A Igreja recorda neste dia 9 de julho a memória litúrgica de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, italiana, que viveu no Brasil, e dedicou sua vida ao serviço dos mais necessitados e onde fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.

Santa Paulina nasce em Vígolo Vattaro, Trentino Alto Ádige, na região norte da Itália, no dia 16 de dezembro de 1865 e recebe dos pais Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer o nome de Amábile Lúcia Visinteiner. Era a segunda filha do casal.

Com os pais, irmãos e outras famílias da região, emigra para o Brasil em 1875 e, antes de completar dez anos, passa a morar na localidade de Vígolo, na cidade de Nova Trento, em Santa Catarina, na região sul do Brasil.

Dois anos após a chegada da família ao Brasil, a mãe de Amábile falece. Ela cuida da família até o pai casar-se novamente e também ajuda na Paróquia de Nova Trento, na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social.

Imagem no Santuário Santa Paulina, em Nova Trento-SC

Amábile conheceu Virginia Rosa Nicoldi e ambas se tornaram melhores amigas. Compartilhavam o mesmo amor por Cristo e sempre rezavam juntas fervorosamente. Até fizeram a primeira comunhão ao mesmo tempo, quando tinham 12 anos.

Durante sua adolescência, a jovem começou a participar do apostolado paroquial dando catequese para as crianças, cuidando dos doentes e idosos, e limpando a igreja. Amábile se dedicava a estes trabalhos de corpo e alma.

Em julho de 1890, Amábile e sua amiga Virginia Rosa Nicolodi acolhem Angela Viviani, em fase terminal de câncer, em um casebre doado por Beniamino Gallotti, gesto que marca a fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Após a morte da enferma, em 1891, junta-se a elas Teresa Anna Maule, mais uma veneradora dos ideias cristãos.
O dia 12 de julho de 1890 é considerado a data da primeira congregação feminina fundada no país, que começou com o trabalho de Amábile e Virginia na pequena cabana.

O trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição transfere-se para o centro da cidade de Nova Trento em 1894, após receber em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores João Valle e Francisco Sgrott, no local onde atualmente está instalado o Centro de Espiritualidade Imaculada Conceição (CEIC).

Da esq. para dir.: Tereza Ana Maule (Irmã Inês de São José), Amabile Visentaine (Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus) e Virginia Rosa Nicolodi (Irmã Matilde de São José)

Também em 1890 as duas amigas e outra jovem fizeram seus votos religiosos. Amábile mudou seu nome para Paulina do Coração Agonizante de Jesus e foi nomeada superiora.

O apostolado das irmãs atraiu muitas vocações. Além de suas obras de caridade, também tinham uma pequena indústria de seda para superar as dificuldades econômicas.

Em 1903, Paulina foi convidada a se mudar para São Paulo. Estabeleceu-se no bairro do Ipiranga, onde fundou a obra “Sagrada Família” para acolher os ex-escravos e seus filhos. Em 1918, a igreja brasileira deu reconhecimento a suas virtudes por seu exemplo vocacional.

Em 1938, contraiu diabetes e seu calvário começou. Tiveram que amputar o seu braço direito e chegou a ficar cega. Madre Paulina morreu piedosamente em 9 de julho de 1942.

Ela foi beatificada em 1991 pelo Papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil e canonizada em 2002.

Beatificação e Canonização

O primeiro milagre foi registrado em Imbituba (SC), no qual foi reconhecida a cura instantânea, perfeita e duradoura de Eluíza Rosa de Souza, que possuía uma doença complexa: a morte intra-uterina do feto e sua retenção por alguns meses; extração com instrumentos e revisão do útero, seguida de grande hemorragia e choque irreversível. O caso foi discutido e, posteriormente, o Santo Padre ratificou em decreto aprovando as conclusões da Congregação para as Causas dos Santos.

Já o segundo milagre comprovado ocorreu com a menina Iza Bruna Vieira de Souza, de Rio Branco (AC). Ela nasceu com má formação cerebral, diagnosticada como “meningoencefalocele occipital de grande porte”. No quinto dia de vida, foi submetida, embora anêmica, a uma cirurgia e, depois de 24 horas, apresentou crises convulsivas e parada cardiorrespiratória.

A avó da menina, Zaira Darub de Oliveira, rezou à Madre Paulina durante toda a gestação da filha e também durante o período no hospital. A menina Iza Bruna foi batizada no próprio hospital, dentro do balão de oxigênio, e logo se recuperou. A cura foi atestada pelo Santo Padre e, no dia 19 de maio de 2002, o São João Paulo II canonizou Santa Paulina, reconhecendo suas virtudes em grau heroico: humildade, caridade, fé, simplicidade, vida de oração, entre outras.

 

 

Fonte: Santuário Santa Paulina e Acidigital