Devoção à Divina Misericórdia, entenda, viva, pratique esta graça!
O que significa devoção?
No seu significado original, “devoção” quer dizer “dedicação”. No culto da Devoção à Misericórdia Divina, a palavra assume preferencialmente esse sentido. Se se tratasse apenas de “práticas devocionais”, arriscaríamos a nos assemelhar à figueira do Evangelho (Mc 11, 21), luxuriante de folhas e sem frutos.
Não é, porém, uma das tantas “devoções”: é antes de tudo aquela total dedicação que representa a síntese moral e ascética de todo cristianismo, a qual fomos “consagrados” no dia do batismo. Uma devoção particular, neste sentido, servirá para despertar em cada um de nós a consciência da devoção a Deus e ao próximo.
A Devoção à Divina Misericórdia
Essas observações são feitas antes de adentrarmos no conhecimento da mensagem confiada pela Misericórdia Divina a Santa Faustina. As suas “visões”, as suas “revelações” eram sempre privadas, mas o conteúdo delas nos coloca defronte à mensagem cristã, de tal modo que a Devoção à Divina Misericórdia nos obriga a nos confrontar a cada passo com a Tradição Cristã.
Entre todas as manifestações exteriores da devoção, a Festa da Misericórdia ocupa o primeiro lugar. Já na revelação inaugural, Nosso Senhor deu a conhecer a Sua vontade de que esta Festa fosse estabelecida. Dedicou a ela 15 revelações. Exige de Santa Faustina que essa Festa seja precedida de uma Novena à Misericórdia, e Ele mesmo ditou-lhe essa Novena. Deu a essa Festa tamanha importância que disse:
O Meu Coração se alegra com esta Festa (Diário de Santa Faustina, 998).
Elementos da Devoção à Divina Misericórdia
A devoção à Divina Misericórdia contem em si alguns elementos que são oferecidos como auxílio aos fiéis. Entre esses elementos encontra-se a Novena à Divina Misericórdia. O próprio Jesus solicitou a Santa Faustina preparar-se para a Festa da Misericórdia, iniciando uma Novena na Sexta-Feira Santa para concluí-la na véspera do primeiro domingo após a Páscoa.
Finalmente, Santa Faustina teve uma nova inspiração dada por Deus. Foi-lhe dito para rezar as mesmas palavras inspiradas em uma de suas orações em forma de Terço, as quais vão repetidas nas contas do terço mariano.
Por fim, quem lê o Diário da Santa Faustina se detém num imprevisto pedido de Jesus:
Às três horas da tarde, implora a Minha misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve momento, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Essa é a Hora da grande misericórdia para o mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir pela Minha Paixão… (Diário de Santa Faustina, 1320).
Eis uma invocação que se pode dizer às três horas da tarde e que Santa Faustina repetia todas as manhãs e, frequentemente durante o dia, para renovar o seu ato de consagração à misericórdia divina:
Ó Sangue e Água que jorrastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós! (Diário de Santa Faustina, 187).