No dia 8 de setembro a Igreja Católica celebra a festa da Natividade da Virgem Maria, ou seja, do seu nascimento. Em 1980, o Papa São João Paulo II afirmou: “Esta festividade mariana é toda ela um convite à alegria, mais precisamente porque, com o nascimento de Maria Santíssima, Deus dava ao mundo como garantia concreta de que a salvação era já iminente”.
A Festa da Natividade é uma tradição que teve início no Oriente no século VI. Já no Ocidente a Festa da Natividade da Virgem Maria começou a ser celebrada no século VII.
São João Damasceno (675-749) pronunciou uma homilia que se tornou muito conhecida em um 8 de setembro na basílica da Santa Ana. Ele dizia: “Temos razões muito válidas para honrar o nascimento da Mãe de Deus, por meio da qual todo o gênero humano foi restaurado e a tristeza da primeira mãe, Eva, transformou-se em gozo. Esta escutou a sentença divina: parirá com dor. Maria, pelo contrário, lhe disse: alegra-te, cheia de graça!”.
A tradição sobre a Natividade da Virgem Maria
Em Jerusalém, no dia da Festa da Natividade da Virgem Maria os fiéis se dirigem à gruta onde, segundo a tradição, nasceu aquela que veio ao mundo para ser a Mãe do Filho de Deus.
Pouco se fala nos Evangelhos sobre a vida de Maria, porém muitas informações são colhidas do protoevangelho de São Tiago, um escrito apócrifo do século II que a Tradição da Igreja, a Custódia da Terra Santa e a Santa Sé usam como referência. É deste texto que se sabe, por exemplo, o nome de seus pais – Joaquim e Ana.
Em seu texto, São Tiago narra que Joaquim e Ana não conseguiam ter filhos. Por não ter descendência, Joaquim, que era sacerdote, certa vez foi impedido de entregar sua oferenda no templo e por isso foi jejuar no deserto. Já Ana, chorava e pedia a Deus que tivesse misericórdia dos dois.
Foi então que um anjo do Senhor apareceu a Santa Ana e disse: “Ana, Ana, o Senhor escutou e atendeu a tua súplica. Conceberás e darás à luz, e a tua descendência será falada em toda a terra. E Ana disse: Tão certo como o Senhor meu Deus vive, se eu der à luz um filho, seja homem ou mulher, eu o levarei como oferenda ao Senhor, meu Deus, e permanecerá ao seu serviço todos os dias de sua vida”, narra o protoevangelho.
De acordo com o texto, um anjo também apareceu para Joaquim, contando que Ana conceberia um bebê. Ele, então, cheio de alegria, mandou preparar oferendas para o Senhor e foi recebido em casa com alegria.
O protoevangelho ainda narra: “Os meses de Ana se cumpriram e no nono ela deu à luz. E ela perguntou à parteira: O que eu pari? A parteira respondeu: Uma menina. E Ana respondeu: Minha alma foi glorificada neste dia. E deitou a menina em sua cama. E, passados os dias legais, Ana se lavou, amamentou a menina, e a chamou de Maria”.
Segundo a tradição, Maria nasceu nas imediações do templo em Jerusalém, junto à piscina probática – a mesma em que Jesus curaria milagrosamente um paralítico muitos anos depois. Hoje nesse local existe um templo chamado Igreja de Santa Ana, onde há uma gruta subterrânea no local exato onde Ana deu à luz. Neste local há um ícone do nascimento da Virgem Maria.