Há algum tempo assistimos a crescente divulgação de uma festa estrangeira em nosso país, por meio principalmente das escolas: o halloween. Mas o que realmente é o halloween? É bom que os cristãos celebrem esta data?

Halloween uma mistura de crenças

O atual halloween é uma forma de sincretismo, ou seja, uma mistura de crenças.

Então, os povos celtas, que habitavam a Escócia, Irlanda, Inglaterra e parte da França, celebravam, há 2 mil anos, o seu deus Samhain, o Senhor da morte.

Segundo a sua lenda, no correspondente ao hoje dia 31/10, vésperas do início do inverno, este deus liberava os mortos para atormentar as pessoas. Logo, para se protegerem, os druidas (sacerdotes celtas) ofereciam os mais diversos sacrifícios (com animais e mesmo humanos).

Além disto, o povo iluminava as casas e também usava máscaras, com cabeças e peles de animais. Portanto, era uma celebração pagã, que envolvia magia e a crença de que os mortos atacam os vivos.

Contudo, independente desta crença dos celtas, a Igreja, desde o seu início, passou a honrar os mortos que tiveram uma vida santa, começando a fazê-lo nos mártires.

Logo, já no ano 167, por exemplo, São Policarpo fala da veneração dos mártires. E, tendo ele mesmo sido mártir, seu corpo foi venerado pelos fieis, mesmo antes da morte, e seus ossos foram guardados como relíquias.

A partir desta veneração dos mártires, cada um na sua data de morte (entrada no céu), a Igreja chegou a uma data para venerar TODOS OS SANTOS.

Então o Papa Gregório III (sec. VIII) dedicou um oratório para tanto na antiga Basílica do Vaticano, no dia 1 de novembro.

Além desta veneração dos santos, a Igreja também sempre rezou pelos demais falecidos, que estão em purificação no Purgatório.

O apologista Aristides (ano 140 d.C.) dizia que “se chega a morrer algum dos fiéis, saudai-o com a celebração da Eucaristia e com a oração ao redor do seu cadáver”.

Logo, no século X já se rezava por todos os falecidos no dia 02 de novembro.

Como o halloween se espalhou pelo mundo

Aconteceu que, com a evangelização dos países com povos celtas, formou-se um sincretismo, esta mistura de crenças.

Logo, assim como no Brasil há pessoas que cultuam entidades ligadas à Umbanda e Quimbanda, assim também a cultura celta não se abriu totalmente à evangelização.

Portanto, com a imigração dos irlandeses e escoceses para os Estados Unidos, estes levaram as tradições do halloween: fantasias de bruxas, ameaças de fazer algum mal à residência das pessoas, etc.

E sendo os Estados Unidos um país exportador de costumes, o halloween tem chegado até o Brasil.

Há algum perigo nisto?

Sendo o halloween uma “festa de crianças” há algum perigo em celebrá-la?

Embora aparentemente inofensiva, há um grande perigo sim, do ponto de vista da fé. E o problema está na continuidade do sincretismo:

Em um tempo tão cheio de confusão, como o nosso, sobre os pontos mais elementares da fé cristã, celebrar o halloween pode reforçar esta confusão.  Afinal, passa-se a crer, erroneamente, que os mortos podem voltar à terra (a Bíblia diz que não!), que podem nos fazer mal; que a magia é algo útil a ser feito, etc.

Todavia, sabemos que as crianças não distinguem bem o que é lenda da verdadeira fé. Logo, se forem mal formadas em uma cultura sincretista poderão ser os adultos que, no futuro, vão consultar horóscopos, fazer trabalhos espirituais, tomar passes, etc. Todas estas ações são condenadas pela Palavra de Deus (cf. Dt 4,19; 13,1-3; 18,10-12; Lev 19,31, 19, 26b; Is 2,6; 47,13; Jr 10,2s; Dn 2,27; Ex 22,18; 9,27; 10,10).

Lembramos ainda que o Satanismo, alimentado justamente pela cultura do ocultimo tão em voga em nosso tempo de Harry Poter, tem aumentado no mundo.

Logo, o halloween é explorado pelos satanistas, a tal ponto de abrir uma “igreja” ao demônio. E nós não temos noção da seriedade disto!

Minha experiência com casos de ocultismos e holloween

Eu mesmo já atendi uma jovem que estava sendo levada a um culto satânico em um cemitério. Porém, na última hora ela desistiu de ir. O que aconteceria lá? Desde uma “simples” oração de consagração ao demônio até a morte da menina, passando por abuso sexual – tudo é possível!

Lembro-me também de uma outra criança que, tendo participado de uma festa de halloween, acordou de madrugada aos berros e com uma atitude muito estranha. Os pais me ligaram de madrugada, assustadíssimos, para rezar por ela.

Portanto, diante disto, pais, o halloween não é algo inocente! Mas é uma porta de entrada para a introdução da criança no universo do ocultismo, assim como o cigarro de maconha é porta de entrada para drogas maiores.

E este ocultismo traz graves consequências, como sei por experiência, pelas centenas de casos atendidos. Portanto, não leve seus filhos para estas festas. Em vez disso, explique-lhes a fé.

Deus abençoe você e sua família!

Pe. Silvio R. Roberto, MIC

Diretor da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada

Autor do blog Acorda Terra de Santa Cruz