Para você que deseja conhecer melhor a devoção à Divina Misericórdia, primeiro é preciso lembrar que no culto à misericórdia “devoção” significa “dedicação”.

Não é, porém, uma das tantas devoções: é, antes de tudo, a total dedicação às orientações da Igreja, a qual fomos “consagrados” no dia do batismo.

Vamos agora nos aprofundarmos em alguns aspectos, tendo como base os escritos de Santa Faustina.

Os cinco elementos distintos de espiritualidade da Divina Misericórdia – Liturgia (Festa) e Piedade (Terço), Tempo (Novena, Hora) e Espaço (Imagem) – são fonte de devoção. Eles surgem a partir da história de fé de Santa Faustina e tocam, de algum modo, as mais diversas dimensões da vida humana e, consequentemente, da nossa fé católica.


1 – Imagem

No Diário de Santa Faustina, há descrições de promessas que Jesus associa à veneração de sua imagem, algo que podemos designar como devoção à Misericórdia. Através dela, o Senhor quer manifestar a sua glória e a sua graça; quer atrair ao seu convívio quem está afastado dele ou está com a fé esmorecida; deseja nos fazer participar de sua vitória sobre o mal, especialmente na decisiva hora da morte; e a imagem se torna uma espécie de “escudo” contra a justa ira de Deus em virtude dos pecados que cometemos, estimulando-nos assim a uma constante conversão.

2 – Festa

Um dos elementos mais importantes da devoção à Misericórdia, descrito nas revelações de Jesus Cristo à Santa Faustina, é a Festa da Misericórdia. Em 1936, Santa Faustina declarou: “O Senhor me disse para rezar o Terço da Misericórdia por nove dias antes da Festa da Misericórdia. Devo começar na Sexta-feira Santa. Através desta novena concederei às almas toda espécie de graças” (D. 796; cf. 1059; 1209). A relevância desta Festa se pode depreender também da seguinte exortação e promessa: “As almas se perdem, apesar da minha amarga Paixão. Estou lhes dando a última tábua de salvação, isto é, a Festa da minha Misericórdia. Se não venerarem a minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade”(D. 965; cf. 998).

3 – Novena

Em outro trecho de seu Diário, Santa Faustina exorta a rezar durante nove dias para a Divina Misericórdia, inclusive em circunstâncias que não sejam de festas populares. Por exemplo, em 1935, a santa resolveu “fazer logo uma novena à Misericórdia” por uma pessoa em necessidade (n. 364). Naquele mesmo ano, o próprio Jesus lhe pediu para rezar o terço da misericórdia por nove dias, a fim de que se aplacasse a justiça divina ante os pecados do mundo (n. 476).

4 – Terço

Entre as diversas formas de devoção, o Terço da Divina Misericórdia ocupa uma posição de destaque. Ele deve ser rezado especialmente na preparação para a Festa da Misericórdia, o que indica elo com a Liturgia da Igreja, particularmente os sacramentos da Eucaristia e Confissão. O Terço da Misericórdia não pretende substituir o Terço de Nossa Senhora ou nenhum outro (das Lágrimas de Maria, da Divina Providência, etc.), mas favorecer, particularmente, a nossa confiança na Divina Misericórdia. Na medida do possível, o fiel é convidado a rezar frequentemente, sozinho ou em grupo.

5 – Hora

Em qualquer momento e lugar podemos demonstrar nossa devoção à Misericórdia. Porém, Jesus deseja que às 3 horas da tarde façamos uma parada para clamar a misericórdia divina pelos pecadores do mundo inteiro, naturalmente, nos incluindo nesta oração. Recordemos na fé o seu sofrimento por nós – físico, psicológico e espiritual –; e não apenas devemos pedir a misericórdia, mas glorificar ao Senhor. O momento de oração pode ser realizado em qualquer lugar, mas quem tiver condições pode procurar uma Igreja ou oratório. Recomenda-se a Via-Sacra, mas pode ser utilizada qualquer oração, como o Terço da Divina Misericórdia.

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