Na manhã de sábado, 03 de novembro, o Cardeal Giovanni Angelo Becciu, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu na Basílica de São João de Latrão, a Santa Missa de Beatificação de Madre Clélia Merloni, Fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus.

Terreno do Santuário

Conta o Padre Jan Glica, MIC, natural da Polônia, primeiro pároco do Santuário da Divina Misericórdia, responsável construção, que o terreno onde foi construída a obra, foi uma doação das Congregação das Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. Na ocasião, a Serva de Deus Irma Clélia Merloni, na Itália, doou o terreno como um voto de ação de graças  – devido ao centenário da fundação da Congregação SCJ e também pelo seu dinâmico desenvolvimento no Brasil.

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Confira abaixo a entrevista que a Irmã Maria de Lourdes Castanha, Conselheira Geral da língua portuguesa do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, cedeu ao ao Vatican News. Ela destacou os aspectos marcantes da nova Beata, falou da cerimônia de beatificação, da presença no Brasil e das orações pela nova etapa, a canonização.

Após rezar o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco recordou a beatificação de Madre Clélia Merloni, realizada no sábado, 3, Basílica São João de Latrão, em cerimônia presidida pelo cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação das Causas dos Santos. “Uma mulher totalmente entregue à vontade de Deus, zelosa na caridade, paciente nas adversidades e heroica no perdão. Agradecemos a Deus pelo luminoso testemunho do Evangelho da nova Beata, e sigamos o seu exemplo de bondade e de misericórdia. Um aplauso à nova Beata”, disse Francisco.

O Vatican News pediu à Conselheira Geral da língua portuguesa, Irmã Maria de Lourdes Castanha, um comentário sobre as palavras do Papa:

“Ele fez um resumo bem bonito da vida dela. Na verdade, para nós ela é a mulher da oração, a mulher da misericórdia, da caridade e do perdão. Porque a vida dela não foi nada simples, em termos de calúnias, malquerencia. Enfim, todas estas coisas negativas que ela na verdade não tinha culpa, mas assumiu, como Jesus, o Servo sofredor, que não merecia e assumiu sobre si tudo. Ela foi assim, nunca falou mal de ninguém, nunca escreveu uma palavra contra ninguém, nunca quis citar o nome daquela pessoa que administrou o dinheiro e levou tudo consigo e deixou o Instituto na ruína, no início, 3-4 anos depois de fundado, então realmente ela é um exemplo luminoso neste sentido. E a sua preocupação eram os pobres, eram os idosos, as jovens, e a conversão dos pecadores. Porque ela ofereceu a vida pela conversão dos pecadores, a começar pelo pai dela. Então realmente é um exemplo luminoso quer para o tempo passado, mas também para o presente e e será no futuro”.

A Congregação tem cerca de mil religiosas, sendo 400 delas brasileiras. No Brasil o carisma de Madre Clélia encontrou terreno para crescer…

“É que no Brasil – agora não posso te contar toda a história – mas ao Brasil foram enviadas aquelas pessoas que eram muito fiéis à Madre Clélia. Então elas conservaram todo o amor, todo o carinho e aquilo que tinham aprendido dela. E como a distância não fazia elas saberem outras coisas, elas tinham aquela imagem bela da Madre, que realmente era a Madre, sempre foi bela, porém em algum momento quiseram tornar muito ruim a imagem dela. Mas no Brasil esta [imagem negativa] não chegou, então por isso no Brasil há um carinho muito maior pela Madre Clélia, por esta razão. (…) Porém este amor a Madre Clélia agora é em todo o Instituto, não se pode dizer é mais aqui, é mais ali. Mas houve um momento em que se sentiu esta diferença”.

Irmã Maria de Lourdes também nos falou sobre a cerimônia de beatificação na Basília São João de Latrão, que contou com expressiva presença brasileira…

“Eram em torno de 300 irmãs, muitas da Itália, a maioria, mas de fora muitas, muitas dos outros países, e leigos conosco, graças a Deus a família é grande. Na Basílica éramos mais de 4.000 pessoas, foi uma cerimônia muito bonita, muito tocante, muito emocionante, especialmente quando aquele véu caiu e mostrou o rosto de Madre Clélia, que nós a vimos sorridente. Um merecido reconhecimento da Igreja por tudo aquilo que ela realmente fez e faz dentro da Igreja hoje, através de suas filhas espirituais. Tinha mais de 170 padres na cerimônia, 13 bispos…. a gente considera um número expressivo, por ser uma data muito próxima dos Finados, onde aqui e em todos os lugares as pessoas saem fora de sua cidade para homenagear os seus parentes, mesmo assim a gente teve um número muito expressivo de pessoas conosco, agradecendo e louvando, realmente foi uma emoção, e agente sentiu que a homilia, e também aquele momento da ação de graças, o que foi dito de Madre Clélia foi colhido com muito carinho pelos dois cardeais que falaram ontem, e foi muito belo, que os dois realmente colocaram Madre Clélia como a gente sente ela como é, a mulher da misericórdia, mas também da oração, do perdão e da caridade”.

Madre Clélia agora é Beata e há grande confiança na sua canonização…

“Estamos sempre rezando aqui em comunidade, uma novena praticamente perpétua por todas as intenções que nos pedem, e quando sabemos de uma intenção assim mais urgente, mais realmente como se diz, “seria um milagre”, nós rezamos com mais fervor, porque na verdade agora só precisamos de mais um milagre reconhecido. Já temos alguma coisa falada, mas não é ainda … não se pode considerar milagre aquilo que foi dito, porém já muitas graças, agora coisas recentes a gente tem. Madre Clélia realmente continua intercedendo, e intercedendo bastante por quem pede. Um momento, quando Deus quer, Ele fará também o milagre através de sua intercessão. Estamos confiantes”.

A mensagem final…

“Quem já conhece Madre Clélia, que continue confiando nela e aqueles que a conhecem que continuem passando esta mensagem, também a sua oração, da novena, para outros, para que cada vez mais seja conhecida e mais graças todos possamos alcançar através de sua intercessão junto do Coração de Jesus.”

 

Vatican News