São muitos os ensinamentos de São João Paulo II sobre a Misericórdia Divina. Por isso e pelo seu testemunho de vida, ele ficou conhecido como o Papa da Misericórdia.

Logo, como no dia 22 de outubro a Igreja celebra a sua memória litúrgica, nada melhor do que buscar em seus ensinamentos palavras que inspirem sabedoria e a busca por santidade.

Sendo assim, para comemorarmos essa data, selecionamentos alguns ensinamentos de São João Paulo II sobre a Misericórdia Divina.

Contudo, antes disso, cabe destacar quem foi São João Paulo II e sua importância na propagação da Devoção a Jesus Misericordioso.

Bento XVI o chamou de “Apóstolo da Divina Misericórdia”

São João Paulo II teve como tema do seu pontificado a Misericórdia Divina. Logo, ele se empenhou em ajudar a cumprir a missão que Jesus deu a Santa Faustina, ou seja, de levar Sua mensagem de misericórdia para toda a humanidade.

Muito antes de ser papa, Karol Wojtyla (seu nome de batismo) passava na capela do convento onde viveu Irmã Faustina para rezar diante da Imagem de Jesus Misericordioso. Certamente foi aí que Jesus começou prepará-lo para ser um propagador da Sua misericórdia.

Contudo, isso aconteceu aos poucos, naturalmente. O padre Karol já tinha ouvido falar sobre Irmã Faustina e das mensagens que ela recebia de Jesus. Porém o seu interesse por essas mensagens surgiu quando um amigo seu, do seminário, explicou-lhe melhor o conteúdo dessas revelações.

Logo, Karol procurou inteirar-se melhor do que se tratava. E quando se tornou Cardeal, providenciou um estudo sobre as mensagens de Jesus a Faustina. O resultado desse estudo ele enviou ao Vaticano. Desta forma, ele obteve a permissão da Igreja para a realização do culto à Divina Misericórdia.

Mas não parou por ai! O Cardeal Karol iniciou o processo de beatificação da Irmã Faustina. Contudo, anos depois, já como Papa, ele beatificou Faustina (1993) e a canonizou no ano 2000, no dia em que instituiu a Festa da Misericórdia para toda a Igreja.

Além disso, ao longo do seu pontificado, São João Paulo II dedicou muitas homilias e escreveu muitos documentos papais sobre a Misericórdia Divina. Entre eles, está a encíclica Dives in Misericordia (Rico em Misericórdia). E é dessa encíclica que extraímos alguns ensinamentos de São João Paulo II sobre a Misericórdia para compartilhar com você.

6 ensinamentos de São João Paulo II sobre a Misericórdia

“Se é verdade que todos e cada um dos homens, em certo sentido, são o caminho da Igreja também é verdade que o Evangelho e toda a Tradição nos indicam constantemente que devemos percorrer com todos e cada um dos homens este caminho, tal como Cristo o traçou, ao revelar em Si mesmo o Pai e o Seu amor”.

“Em Cristo Jesus, todos os caminhos que se dirigem ao homem, tais como eles foram confiados de uma vez para sem­pre à Igreja, […] são simultane­amente um caminhar ao encontro com o Pai e Seu amor”.

“[…] a abertura para Cristo que, como Redentor do mundo, revela plenamente o homem ao próprio homem, não pode realizar-se senão mediante uma referência sempre mais consciente ao Pai e ao Seu amor”.

“[…] em Cristo e por Cristo, Deus, em Sua misericórdia, torna-se particularmente visível; isto é, põe-se em evidência aquele atributo da divindade, que já o Antigo Testamento, servindo-se de diversos conceitos e ter­mos, havia definido ‘misericórdia’”.

“Cristo confere a toda a tra­dição do Antigo Testamento sobre a misericórdia divina um significado definitivo. Não somente fala dela e a explica com o uso de comparações e parábolas, mas sobretudo Ele próprio a encarna e a personifica. Ele próprio é, em certo sentido, a mi­sericórdia. Para quem a vê Nele — e Nele a encontra — Deus torna-se particularmente ‘visível’ como Pai ‘rico em miseri­córdia’”.

“[…] o Senhor observou a aflição do Seu povo, reduzido à escravidão, ouviu os seus clamo­res, deu-se conta dos seus sofrimentos e decidiu libertá-lo. Neste ato de salvação realizado pelo Senhor, o Profeta foi capaz de ver o Seu amor e a Sua compaixão. E estes são os motivos pelos quais a confiança do povo e de cada um de seus membros se fundamenta na misericórdia divi­na, que pode ser invocada em todas as circunstâncias dramáticas”.