Há 91 anos, no dia 22 de fevereiro de 1931,
Santa Faustina teve a primeira visão de Jesus Misericordioso
No dia 22 de fevereiro comemoramos 91 anos da aparição de Jesus a Santa Faustina em Plock, numa beleza extraordinária, com os raios saindo do seu coração, dizendo: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. (Diário, 47).
Este momento começou a marcar o mundo inteiro. Inicialmente surgiram dúvidas de como deveria ficar esta imagem e de como falar sobre ela para o mundo inteiro. Quantos anos se passaram até que todos compreendessem e aceitassem o amor misericordioso se deixando envolver por Sua importância.
Logo no início Santa Faustina recebeu a resposta do confessor que pintasse a imagem na sua alma (cf. Diário, 49), mesmo que Jesus insistisse na pintura do quadro, dizendo que a Sua Imagem já estava na alma de Faustina (cf. Diário, 49).
Então veio a curiosidade de como deveria ser esta imagem desenhada na alma. Deus é amor e nos criou a Sua imagem e semelhança. Desde o início da criação já fomos planejados como a Sua imagem, que infelizmente foi prejudicada ou até destruída pelos nossos pecados. Mas, Deus quer restaurar esta imagem em cada um de nós.
E, para recuperar os elementos dela, foi necessário que o próprio Deus nos mostrasse na vida do Seu Filho como Ele é de verdade. Como seria a sua atitude como um ser humano, como é o seu amor misericordioso. Aqui podemos citar o trecho número 50 do Diário de Santa Faustina: “Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim. Queimam-Me as chamas da misericórdia; quero derramá-las sobre as almas”.
Quem quiser pintar a imagem da Divina Misericórdia na sua alma deve-se assemelhar a esta imagem de Deus, que é o Seu Filho Jesus Cristo. A maior preocupação de Jesus são os pecadores. Muitas vezes Ele repete que estes têm mais direito à Sua Misericórdia do que os justos. Ele quer que este anúncio chegue a todos os pecadores, que todos aceitem o seu amor misericordioso.
Um dos elementos principais da imagem de Jesus Misericordioso é a legenda: “Jesus, eu confio em Vós”. A confiança é como um recipiente no qual Deus quer derramar todo seu amor, toda sua Misericórdia. Diversas vezes Jesus repetia a Santa Faustina para que aceitasse todas as suas graças no vaso da confiança, no lugar daqueles que não aceitaram o que Ele havia preparado para todos. Por isso, não pode faltar em nossas almas a confiança no seu amor misericordioso.
É impressionante como foram grandes o sofrimentos da Paixão de Jesus, da flagelação, do caminho da cruz, e, o que Jesus destaca de modo especial: Sua agonia e morte na cruz. Este é o terrível preço dos nossos pecados. Mas da parte dos pecadores Ele pede somente a confiança. Como nos impressiona este amor misericordioso de Deus que nos foi manifestado por seu Filho Jesus Cristo.
A resposta de Santa Faustina para a paixão e morte de Jesus por nossos pecados foi o oferecimento de si mesma, aceitando uma parte do sofrimento de Jesus e sofrendo silenciosamente sem ninguém perceber. Queria, assim, conseguir a graça da conversão para mais alguns pecadores, mas também queria que ninguém percebesse isso. Queria ser como a violeta no meio da grama, que quando pisada solta seu cheiro para quem a pisou.
Mas, ela experimentou também a majestade de Deus e queria partilhar esta experiência com todos. Para isso, Santa Faustina pediu ajuda dos sacerdotes para percorrer o mundo inteiro falando sobre a majestade de Deus a todos (cf. Diário, 491).
Aqui podemos tirar alguns elementos da imagem da Divina Misericórdia em nossas almas – a imagem composta por diversas cores das obras de misericórdia, corporais ou espirituais, realizadas por nós. Não é só uma imagem, mas uma atitude marcada pela prática de todas as obras da misericórdia, tanto espirituais quanto corporais. Assim, esta imagem fica mais perfeita e atrai outras pessoas para nós.
Jesus disse a Santa Faustina: “Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela.” (Diário, 570). Jesus quer conceder muitas graças através da imagem pintada na tela. Mas, quanto maior valor e impacto terá cada quadro vivo da Divina Misericórdia pintado nas nossas almas?!
Uma explicação melhor desta imagem nas nossas almas encontramos no Diário, 742. Vou citar só algumas frases. Elas se referem não somente a Santa Faustina, mas a cada um de nós.
“Minha filha, se por teu intermédio peço aos homens devoção a Minha misericórdia, deves ser a primeira a distinguir-te pela tua confiança nela. Exijo de ti atos de misericórdia que devem decorrer do amor para Comigo. Deves mostrar-te misericordiosa com os outros sempre e em qualquer lugar. Tu não podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te”.
As seguintes frases são ainda mais fortes e mais claras quanto as cores desta imagem na alma: “Eu te indico três maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira – a ação, a segunda – a palavra e a terceira – a oração. Nesses três graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem a prova irrefutável do amor por Mim”. Ou, usando outras palavras: deste modo as cores da imagem da Divina Misericórdia na alma ficarão muito vivas e evidentes.
Ainda sobre o seu amor misericordioso Jesus disse: “A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha misericórdia”. (Diário, 300). Mas como manifestar esta misericórdia para o mundo? Como convencer o mundo de hoje? Como convencer “os maiores pecadores”? As nossas palavras ficarão vazias se não pintarmos a verdadeira imagem da Divina Misericórdia nos santuários das nossas almas. Se não manifestarmos esta misericórdia com a prática de cada uma das obras da misericórdia.
Quanto mais amor em cada uma delas, as cores da imagem da Divina Misericórdia na nossa alma ficam mais fortes. Também o nosso testemunho vai conseguir provar a mais alguém de que Deus é infinitamente misericordioso.
Padre Jan Sopicki, SAC, Rio de Janeiro – para a Revista Divina Misericórdia.
Editora Apostolado da Divina Misericórdia, Curitiba-PR.
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