O cardeal D. José Tolentino de Mendonça disse esta manhã que em Fátima se ilumina um mundo que está às escuras, que sofre mas que sonha.

“Fátima ensina como se ilumina um mundo que está às escuras. Seja o pequeno mundo do nosso coração, seja o coração do vasto mundo” disse o cardeal português que presidiu à Peregrinação Internacional de maio, que evoca a primeira Aparição e que tem como tema “Louvai o Senhor, que levanta os fracos”.

“Obrigado, Senhora, por fazeres deste lugar uma alavanca da nossa humanidade. Um laboratório sem portas nem muros, sempre aberto para a esperança! Em ti, louvamos o Senhor que nos reergue de todas as fraquezas” afirmou o responsável pela Biblioteca e Arquivo da Santa Sé.

Diante de um santuário cheio, com a lotação máxima definida pelas autoridades sanitárias – 7.500 peregrinos – e perante milhares de peregrinos que seguiram em direto as celebrações pelos meios de comunicação social e digital, D. José Tolentino de Mendonça refletiu sobre a mensagem de Fátima e o sentido da peregrinação à Cova da Iria.

“A Fátima, nós peregrinos, chegamos sempre de mãos vazias. Mas de Fátima levamos, acordado dentro de nós, um sonho. Fátima ensina, assim, como ilumina um mundo que está às escuras”, afirmou.

 

Pós-pandemia

O cardeal português falou de Fátima como um lugar onde se pode iniciar um “novo começo”, que se impõe no pós-pandemia. E desafiou os presentes a transformar “a crise em oportunidade” e “a calamidade em esperança”.

Sublinhando as restrições ainda impostas pela pandemia, o cardeal D. José Tolentino Mendonça referiu que a fé transforma a experiência da crise em “ocasião para relançar a vida”.

“Olhando para a cruz poderíamos pensar que Jesus estava brutalmente confinado. E estava. Mas o verdadeiro desconfinamento é aquele que o amor opera em nós”, indicou.

O cardeal da Cúria Romana, íntimo colaborador do Papa, evocou a experiência de sofrimento de Jesus, que “ensina a transformar as crises em laboratórios de esperança”.

D. José Tolentino Mendonça defendeu a necessidade de um “relançamento espiritual” para o pós-pandemia, que ultrapasse a “expressão material da vida”.

“As nossas sociedades precisam também de um relançamento espiritual. Sem o pão não vivemos, mas não vivemos só de pão. Os maiores momentos de crise foram superados infundindo uma alma nova, propondo caminhos de transformação interior e de reconstrução espiritual da nossa vida comum”, explicitou.

O cardeal considerou ainda que o mundo enfrenta “um imenso desafio a renascer”, por causa da crise provocada pela Covid-19.

“Não basta voltarmos exatamente ao que éramos antes: é preciso que nos tornemos melhores. É preciso um suplemento de alma. É preciso que desconfinemos o nosso coração”.

“Não tenhamos dúvidas: a reconstrução pós-pandemia depende do modo como encararmos a fraternidade”, declarou, citando o pensamento do Papa Francisco.

 

 

Fonte: fatima.pt