A mensagem da Divina Misericórdia não é uma mensagem nova; antes, é uma narração do que já sabemos da Revelação Divina, comunicada a nós através da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição. É uma mensagem do amor misericordioso de Deus para com a humanidade, chamando-nos a uma profunda e pessoal conversão e renovação de nossa própria vida.

O Papa João Paulo II disse que a misericórdia é o segundo nome do amor (Dives in Misericordia, n. 7). Deus é Amor, e Misericórdia é Seu maior atributo.

Nosso Senhor se alegra que Dele nos aproximemos e Nele confiemos. Devemos aceitar com confiança o amor misericordioso de Deus e Nele encontrar perdão, paz e cura. Jesus só pede a nossa confiança, e que não nos esqueçamos de ser misericordiosos com os outros também.

 

1. O que é confiança e por que é tão importante confiar em Jesus?

 

A confiança em Jesus é a essência da devoção à Divina Misericórdia, o elemento central, a marca de viver a mensagem da misericórdia. Denota confiança em Deus. O Senhor disse a Santa Faustina:

“Diga [a todos], Minha filha, que Eu sou o próprio Amor e Misericórdia. mas os irradia para outras almas” (D. 1074).

“As graças da Minha misericórdia são extraídas por meio de um único vaso, e isto é – confiança. Quanto mais uma alma confia, mais uma alma receberá” (D. 1578).

Já observou a forma como está escrita a assinatura na parte inferior da Imagem de Jesus? Não diz: “Jesus, confiamos em Vós”, mas “Jesus, eu confio em Vós”. É uma mensagem pessoal. Através desta Imagem, Jesus chama cada pessoa pelo nome, como uma alma individual, preciosa aos Seus olhos, e pede uma resposta pessoal de confiança, todos os dias.

A confiança é mais do que meras palavras ou uma simples emoção, é uma convicção, conforme Jesus disse a Santa Faustina:

“Desejo que estas [as almas que lutam pela perfeição] se distingam pela confiança ilimitada na Minha misericórdia. Eu mesmo cuidarei da santificação dessas almas. Eu lhes darei tudo o que quiserem preciso alcançar a santidade. As graças da Minha misericórdia são atraídas por meio de um só vaso, que é a confiança. Quanto mais uma alma confia, mais ela receberá. As almas que confiam sem limites são um grande conforto para Mim, porque Eu derramo neles todos os tesouros de Minhas graças. Alegro-me que peçam muito, porque é Meu desejo dar muito, muito. Por outro lado, fico triste quando as almas pedem pouco, quando estreitam o coração” (D. 1578).

 

2. É possível ter confiança sem humildade?

 

Não. Confiança requer humildade. A pessoa orgulhosa, sem humildade, sente que as realizações são de sua própria autoria e não vê necessidade de confiar em Deus. Mas, confiar em si mesmo e não no Senhor só levará ao nosso próprio fracasso. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Sl 127,1).

 

3. Por que a confiança em Deus é incompatível com o medo, a ansiedade ou o desânimo?

 

Temos que entender que o desânimo, o medo e a ansiedade são incompatíveis com uma confiança permanente em Deus.

Jesus disse a Santa Faustina: “Minha filha, sabe que os maiores obstáculos à santidade são o desânimo e uma ansiedade exagerada. Eles te privarão da capacidade de praticar a virtude. Todas as tentações unidas não devem perturbar sua paz interior, nem mesmo momentaneamente” (D. 1488).

A confiança é primordial para viver a mensagem da misericórdia. O amor de Deus é incondicional. Confiar e aceitar a misericórdia de Deus cura os corações e restaura a dignidade humana.

 

4. Confiamos realmente que Deus Misericordioso nos perdoa?

 

Frequentemente, um obstáculo ao perdão é acreditar que somos verdadeiramente perdoados. Aceitar o perdão pode ser difícil. Às vezes não confiamos que os outros nos perdoaram. Fazemos o mesmo com Deus – pensamos que nossos pecados são tão grandes que duvidamos do perdão de Deus e, no entanto, o amor misericordioso de Deus não conhece limites.

Será que podemos duvidar do perdão de Deus quando o próprio Jesus perdoou aqueles que O torturaram e crucificaram? Jesus ainda pediu em nome deles: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34).

Para muitas pessoas, a misericórdia de Deus é algo distante e desconhecido. Eles não tiveram a oportunidade de experimentar Sua misericórdia em sua riqueza. É possível superar essa incapacidade de confiar na misericórdia e no perdão de Deus? Claro que é. Com Deus tudo é possível. A jornada para Deus começa com a oração e a confiança de que Ele pode trabalhar através de nosso quebrantamento.

 

 

5. Por que a confiança no Sacramento da Reconciliação é importante?

 

O Senhor quer que confiemos em Sua misericórdia quando pecamos e vacilamos, para que não nos desesperemos. Pois, muitos carregam culpa, raiva, vergonha e falta de perdão na alma. Perguntamos: “É possível que Deus me perdoe por tudo o que fiz?”.

O confessionário é o lugar onde ocorrem os maiores milagres. Muitas vezes ficamos desanimados quando repetimos os mesmos pecados frequentemente. No entanto, Deus não “raciona” um certo número de perdões. Ele continua perdoando.

O perdão está no centro da mensagem da Divina Misericórdia. Oramos com confiança a Deus Pai, pedindo perdão e misericórdia: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6,12). “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; mas, se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai não perdoará vossas ofensas” (Mt 6,14-15).

Quando memórias dolorosas de pecados passados ​​ou cometidos contra nós ameaçam destruir nossa paz interior, é então que precisamos buscar o perdão. Deus em Sua compaixão sempre nos oferece Seu perdão quando Ele nos chama a perdoar os outros.

 


Fonte: Diário de Santa Faustina e escritos dos Padres Marianos dos EUA.