Nesta terça-feira, 12/06, celebramos a memória dos mártires Marianos. Bem-Aventurados Padres Antônio Leszczewicz e Jorge Kaszyra doaram sua vida pela igreja, morrendo durante os combates da Segunda Guerra Mundial. Em 13 de junho 2000, João Paulo II proclamou-os beatos juntamente com o grupo de outros 106 mártires, vítimas da Segunda Guerra Mundial.

BEM AVENTURADO ANTÔNIO LESZCZWICZ

Nasceu no dia 30 de setembro de 1890, em Abramowo, na Lituânia. Seus pais eram João e Carolina e tiveram mais quatro filhos. Em 1908 entrou no Seminário Diocesano em Mohylew em Petersburgo. No decorrer de quatro anos passou pelos estudos de filosofia e teologia. “Foi sempre um aluno aplicado e dedicava-se inteiramente aos estudos”. Foi ordenado diácono no início de 1914 e no dia 14 de abril de 1914 foi ordenado sacerdote. Após as solenidades das primícias, o jovem sacerdote dedicou-se aos trabalhos pastorais, que desempenhou por quase 25 anos no Extremo Oriente, sem nunca visitar a família nem a pátria. Já perto do seu jubileu de prata sacerdotal, o padre Antônio tomou a inesperada decisão de ingressar numa ordem religiosa. Conhecendo o padre André Cikoto, o qual era da Congregação dos Marianos, em Harbin (China), decidiu entrar na comunidade dos padres marianos.

No dia 13 de junho de 1939, professou os primeiros votos religiosos. Neste período, o padre Antônio foi trabalhar em Druia – Bielo-Rússia. Passando apenas uma semana de sua estadia nessa localidade, eclodiu a segunda guerra mundial. Druia foi dominada pelos exércitos soviéticos. A igreja paroquial foi transferida para Rosica, localizada a 30 km de Druia. No final de outubro de 1941, o padre Antônio organizou em Rosica uma grande celebração. A partir de novembro daquele ano passou a viver permanentemente nessa paróquia. Em meados de fevereiro de 1943, Druia foi ocupada pelo estado maior alemão e em Rosica se instalaram destacamentos de expedições punitivas. No dia 16 de fevereiro de 1943, numa terça-feira, o exército queimou as casas, e os moradores, sob ameaça de fuzis, refugiaram-se na igreja paroquial de Rosica. Ali os padres confessavam, distribuíam a comunhão, batizavam, ungiam, preparavam as pessoas para a morte.

Leszczewicz foi levado pelos nazistas no dia 17 de fevereiro à tarde. As religiosas que se despediram do sacerdote, recordam que quando os nazistas o levaram ele estava alegre e sorria. Ele ordenou a elas que fossem corajosas e que rezassem sempre. Mais luz projetam sobre a sua atitude as palavras de uma das testemunhas. Nos seus paroquianos, padre Antônio queria incutir a esperança cristã na vida eterna, esperança que ele viveu: “Não chorem… Deus nos pede o sacrifício de nossas vidas. Nós temos que depositar esse sacrifício aos Seus pés. Um breve momento e a vida eterna espera por nós. E eu vos asseguro diante de Deus que está aqui conosco na igreja, garanto-vos em Seu nome, que se aceitarem a Sua vontade, receberão o Céu (…). Adeus no Céu”. Assim morreu o pastor que não quis deixar as suas ovelhas abandonadas.

BEM AVENTURADO JORGE KASZYRA

Nasceu no dia 4 de abril de 1904 em Aleksandrowo – Bielo-Rússia. Seus pais Tadeu e Maria eram ortodoxos. Foi batizado no mesmo dia. Aos dezoito anos, Jorge passou ao catolicismo. Jorge Kaszyra ingressou na Congregação dos Padres Marianos, professando os primeiros votos no dia 02 de agosto de 1926. Depois de professar os votos perpétuos, viajou para Roma onde fez seus estudos filosóficos. Seus estudos teológicos foram realizados em Vilna, capital da Lituânia. Foi ordenado diácono em 1934. Na Festa de Corpus Christi, no dia 20 de junho de 1935, foi ordenado sacerdote.

Em julho de 1942, o padre Kaszyra viajou para Druia. Neste tempo, encontrava-se aí o padre Antônio Leszczewicz, que levava adiante o trabalho de evangelização. o padre Antônio levou o padre Jorge para Rosica. Quando a guerrilha soviética passou a agir com mais intensidade naquela região e crescia a ameaça da vinda de uma expedição punitiva alemã, os padres Jorge e Antônio decidiram permanecer com os fiéis, mesmo sendo avisados que poderiam ir embora em liberdade. Preferiram permanecer entre os fiéis, pastoreando e consolando a sua gente. Passou a noite de 17 de fevereiro em oração, deitado de bruços, ajoelhado, andando e rezando. No dia 18 de fevereiro de 1943, o Pe. Jorge Kaszyra distribuiu entre os fiéis o Santíssimo Sacramento mantido na Igreja. Às 10 horas os nazistas vieram buscá-lo. Despediu-se dos fiéis dizendo: “Rezem e peçam perdão a Deus pelos meus pecados, porque dentro de alguns minutos eu já estarei diante do juízo de Deus”. Após ele, os soldados alemães arrastaram mais 30 pessoas para uma velha choupana de madeira. Depois de certificarem-se que todos estavam bem trancados, atiraram granadas e a incendiam.

Oração pedindo graças pela intercessão dos 108 bem-aventurados mártires
(do qual fazem parte os bem-aventurados padres Antônio Leszczewicz e Jorge Kaszyra)

Senhor e Deus nosso, que proporcionastes a graça do martírio aos Vossos Servos, filhos e filhas da terra polonesa, bendito sejais pelo dom da sua fé e amor, pela sua confiança no poder da oração, pelo ministério sacerdotal, pelo amor às pessoas e à terra pátria.

Bendito sejais porque com a Vossa palavra de misericórdia e de reconciliação eles transpuseram incansavelmente todas as fronteiras das divisões humanas, para que todos fossem um na glorificação do Vosso amor. Bendito sejais pelo seu amor heróico, pelo qual aceitaram o sofrimento e a morte de mártires, imitando o Sacrifício do Divino Mestre .

Deus uno na Santíssima Trindade, bendito seja Vosso santo Nome pelos bem-aventurados mártires da nossa terra polonesa, agora e pelos séculos. Amém.

Oração pela intercessão dos bem-aventurados padres Antônio Leszczewicz e Jorge Kaszyra

Senhor Jesus Cristo, que Antônio e Jorge e companheiros permitistes participar de Vossa Paixão, permitindo que com perseverança suportassem até a morte os tormentos e as perseguições pela glória do Vosso nome. Pela sua intercessão fortalece a nossa fé e concedei-nos a graça ………………………………. (Apresentar o pedido), que com confiança vos pedimos. Que viveis e reinais pelos séculos e séculos. Amém.