Nossa oração e jejum serão uma súplica pela paz na Ucrânia, recordando que a paz no mundo inicia sempre com nossa conversão pessoal, no seguimento de Cristo
(Papa Francisco).
A Santa Missa de imposição das Cinzas, celebrada na tarde de quarta-feira (02/03), na Basílica de Santa Sabinafoi presidida pelo Cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado Vaticano. Por causa de uma dor no joelho, o Papa Francisco não celebrou a Eucaristia, e sua homilia foi lida pelo Cardeal.
A Quaresma é um tempo que o Senhor nos deu para voltarmos a viver, sermos curados interiormente e caminharmos para a Páscoa, para aquilo que não passa, para a recompensa junto do Pai. É um caminho de cura. Não para mudar tudo da noite para o dia, mas para viver cada dia com um espírito novo, com um estilo diferente. Para isto, servem a oração, a caridade e o jejum: purificados pelas cinzas quaresmais, purificados da hipocrisia da aparência, reencontra-se a força plena para voltar a gerar uma relação viva com Deus, com os irmãos e consigo mesmo.
“A oração, a caridade e o jejum são os meios principais que permitem a Deus intervir na nossa vida e na do mundo. São as armas do espírito”, destacou o Papa Francisco.
O Papa convida a rezar, neste tempo de Quaresma, com os olhos fixos no Crucifixo: “Deixemo-nos invadir pela comovente ternura de Deus e, nas suas chagas, coloquemos as nossas e as do mundo. Não nos deixemos levar pela pressa, fiquemos em silêncio diante Dele. Redescubramos a essencialidade fecunda do diálogo íntimo com o Senhor.”
Oração, caridade e jejum são remédios para todos
Segundo o Pontífice, “se a oração for verdadeira, não pode deixar de se traduzir em caridade. E a caridade nos liberta da escravidão pior: a escravidão de nós mesmos. A caridade quaresmal, purificada pelas cinzas, nos reconduz ao essencial, à alegria íntima que existe no dar. A esmola, dada longe dos holofotes, dá paz e esperança ao coração”.
“Por fim, o jejum” que o Papa afirma não ser “uma dieta”. “O jejum nos leva de novo a dar o justo valor às coisas. Concretamente, recorda-nos que a vida não deve estar submetida ao cenário passageiro deste mundo. O jejum não deve se restringir apenas ao alimento: especialmente na Quaresma, deve-se jejuar daquilo que gera em nós dependência. Cada qual pense nisto, para fazer um jejum que incida verdadeiramente na sua vida concreta.”
Mas, se a oração, a caridade e o jejum devem amadurecer no segredo, os seus efeitos não são secretos. Oração, caridade e jejum não são remédios só para nós, mas para todos: podem, de facto, mudar a história. Não só porque quem sente os seus efeitos, quase sem se aperceber também os transmite aos outros, mas, sobretudo, porque a oração, a caridade e o jejum são os meios principais que permitem a Deus intervir na vida nossa e na do mundo. São as armas do espírito e é com elas que, nesta jornada de oração e jejum pela Ucrânia, imploramos a Deus aquela paz que os homens sozinhos não conseguem construir.
Fonte: Vatican News