Com grande alegria celebramos hoje a solenidade de São José, nosso pai e senhor. Neste ano a ele dedicado, o dia de São José deve comemorar-se com uma solenidade muito especial, porque Deus quer nos dar graças especiais por meio dele.

São José não é mais um santo entre outros. No projeto de salvação, São José ocupa um lugar especialíssimo ao lado da Virgem Maria. Por quê? Porque ele foi eleito por Deus para participar da Encarnação do Filho. Mas como São José participou da Encarnação? Na mesma decisão divina, em que decretou a Encarnação, mistério sublime, Deus escolheu a Virgem Maria para Mãe verdadeira e legítima de seu Filho, mas também São José para esposo dela, a fim de proteger tanto a ela quanto a Jesus Cristo.

 

José não entrou nos desígnios divinos “de última hora”

Deus teria decidido tudo — seu Filho encarnar-se-ia de uma Virgem imaculada chamada Maria, cujo consentimento pediria o arcanjo Gabriel… Tudo decidido, tudo feito, pronto, acabou! Mas, de repente, Deus se teria dado conta num segundo momento: “Ih! Esqueci-me de José. Agora vou ter de avisá-lo…”.

É evidente que não foi assim. Por quê? Porque quando o anjo dirigiu-se a São José em sonho, ele disse: “José, filho de Davi”. Atenção a essa frase: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria por tua esposa”.

Isso quer dizer o seguinte: São José fora profetizado, sim, porque “nascerá um rebento de Jessé”, ou seja, um descendente de Davi. O Messias será filho de Davi. É claro que, biologicamente falando, Nossa Senhora, é filha de Davi e que Jesus era filho de Davi através da Virgem Maria. No entanto, as genealogias dos evangelhos seguem a linha masculina, como era costume fazer; portanto, é São José quem está profetizado. Jesus não nasceu de José, mas José é pai davídico de Nosso Senhor, é pai segundo a Lei e perante a sociedade, é aquele que garante que Jesus é filho de Davi.

Um coração conforme o de Deus

Deus jamais entregaria seus dois maiores tesouros, Jesus e Maria, a um homem que não fosse perfeitíssimo e santíssimo. Se a missão de São José era a de proteger os dois, então é claro que estamos falando de alguém muito santo.

Não só isso. Dentro da Sagrada Família, Jesus não precisava obedecer nem a Maria nem a José; mas, por um desígnio divino de salvação, Ele quis obedecer, quis obedecer ao que era chefe da casa. “José, levanta-te, pega a Mãe e o Menino e parte para o Egito” (Mt 2, 13).

Deus não correria o risco de pôr como chefe, a quem seu Filho e a Mãe dele deveriam obedecer, um homem que não tivesse um coração plenamente conforme ao de Deus, isto é, com perfeição e santidade sublimes. Eis os três corações: de um lado, o Coração de Jesus; de outro, o de Maria; por fim, o coração de São José.

Ano de São José

Celebrar o ano de São José é celebrar que Deus quer nos dar muitas graças através desse a quem chamamos pai e senhor, e assim nos referimos para honrar Nosso Senhor Jesus Cristo, que também o tratava como pai e lhe obedecia como senhor.

Jesus, que aqui na Terra acostumou-se a obedecer à vontade de Deus pela obediência a seu pai adotivo, mesmo no céu há de seguir esse mesmo “caminho de obediência”, como diz Santa Teresa d’Ávila. Em outras palavras, quando José apresenta a Cristo a necessidade de algum devoto seu, Ele atende sem demora, porque gosta muito de atender aos pedidos de São José!

 

 

São José, rogai e intercedei por nós!
Jesus, eu confio em Vós!

 

 

Fonte: Padre Paulo Ricardo