Santa Faustina relata muitas vezes em seu Diário que sentia uma grande alegria durante toda a festividade do Santo Natal, porque estava incessantemente unida com o Senhor. A cada festividade a Irmã permanecia consciente da presença de Deus. Ela escreve que o seu espírito estava imerso em Deus, e durante todo o Natal sentia isso vivamente em sua alma.

Deus escolheu uma simples freira, para transmitir seus ensinamentos. Mesmo com pouca escolaridade, Santa Faustina conseguiu demonstrar em seus escritos, os sentimentos de união, respeito e gratidão que devemos ter para com Nosso Senhor.

Lendo o seu Diário, também podemos aprender com Santa Faustina, e extrair para a nossa vida os ensinamentos que ela traz em cada trecho, especialmente neste tempo de Natal.

No trecho 346 do Diário, após a Comunhão, Irmã Faustina conta que sentia a onipotência do Senhor envolvendo-a, e mesmo com as obrigações do dia impedindo-a de ir à Capela, nada tirava a sua concentração da proximidade de Deus. No dia 24 de dezembro de 1934, Jesus para Santa Faustina:

 

“Tu és Minha agradável morada, em ti repousa o Meu Espírito”.

 

“Após essas palavras senti o olhar do Senhor no fundo do meu coração e, vendo a minha miséria, humilhava-me em espírito e admirava a grande misericórdia de Deus que fez esse Senhor Altíssimo aproximar-se de uma tão grande miséria”.

“Tivemos a ceia antes das seis horas; apesar da alegria e da algazarra exterior que ocorre por ocasião da partilha do pão ázimo, pela troca de votos e felicitações, nem por um momento perdi a consciência da presença de Deus.”

 

Antes da Missa do Galo, Santa Faustina conta que fez adoração, e em recolhimento a Irmã rezou por sua família, pela obra que o Senhor lhe confiou e pelas almas.

“Após a ceia, apressamo-nos com o serviço, e às nove horas pude ir à capela para a adoração. Recebi autorização para não me deitar logo mas esperar a Missa do Galo. Fiquei imensamente feliz, pois das nove à meia-noite tinha o tempo livre. Das nove às dez, fiz a adoração na intenção dos meus pais e de toda a minha família; das dez às onze, fiz a adoração na intenção do meu diretor espiritual, primeiramente agradecendo a Deus por se ter dignado dar-me esse grande auxílio visível na terra, como me havia prometido, e também pedi a Deus luzes para que ele pudesse conhecer minha alma e dirigir-me de acordo com a vontade de Deus; das onze à meia noite, rezei pela santa Igreja e pelo clero, pelos pecadores, pelas missões, pelas nossas casas; ofereci as indulgências pelas almas do purgatório”.

Dois anos depois, no ano de 1936, doente, a Irmã Faustina vê Nossa Senhora, que a ensina como preparar-se para a festa do Natal:

“A Mãe de Deus ensinou-me como devo preparar-me para a festa do santo Natal do Senhor. Eu a vi hoje sem o Menino Jesus. Ela me disse:

Minha filha, busca o silêncio e a humildade, para que Jesus, que habita continuamente no teu coração, possa repousar. Adora-O no teu coração, não saias do teu interior. Pedirei para ti, minha filha, a graça da vida interior tal que, mesmo vivendo essa intimidade espiritual, sejas capaz de cumprir exteriormente todas as tuas obrigações com uma exatidão ainda maior. Permanece com Ele continuamente no teu próprio coração. Ele será tua força. Com as criaturas [relaciona-te] na medida em que a necessidade e os teus deveres o exigirem. És uma morada agradável para o Deus Vivo, na qual Ele permanece continuamente com amor e predileção, e a presença viva de Deus que sentes de maneira mais viva e clara te confirmará, minha filha, naquilo que Eu te disse. Procura proceder assim até o Natal, e depois Ele mesmo te dará a conhecer de que maneira deverás conviver e unir-te com Ele”. (Diário , 785 – 29.11.1936).

Na mensagem que Santa Faustina traz em seu Diário, ela se esforça para que as almas possam compreender e experimentar da graça e do amor de Deus. Como Santa Faustina, podemos neste ano, pelo menos por um momento, permanecer alheio a toda agitação e deixar o Menino Jesus adentrar o nosso coração. Com a sua ternura Ele nasce por cada um de nós para nos dar o seu amor.


* ‘Pão ázimo’, literamente — opłatek. Na Polônia, antes da festa do Natal e, em particular, antes da ceia da vigília do Natal, é realizada uma cerimônia na qual os participantes (membros de uma família ou comunidade, incluídos os serviçais) repartem entre si o opłatek, uma espécie de pão, semelhante à hóstia não consagrada, em sinal de união e alegria espiritual pelo nascimento do Senhor.

 

 

Fonte: Diário – A Misericórdia Divina na minha alma.
Edit. Apostolado da Divina Misericórdia – Curitiba-PR.