Na meditação do 10º dia do retiro 15 dias de oração com Santa Faustina, entendemos que é pelo o Rosto, Ícone, Vaso de Misericórdia, que cada um é convidado a mergulhar nas fontes da misericórdia, tornando-se assim progressivamente imagem da misericórdia. É pelo Rosto do Filho que o Espírito do Pai nos modela para nos tornar capazes de imitar Deus em sua perfeição.

Nossas meditações são apoiadas nos escritos do Diário de Faustina Kowalska.

Que Deus abençoe você que está rezando conosco e buscando um aprofundamento na espiritualidade da misericórdia.

 

Trecho do Diário

“Deus de insondável misericórdia, envolvei o mundo todo e derramai-Vos sobre nós, pelo compassivo Coração de Jesus.” (Diário, 1183)

Ofereço aos homens um vaso, com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia. O vaso é a Imagem com a inscrição: ‘Jesus, eu confio em Vós’.” (Jesus para Santa Faustina – Diário, 327)

O que aprendemos com Santa Faustina

Em seus escritos vemos que Irmã Faustina está atenta ao “mundo inteiro”. Ela reza para que cada um no mundo possa experimentar a misericórdia do Senhor. Disso dá testemunho no Terço da Misericórdia, que reza diariamente implorando esta misericórdia a todos:

“As palavras com que eu suplicava a Deus eram as seguintes: Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro; pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós.” (Diário, 475)

A Irmã é bem consciente do fato de que o mundo contemporâneo tem grande necessidade de fazer a experiência da misericórdia. Ela ouve o grito do mundo que se eleva, do mais profundo do sofrimento humano (cf. Ex. 3,9), para invocar misericórdia.

Ela percebe que a graça da misericórdia é necessária para tranquilizar os espíritos e fazer jorrar paz, onde prevalecem ódio e sede de vingança, onde os conflitos engendram dor e morte dos inocentes.

Na experiência do dia a dia, a necessidade e o desejo humano de misericórdia não tem mais apenas a ver com um espírito de consolação que vem ao encontro dele, mas também e sobretudo, com um Rosto que leva irrevogavelmente este Espírito, com uma pessoa que o oferece incondicionalmente, além da ofensa, do pecado e da morte.

É o Rosto, Ícone, Vaso de Misericórdia, por meio do qual cada um é convidado a tirar das fontes da misericórdia, tornando-se assim progressivamente imagem da misericórdia.

É pelo Rosto do Filho que o Espírito do Pai nos modela para nos tornar capazes de imitar Deus em sua perfeição, tendo em vista o nosso cumprimento, a nossa realização na misericórdia.

O Rosto de Cristo é central. Por sua perspectiva mística da misericórdia, Faustina permite que vejamos de maneira renovada a mediação universal e única de Jesus Cristo. É o Único que se apresenta, na beleza e na ternura, para devolver a pessoa ferida a ela mesma, à sua verdade. É o Pai humilde do pródigo que acolhe, é o bom pastor que abraça, é o bom samaritano que cura as chagas, que acompanha para cuidar.

A misericórdia mais crível é aquela que tem um Rosto. Esse esplendor se torna visível, no Espírito, a todos e por todos aqueles que lhe manifestam sua confiança.

Para Faustina, contemplar o Rosto de Cristo Misericórdia, com confiança, com ajuda de um ícone, é trabalhar para o futuro da humanidade, a longo prazo.

 

Rezemos:

Deus, Pai misericordioso, que revelaste o teu amor no teu Filho Jesus Cristo, e o derramaste sobre nós no Espírito Santo Consolador, hoje confiamos a ti o destino do mundo e de cada homem.
Inclina-te sobre nossos pecados, cura nossa fraqueza, vence todo mal, faze que todos os habitantes da terra tenham experiência de tua misericórdia, a fim de que em ti, Deus uno e Trino, eles encontrem sempre a fonte da esperança.
Pai eterno, pela Paixão dolorosa e pela Ressurreição de teu Filho, tem misericórdia de nós e do mundo inteiro! Amém.

(Homilia – Papa João Paulo II, Cracóvia, 17 de agosto de 2002).

 

 

Fonte: Fonte: Patrice Chocholski, Editora Paulinas.