Neste mês de Nossa Senhora resgatamos alguns trechos extraídos do livro Fátima e a Divina Misericórdia, lançado em 2017 pela Editora Apostolado da Divina Misericórdia. Confira:

 

Ditosa aquela que acreditou

As coisas que foram ditas à Virgem Santíssima pelo Anjo eram coisas insólitas. São Lucas, em sua narração do Evangelho, mostra que nelas estava contida a verdade sobre Deus.

Seria muito natural que, em respostas ao que o Arcanjo lhe anunciava, ela pedisse permissão para se aconselhar com alguém, ou pedisse tempo para pensar. A realidade humana comprova que diante de grandes decisões nem sempre estamos tranquilos. As dúvidas, os questionamentos e as incertezas fazem as emoções oscilarem. Maria Santíssima, assustada, poderia até mesmo dizer não.

Contudo, estar atenta à verdade de Deus era algo comum em sua vida. Ela não era um terreno despreparado. No diálogo com o Anjo, não se permite afundar em dúvidas e preocupações humanas; antes, não havia Nela a mais mínima dúvida e nem sombra de um desiquilíbrio emocional. Apenas buscava entender o que era necessário para corresponder aos desejos de Deus.

Maria sempre se havia confiado ao seu Senhor e sempre manteve uma intimidade profunda com Ele, por isso, no momento da Anunciação, aquela que “guardava e meditava tudo em seu coração” (cf. Lc 2,19), compreendia que era a graça, o amor e a Misericórdia Divina que a envolvia. A “sombra do Altíssimo” não lhe causava medo, mas segurança, para dar o seu consentimento.

Deus tudo dá a quem tem confiança Nele. Ele se dá até a Si mesmo. “Grande Força tem a alma cheia de confiança”, escreveu Santa Faustina no número 198 do seu Diário. O próprio Jesus pediu que esta santa anotasse Suas palavras a esse respeito: “Desejo a confiança das Minhas criaturas” (Diário, 1059). “A alma que mais Me agrada é aquela que crê firmemente na Minha bondade e que tem plena confiança em Mim; concedo-lhe a Minha confiança e dou-lhe tudo o que Me pede” (Diário, 453, cf. 609). “Nunca rejeito um coração humilhado” (Diário, 1485). Nenhuma alma terá justificação enquanto não se dirigir com confiança à Minha Misericórdia” (Diário, 570). “O que mais Me fere é essa falta de confiança na Minha bondade” (Diário, 580).

“Entre todos os que acreditam, a Virgem Santíssima é como um ‘espelho’, em que se refletem da maneira mais profunda e mais límpida ‘as maravilhas de Deus’ (At 2,11). Com o seu “Sim”, a Virgem de Nazaré levou a sua confiança de criatura à perfeição.

Trecho extraído do livro Fátima e a Divina Misericórdia –
Um mistério em comum para os nossos dias, páginas 117 e 118.