No entardecer desta vida — afirma São João da Cruz em seus escritos — seremos julgados segundo o amor que praticamos.
O próprio Jesus deixa isso claro quando, na continuação da narração do Juízo Final, apresenta qual é a sentença para aqueles que não viveram em seus atos a misericórdia. No dia do Juízo não será perguntado a nós o que lemos, mas sim o que fizemos, nem se falamos bem, mas se procedemos retamente. Devemos rezar para sermos misericordiosos com o próximo e conosco mesmos. Assim receberemos e experimentaremos a misericórdia de Deus.
Santa Faustina ouviu de Jesus uma advertência dirigida àqueles que não vivem a misericórdia em suas obras:
“Se a alma não praticar a misericórdia de um ou de outro modo, não alcançará a Minha misericórdia no dia do Juízo. Oh, se as almas soubessem armazenar os tesouros eternos, não seriam julgadas — prevenindo o Meu julgamento com obras de misericórdia”. (Diário de Santa Faustina, 1317)
Rezar pelo próximo
Não só recebemos e experimentamos a misericórdia de Deus, somos também chamados por Cristo a ter misericórdia para com os demais.
O homem só se torna misericordioso na medida em que conhece e experimenta a misericórdia divina; ao mesmo tempo, só alcança o amor misericordioso de Deus, a Sua misericórdia, na medida em que ele próprio se transforma interiormente segundo o espírito de amor para com o próximo, na medida em que ele mesmo é misericordioso para com os seus semelhantes.
Quanto mais formos tocados pela misericórdia do Senhor, tanto mais entraremos em solidariedade com o Seu sofrimento. Tornamo-nos disponíveis para completar na nossa carne “o que falta aos padecimentos de Cristo (Cl 1,24).
Santa Faustina, que mergulhou profundamente no mistério da misericórdia divina, desejou ardentemente ser instrumento dessa misericórdia para os outros, não de um modo unilateral, mas consciente de que no outro está Cristo que aguarda a nossa resposta à Sua misericórdia. E justamente por meio desse outro Ele se manifesta a nós.