiores solenidades cristãs. Para nós cristãos é importante estarmos atentos para que ele não se torne uma festa de fim de ano regada por elementos apenas culturais, econômicos e culinários. Então é tempo de olhar para dentro do coração e percebermos se ele caminha na direção do Emanuel, Deus conosco.

Para um natal frutífero em nossas comunidades e nossas famílias é importante termos clara a consciência de que o Senhor se faz presente em nosso meio e nos convida a vivermos o seu modo de vida. Para que o natal seja mais frutífero ainda, somos convidados – através do olhar para dentro do nosso coração – a percebermos quem é realmente que faz morada nele.

Então é conveniente, para nos ajudar nessa tarefa, procurar dar respostas à pergunta feita por São Paulo à comunidade de Corinto: “A caso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (ICor. 4,16).

A celebração do Natal é uma oportunidade que temos de descobrir em nós esta presença divina que enche de sentido nossas vidas, nossas comunidades e nossas famílias. Esta descoberta nos dá a certeza de que estamos percorrendo os caminhos da vida com segurança, e quem é que nos conduz nesses caminhos e para onde Ele está nos levando. É a certeza de quem depositou sua confiança em Deus, sabe que está com Deus e em Deus e que seu caminho vai finalizar em Deus.

Hoje, depois de dois mil anos, somos chamados a não ficarmos apáticos diante da revelação do Anjo do Senhor. “Não temais! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor.” (Lc. 2,10-11).

A melhor forma de se preparar para esta grande solenidade é darmos o direito a nós mesmos de sentirmos e vivermos a “grande alegria” anunciada pelo anjo. Em meio a tantos temores, dores, preocupações, problemas e desafios que vivemos em nossa sociedade moderna, o anúncio é algo esplendido, é algo novo, é a melhor notícia para os nossos dias.

Em meio a toda esta realidade, ouçamos bem: “Não temais!”. O não temer nos abre à possibilidade de vivenciar a alegria e, esta “grande alegria” se dá ao fato de que Deus enviou ao mundo o “Verbo”, a sua “Palavra”, para falar com o ser humano, para falar com cada um de nós, para mostrar o seu projeto de amor, para revelar o seu rosto paternal.

No Verbo encarnado, que nos mostra seu rosto no Emanuel, nascido na cidade de Davi, “…que é o Cristo Senhor”, Deus nos mostrou o seu rosto, seu amor, sua misericórdia, sua ternura, sua bondade, sua divindade e sua humanidade e nos deu a salvação. Recebemos gratuitamente o Paraíso que tínhamos perdido através de nossos delitos.

Somos convidados então a olhar para dentro de nós mesmos e perceber na manjedoura de nosso coração os sinais da presença do Emanuel. A verdadeira celebração do Natal nos leva a uma profunda e verdadeira conversão, tendo em nossos corações “os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus” (Fil. 2,5).

Caros leitores e devotos da Divina Misericórdia, desejo a cada um em particular um feliz e santo natal. A Deus elevo uma prece a vós desejando que vocês façam a mesma experiência que fez Santa Faustina no dia 24 de dezembro de 1934, véspera de Natal:

“De manhã durante a santa Missa, senti a proximidade de Deus, e o meu espírito irresistivelmente mergulhou Nele. Então ouvi estas palavras: Tu és Minha agradável morada, em ti repousa o meu Espírito. – Após estas palavras senti o olhar do Senhor no fundo do meu coração e, vendo a minha miséria, humilhava-me em espírito e admirava a grande misericórdia de Deus que fez esse Senhor Altíssimo aproximar-se de uma tão grande miséria.” (Diário, 346).

 

 

Texto extraído da Revista Divina Misericórdia, Ed. 69/2019.