Dois brasileiros estão produzindo um documentário que promete proporcionar um olhar sensível e delicado sobre o valor da vida humana, desde a concepção até a sua morte natural. Em Human Life Movie, Guto Brinholi e Luiz Henrique Marques trazem a beleza de testemunhos em favor da vida para despertar a consciência do espectador para a dignidade inviolável da vida humana.

No primeiro teaser, divulgado às vésperas do Dia das Mães, a estrela do vôlei Ana Paula conta como deixou de lado o sonho de disputar os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, para levar em frente a gestação de Gabriel, seu único filho. Com Marques na direção e fotografia e Brinholi na direção, produção e trilha sonora, o filme pretende ser viabilizado via financiamento coletivo e tem previsão de lançamento em janeiro de 2019 no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos.

Confira abaixo um trecho da entrevista que Guto Brinholi concedeu ao site Sempre Família, falando mais sobre o documentário.

Quando surgiu a ideia de produzir o documentário?

Guto Brinholi (GB): O documentário é um desdobramento natural de uma série de acontecimentos que tiveram início em 2017. Conheci o Luiz Henrique pessoalmente em março de 2017, quando fui ao Brasil por motivos particulares e, neste mesmo período, fui convidado a um evento para angariar fundos para o filme Bonifácio – o Fundador do Brasil, de Mauro Ventura, do qual Luiz é diretor de fotografia e no qual participei tocando uma música da trilha sonora. Ali ficamos hospedados no mesmo apartamento e conversamos muito sobre cinema e, em particular, o cinema brasileiro. Em novembro de 2017 recebi o convite para fazer um vídeo para a divulgação da Marcha pela Vida 2018 em Roma e um vídeo institucional sobre um encontro que discutia os 50 anos da encíclica Humanae Vitae em Roma. Neste momento não hesitei em chamar o Luiz Henrique para fazer o trabalho comigo. Em Roma nasceu a ideia de fazer um documentário que abordasse os temas relativos à vida humana discutidos naqueles dias. O ano de 2018 é pertinente para a produção deste filme. Além dos 50 anos da encíclica comemoram-se os 50 anos da “Revolução de 68”, que trouxe tantos prejuízos ao ser humano através da chamada “liberação sexual”.

Alguma experiência pessoal esteve na origem da ideia do filme?

GB: Depois de conhecer o Luiz Henrique, voltando à Itália, onde moro, me casei no mês de maio e pouco tempo depois minha esposa e eu passamos por um momento de provação: na primeira visita ginecológica o médico constatou que os gêmeos que ela esperava não tinham se desenvolvido da maneira esperada até aquele momento da gestação (pouco antes dos dois meses). Obviamente esta não era a primeira visita ginecológica que um casal haveria sonhado… O ginecologista disse que em uma semana, caso a situação não mudasse, poderia ser feita uma curetagem para limpar o útero. Aquela possibilidade de “limpar o útero” simplesmente não fez nenhum sentido para minha mulher e eu: nossos filhos, ainda que não tivessem crescido da maneira que possibilitasse a existência física neste mundo, haviam movido nossas vidas para sempre e provocado sensações e experiências que não poderão ser descritas durante minha vida. Depois da segunda visita, onde se constatou que clinicamente não existia chance de levar a gravidez adiante, decidimos esperar para que o aborto acontecesse espontaneamente. E assim foi. Depois disso tudo ficou claro que a Vida se inicia com o sopro de Deus – se devemos ou não tomar nossa forma física é uma decisão das Leis de Deus, não de tribunais humanos. (Em tempo: depois de passar por um segundo aborto espontâneo hoje minha mulher espera nosso primeiro filho que deve nascer em outubro).

 Por enquanto já vimos, no teaser, a participação de Ana Paula. Você pode antecipar alguma outra participação?

GB: O filme mostrará o quanto vale a pena incentivar a vida em quaisquer circunstâncias e por isso os personagens são pessoas que lutam pela vida acima de tudo: Ana Paula foi voluntária em um centro de apoio a gestantes na Califórnia, onde existe uma taxa altíssima de abortos entre jovens e não nos cansaremos de agradecer a atenção e o apoio que Ana Paula dá ao filme e à vida humana. Ana Paula é um tesouro do nosso país em terras estrangeiras. Além dela e entre outras surpresas estão no filme: Leandro Portella, um caro amigo de infância que ficou tetraplégico por conta de um acidente aos 18 anos de idade e se tornou um excelente pintor e ativista da vida; Anna Baier, uma senhora austríaca que sobreviveu a um campo de concentração nazista e migrou com a família para Los Angeles logo após a 2ª Guerra Mundial; Jonas Letieri, um brasileiro que perdeu os dois braços em um acidente e depois disso tornou-se atleta profissional; Lena Tschimben, uma jovem com síndrome de Down que vive em Barbiano, na Itália, toca piano, fala três línguas e é uma pessoa maravilhosa – ela vem ao filme para dar voz às milhares crianças com síndrome de Down que têm sido abortadas após o diagnóstico ainda em gestação; Roberto Brazzale, um empresário italiano que criou o Baby Bonus em sua empresa: cada filho que nasce na família de um/a funcionário/a receberá um bônus de 1,5 mil euros.

 Que alcance o documentário pretende ter? A ideia é lançá-lo no circuito comercial de cinema?

GB: Nosso objetivo é que ele vá para o maior número de pessoas possível. É um filme belíssimo que nasce com motivações pessoais, religiosas, mas que será acessível a todos através da Beleza e não de questões doutrinais ou ideológicas. Temos planos de lançar no circuito comercial de cinema no Brasil, Europa e EUA – o número de salas depende do quanto conseguiremos alcançar em patrocínio para divulgação e de quanto as pessoas se manifestem com o desejo de ver o filme.

Fonte: Sempre Família