Bernardo nasceu em 1090, no castelo de Fontaine-les-Dijon, localizado na Borgonha, França, em uma família que pertencia à nobreza.

Seu nome significa “batalhador e valente” e por sua capacidade de convencimento era conhecido como “o caçador de almas e vocações” e “o oráculo da cristandade”. Foi conselheiro de reis e Papas, escreveu vários livros e compôs o “Lembrai-vos”, uma das orações mais formosas à Virgem Maria.

Aos 22 anos, após ter estudado gramática e retórica, entrou para o Mosteiro cisterciense de Citeaux, o primeiro lugar onde se praticava rigorosamente a regra de São Bento.

Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval (que significa vale claro), junto com 12 monges, entre os quais, 4 irmãos, um tio e um primo. Pelo seu exemplo, muitos de seus parentes também escolheram a vida religiosa.

Bernardo morreu em 20 de agosto de 1153. Papa Alexandre III o proclamou santo em 1174.

 

Jesus e Maria

Para o Abade cisterciense, Cristo era o centro de tudo: “Para mim, nas discussões ou conversas, se não for pronunciado o nome de Jesus nada tem sentido” (Sermones super Cantica Canticorum, XV).

Maria – escreve Bernardo – leva a Jesus: “Nos perigos, nas angústias, nas incertezas, deve-se elevar o pensamento a Maria, invocar Maria. Que ela jamais saia dos nossos lábios; jamais se separe do nosso coração; para obtermos a ajuda na oração, jamais devemos esquecer seu exemplo de vida. Se a seguirmos, não nos perderemos; se rezarmos a ela, não nos desesperaremos; se pensarmos nela, não erraremos…” (Homilia II super “Missus est”).

 

Os quatro degraus do amor

No seu escrito “De diligendo Deo”, Bernardo indica o caminho da humildade para atingir o amor de Deus; exorta a amar o Senhor sem limites.

 

Para o monge Cisterciense, os degraus fundamentais do amor são quatro:

  1. O amor de si para si: “Primeiro, o homem ama-se a si mesmo; depois, vendo que sozinho não pode viver, começa a buscar a Deus por meio da fé”.
  2. O amor de Deus para si: “No segundo degrau, portanto, ame a Deus para si e não para Ele. Porém, deve começar a frequentar a Deus e a honrá-lo, segundo as próprias necessidades”.
  3. O amor de Deus por Deus: “A alma passa para o terceiro degrau, amando a Deus, não por si mesmo, mas por Ele. Neste degrau, se detém longamente; aliás, não sei se nesta vida seja possível chegar ao quarto degrau”.
  4. O amor de si por Deus: “Aquele amor em que o homem ama a si mesmo somente por Deus. Assim sendo, terá quase que esquecido admiravelmente a si mesmo; quase deixa a si mesmo para tender totalmente a Deus, a ponto de ser um só espírito com Ele”.

Imagem: Fr Lawrence lew CC

Lembrai-vos

Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria,
que nunca se ouviu dizer que algum
daqueles que tenha recorrido à Vossa proteção,
implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro,
fosse por Vós desamparado.

 

Animado eu, pois, de igual confiança,
a Vós, Virgem entre todas singular,
como a Mãe recorro, de Vós me valho,
e, gemendo sob o peso dos meus pecados,
me prostro aos Vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas,
ó Mãe do Filho de Deus humanado,
mas dignai-Vos de as ouvir propícia
e de me alcançar o que Vos rogo. Amém.

 

 

 

Fonte: Biblioteca Apostólica Vaticana e Acidigital