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Stabat Mater Dolorosa é um hino do século XIII em honra ao sofrimento de Maria ao ver seu Filho morrendo pregado na Cruz. Seu autor não é claro, sendo atribuído a, preferencialmente ao Franciscano Jacopone da Todi ou ao Papa Inocêncio III, mas também há fontes citando São Bernardo de Claraval ou os Papas Gregório X e XI. Ao longo dos séculos recebeu diversas composições musicais sendo as mais conhecidasa de Palestrina, Pergolesi, Scarlatti, Vivaldi, Haydn, Rossini e Dvořák.

O título do hino é parte da primeira linha, Stabat Mater Dolorosa, que significa “A mãe permaneceu cheia de tristeza”. Já era bem conhecido já no final do século XIV e Georgius Stella escreveu sobre a sua utilização em 1388, com outros autores corroborando a afirmação mais para o final do século.

Como sequência litúrgica, foi suprimido, juntamente com centenas de outros, pelo Concílio de Trento, mas retornou ao missal por ordem do papa Bento XIII, em 1727, na festa de Nossa Senhora das Dores e como oração opcional na Sexta-Feira Santa. Como música, é perfeitamente adequada para todo período quaresmal.

De pé, a mãe dolorosa

junto da cruz, lacrimosa,

via o filho que pendia.

 

Na sua alma agoniada

enterrou-se a dura espada

de uma antiga profecia.

 

Oh! Quão triste e quão aflita

entre todas, Mãe bendita,

que só aquele Filho tinha.

 

Quanta angústia não sentia,

Mãe piedosa quando via

as penas do Filho seu!

 

Quem não chora vendo isso:

contemplando a Mãe de Cristo

num suplício tão enorme?

 

Quem haverá que resista

se a Mãe assim se contrista

padecendo com seu Filho?

 

Por culpa de sua gente

Vira Jesus inocente

ao flagelo submetido:

 

Vê agora o seu amado

pelo Pai abandonado,

entregando seu espírito.

 

Faze, ó Mãe, fonte de amor

que eu sinta o espinho da dor

para contigo chorar:

 

Faze arder meu coração

do Cristo Deus na paixão

para que o possa agradar.

 

Ó Santa Mãe dá-me isto,

trazer as chagas de Cristo

gravadas no coração:

 

Do teu filho que por mim

entrega-se a morte assim,

divide as penas comigo:

 

Oh! Dá-me enquanto viver

com Cristo compadecer

chorando sempre contigo.

 

Junto à cruz eu quero estar

quero o meu pranto juntar

Às lágrimas que derramas.

 

Virgem, que às virgens aclara,

não sejas comigo avara

dá-me contigo chorar.

 

Traga em mim do Cristo a morte,

da Paixão seja consorte,

suas chagas celebrando.

 

Por elas seja eu rasgado,

pela cruz inebriado,

pelo sangue de teu Filho!

 

No Julgamento consegue

que às chamas não seja entregue

quem por ti é defendido.

 

Quando do mundo eu partir

dai-me ó Cristo conseguir,

por vossa Mãe a vitória.

 

Quando meu corpo morrer

possa a alma merecer

do Reino Celeste, a glória. Amém.

fonte: blog Tesouros da Igreja Católica