O Dia do Riso, celebrado em diversas partes do mundo, é uma oportunidade de recordar que a alegria é parte essencial da vida cristã. Para a Igreja, o riso não é avesso à santidade. Pelo contrário, é sinal de um coração livre, confiante e cheio de esperança em Deus. Muitos santos provaram com suas vidas que o Evangelho pode (e deve) ser vivido com humor, leveza e bom ânimo.
São Tomás More: o humor até o último instante

Conhecido como o “santo do bom humor”, São Tomás More (1478–1535) foi chanceler da Inglaterra e mártir da fidelidade à fé católica. Mesmo condenado à morte por se recusar a trair sua consciência, manteve o espírito alegre até o fim.
Conta-se que, antes de ser decapitado, disse ao carrasco com um sorriso:
“Ajude-me a subir; para descer, eu me viro sozinho.”
São Felipe Neri: o santo das piadas santas

Chamado de “o santo da alegria”, São Felipe Neri (1515–1595) acreditava que a santidade devia ser vivida com leveza e bom humor. Brincava com os jovens de Roma, fazia piadas, organizava jogos e dizia que “a alegria é o meio mais seguro de crescer na santidade”.
Certa vez, ao ver um seminarista muito sério, Felipe lhe disse:
“Deixe essa cara de Sexta-feira Santa! Deus te quer alegre, mesmo quando carrega a cruz.”
Ele usava o humor para ensinar humildade e até zombava de si mesmo para não ser envaidecido pelos dons espirituais..
São Josemaria Escrivá: a alegria como virtude cristã

O fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá (1902–1975), falava frequentemente sobre a importância da alegria na vida espiritual. Para ele, o riso sincero e o bom humor eram expressões da filiação divina — quem sabe que é filho amado de Deus, não tem motivo para viver na tristeza.
“Um cristão triste é um triste cristão. A alegria é o primeiro fruto do amor.”
São Josemaria também dizia que “o humor é a salvação da vida interior”, um antídoto contra o desânimo e o orgulho.
São João Paulo II: a alegria que atraía multidões

Com seu sorriso inesquecível e olhar sereno, São João Paulo II (1920–2005) transmitia alegria mesmo nas situações mais difíceis. Seu humor espontâneo conquistava jovens e adultos, mostrando que a santidade é profundamente humana.
Durante um encontro com seminaristas, ao ver um jovem nervoso na hora de beijar o anel papal, João Paulo II brincou:
“Calma, filho, ele não morde!”
Em outra ocasião, após um tropeço em público, riu de si mesmo e disse:
“Sou um Papa humano. E ainda bem!”
Para o santo polonês, a verdadeira alegria vinha da amizade com Cristo e da certeza de que “a fé não suprime o humor, mas o transfigura”.
O riso como sinal de confiança em Deus
Os santos nos ensinam que a alegria não é ausência de dor, mas a presença de Deus no meio das dificuldades. Eles riram, brincaram e viveram com simplicidade porque sabiam que tudo estava nas mãos do Pai.
“A alegria é a oração mais bonita”, dizia Madre Teresa de Calcutá. “Ela nasce de um coração que ama e confia.”
No Dia do Riso, somos convidados a viver essa mesma espiritualidade da leveza, transformando a vida cotidiana em um sorriso oferecido a Deus.



