A irmã Lúcia de Jesus, cujo processo de canonização entra agora numa nova fase, é considerada como a memória das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917. Prima de Francisco e Jacinta Marto viveu 98 anos, 57 dos quais no Carmelo de Coimbra.
Nascida no dia 28 de março de 1907 em Aljustrel, Diocese de Leiria-Fátima, onde viveu a sua infância; juntamente com os beatos Francisco e Jacinta, seus primos, foi um dos três videntes que testemunharam seis aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, segundo os seus testemunhos, reconhecidos pela Igreja Católica.
Francisca e Jacinta Marto morreram poucos anos após as Aparições de Fátima, em 1919 e 1920, respetivamente; Lúcia ficou “mais algum tempo”, como lhe disse Nossa Senhora na aparição de 13 de junho de 1917.
Após as Aparições de Fátima, Lúcia Rosa dos Santos (nome de batismo), entrou no Colégio das Irmãs Doroteias, no Porto, em 1921, congregação onde foi religiosa a partir de 1928, permanecendo na Comunidade de Tuy e Pontevedra, na Galiza.
No dia 25 de março de 1948, a Irmã Lúcia entrou para o Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, onde tomou o hábito de carmelita no dia 13 de maio de 1948 e professou em 31 de maio de 1949.
Por indicação do bispo de Leiria D. José Alves Correia, a Irmã Lúcia redigiu as memórias das Aparições de Fátima entre 1935 e 1941, cuja edição crítica foi publicada em setembro de 2016, as quais foram retomadas a pedido de monsenhor Luciano Guerra, reitor do Santuário.
No dia 13 de maio de 1967 regressou a Fátima para participar no Cinquentenário das Aparições, a pedido do Papa Paulo VI, e nas três peregrinações do Papa João Paulo II (1982, 1991, 2000).
A Irmã Lúcia morreu no dia 13 de fevereiro de 2005 e foi sepultada no Carmelo de Coimbra; o seu corpo foi trasladado para a Basílica do Rosário de Fátima no dia 19 de fevereiro de 2006, onde foi tumulado ao lado da sua prima, a vidente Beata Jacinta Marto.
A 13 de fevereiro de 2008, o cardeal Saraiva Martins anunciou em Coimbra que o agora Papa emérito Bento XVI tinha decidido antecipar o início do processo de beatificação da Irmã Lúcia, após aceitar o pedido de dispensa do período de espera de cinco anos após a morte, determinado pelo Direito Canónico.
Uma situação semelhante apenas acontecera, em anos recentes, com os processos de Madre Teresa de Calcutá e do Papa João Paulo II.
A Diocese de Coimbra e o Carmelo de Santa Teresa anunciaram hoje que a fase diocesana da causa de canonização da Irmã Lúcia chegou ao fim, passando agora o processo para a competência direta da Santa Sé e do Papa.
Fonte: Agência Ecclesia