Foi no dia 20 de setembro de 1918 que São Padre Pio recebeu o dom dos estigmas de Cristo. Mas, afinal, o que são os estigmas e o que eles representam?
Os estigmas são as chagas que Jesus Cristo recebeu em seu corpo durante a crucificação. Logo, estão nos seus pés, nas suas mãos e uma no peito, na altura do coração. Na vida dos santos, os estigmas são a reprodução exata dos estigmas de Cristo.
Contudo, diferente de um ferimento comum, os estigmas nunca cicatrizam e nem são curados. Porém, não infeccionam, não se decompõe, não degeneram em necrose e não possuem cheiro ruim. Apesar disso, sangram de maneira constante e abundante.
Entretanto, para reconhecer os estigmas como reais ou válidos, a Igreja Católica exige algumas condições: todos os estigmas devem aparecer ao mesmo tempo; devem provocar uma modificação importante nos tecidos da pele; devem se manter inalterados.
Além de São Padre Pio, cerca de 60 santos ou beatos receberam os estigmas de Cristo. Entre eles, São Francisco de Assis e Santa Catarina de Sena – que pediu ao Senhor para que não fossem visíveis.
Também Santa Faustina tinha os estigmas de Cristo, porém os dela não eram visíveis. “Sinto dores nas mãos, nos pés e no lado — nos lugares em que Jesus foi transpassado”, dizia ela (Diário de Santa Faustina, 705).
Os estigmas de Cristo sob o olhar de Padre Pio
O próprio Padre Pio fez o relato de como ele recebeu os estigmas de Cristo. No entanto, isso aconteceu um ano depois, em resposta a algumas das 142 perguntas feitas por dom Carlo Raffaelle Rossi, em nome do Santo Ofício.
Este seu relato foi publicado posteriormente no livro “Padre Pio sob investigação: A autobiografia secreta”, de Francesco Catelli. Em seu relato, Padre Pio contou: “[…] depois da celebração da missa, detendo-me em fazer a devida ação de graças no coro, de repente, fui tomado por um forte tremor seguido de uma súbita calma”.
Desta forma, ele continua: “vi Nossa Senhora como se estivesse crucificada, mesmo não havendo nenhuma cruz. Ela se lamentava pela pouca compaixão dos homens, especialmente dos consagrados a Jesus e por ele mais favorecidos”.
Em seguida, Jesus lhe fez um convite: “manifestava-se que Ele [Jesus] sofria e desejava associar almas à sua Paixão. Convidou a solidarizar-me com suas dores e a meditá-las; ao mesmo tempo, a ocupar-me com a salvação dos irmãos. Depois disso senti-me cheio de compaixão pelas dores do Senhor e perguntei-lhe o que podia fazer. Ouvi esta voz: ‘Associo-te à minha Paixão!’. E, a seguir, desaparecida a visão, caí em mim, recobrei a consciência e vi estes sinais, dos quais gotejava sangue. Antes, eu não tinha nada”.
Depois de um tempo, para esconder os estigmas das mãos de olhares curiosos, São Padre Pio passou a usar luvas.
O olhar da Igreja
Além das perguntas, Dom Rossi esteve por oito dias com Padre Pio observando-o e examinando cada uma das suas feridas. E sobre isso o bispo relatou: “os estigmas em questão não são obra do demônio, nem uma enganação grotesca, nem fraude, nem arte maliciosa ou malvada; menos ainda produto da sugestão externa, nem os considero efeito de sugestão”.
Além disso, o bispo ainda relatou que conseguiu sentir um perfume especial que emanava dos estigmas de Padre Pio. Essa característica o ajudou a provar que aqueles, de fato, eram estigmas da Paixão de Cristo em seu corpo.