O culto à misericórdia divina não é feito unicamente de orações. Ele corresponde a uma precisa atitude de vida, aquela proposta por Jesus a todo cristão: “Sede misericordiosos como o Pai… Amai-vos como Eu vos amei”.
A confiança em Deus certamente se liga a esta segunda exigência: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”. Esta declaração se refere igualmente à promessa: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.
O culto à misericórdia divina é de tal espécie que mais do que outra devoção exige de nós a admoestação: “Se não amas o próximo a quem vês, não podes amar a Deus a quem não vês”. Essa admoestação é de São João em sua primeira carta. Coerentemente a essa observação, Jesus dia à Santa Faustina:
Se por teu intermédio peço aos homens devoção à Minha misericórdia, deves ser a primeira a distinguir-te pela tua confiança Nela. Espero de ti obras de misericórdia, que devem nascer do teu amor para Comigo. Deves mostrar-te misericordiosa com os outros, sempre e em qualquer lugar. Tu não podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te (D. 742).
E continua:
Se a alma não praticar a misericórdia de um ou outro modo, não alcançará a Minha misericórdia no dia do Juízo. Oh! se as almas soubessem armazenar os tesouros eternos, não seriam julgadas – prevenindo o Meu julgamento com obras de misericórdia.
Escreve para muitas almas que às vezes se preocupam por não possuírem bens materiais, para com elas praticar a misericórdia. A misericórdia do espírito, porém, tem um mérito muito maior e para a mesma não é preciso ter nem autorização nem depósito, é acessível a todos (D. 1317).
O Senhor, de resto, ainda nos confirma as palavras acima com uma precisa indicação:
Eu te indico três maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira – é a ação, a segunda – a palavra e a terceira – a oração. Nesses três graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem um prova irrefutável do amor por Mim. É deste modo que a alma glorifica e honra a Minha misericórdia (D. 742).
A preocupação de sermos mutuamente misericordiosos não é esquecida nem mesmo quando se refere à festa da misericórdia:
O primeiro domingo depois da Páscoa é a Festa da Misericórdia, mas deve haver também a ação (D. 742).
A mesma exigência aparece também no que se refere à veneração da imagem:
Por meio desta imagem concederei muitas graças às almas. Ela deve lembrar as exigências da Minha misericórdia, porque mesmo a fé mais forte de nada serve sem obras (D. 742)
Entronizando em nossas casas a Imagem do Salvador Misericordioso, nós o fazemos não apenas para que nos defenda e nos proteja, e muito menos com o desejo de receber graças e favores; nós o fazemos para que ela faça florescer entre os familiares o espírito de misericórdia e de generosidade em nossas relações com o próximo, seja ele parente ou desconhecido. Enfim, para que ela seja reflexo dos raios de uma bondade fraterna e solidária.
Até onde nos motivam as exigências referidas por Jesus, nós o descobriremos no Evangelho onde o Senhor diz sem hesitações: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Será grande a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo, pois ele é bom para com os ingratos e os maus” (Lc 6, 35).
Na história da Santa Faustina existem momentos de fidelidade heroica a essa amorosa exigência do Senhor. Faustina foi uma perfeita discípula do Cristo misericordioso.
Obras corporais
1° Dar de comer a quem tem fome.
2° Dar de beber aquém tem sede.
3° Vestir os nus.
4° Dar pousada aos peregrinos.
5° Assistir aos enfermos.
6° Visitar os presos.
7° Enterrar os mortos.
Obras espirituais
1° Dar bom conselho.
2 ° Ensinar os ignorantes.
3° Corrigir os que erram.
4° Consolar os tristes.
5° Perdoar as injúrias.
6° Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo.
7 ° Rogar a Deus por vivos e defuntos.