No dia 01 de agosto de 1925 Santa Faustina entrava no convento

A vida espiritual de Helena Kowalska começou cedo. Em seu Diário, ela escreve: “Quando eu tinha sete anos ouvi pela primeira vez a voz de Deus na minha alma”.

Em 1920 e 1922 a jovem pede permissão aos seus pais para entrar no convento, mas eles o recusam. Pois não possuíam os recursos para lhe dar o dote necessário, estavam com muitas dívidas – e, acima de tudo, muito ligados à filha.

O desejo de se consagrar totalmente a Deus acompanhava Helena, mas, perante as dificuldades, por um tempo desiste da ideia. Entrega-se, então, à “vaidade da vida”, aos “passatempos”, como anos depois escreveria em seu Diário.

Deus, porém, não volta atrás. Estando um dia num baile com sua irmã, uma visão de Cristo Sofredor interpela a jovem:

“Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?” (Diário, 9).

Helena decide entrar no convento. Bate em várias portas até ser acolhida no dia 01 de agosto de 1925 na clausura do convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em Varsóvia.

Finalmente, chegou o momento em que se abriu para mim a porta do convento. Foi no dia primeiro de agosto, na véspera de Nossa Senhora dos Anjos. Sentia-me imensamente feliz, parecia que havia entrado na vida do paraíso. O meu coração só era capaz de uma contínua oração de ação de graças.” (Diário de Santa Faustina, 17)

Foi tentada a deixar essa comunidade várias vezes, mas Jesus lhe apareceu e exortou: “Chamei-te para este e não para outro lugar e preparei muitas graças para ti” (Diário, 19).

Dentro da Congregação, Helena recebeu o hábito e o nome de Irmã Maria Faustina, em 1926. Dois anos depois fez a primeira profissão dos votos religiosos.

Em sua vida exterior não deixava transparecer a sua profunda vida espiritual, que haveria de incluir as graças extraordinárias da contemplação, o conhecimento da misericórdia divina, visões, aspirações, estigmas escondidos, o dom da profecia e discernimento, e o raro dom dos esponsais místicos (cf. Diário, 1056).

Santa Faustina era muito próxima de Nossa Senhora. Desde o início de sua missão, Faustina lhe confiou seu caminho: “Maria! Conduzi-me, guiai-me” (Diário, 11). Por toda a sua vida, em lutas e adversidades, encontrava Nela seu refúgio e consolo.

 

Um sonho a movia – viver plenamente o mandamento do amor:

Ó meu Jesus, Vós sabeis que desde os meus mais tenros anos eu desejava tornar-me uma grande santa, isto é, desejava amar-Vos com um amor tão grande com que até então nenhuma alma Vos tinha amado” (Diário, 1372).

O Senhor escolheu Faustina para uma missão especial.

Depois de atravessar pela “noite escura” das provações físicas, morais e espirituais, a partir de 22/02/1931, em Plock, o próprio Senhor Jesus Cristo começa a se manifestar à Irmã Faustina de um modo particular.

Nosso Senhor revela a Irmã a centralidade do mistério da misericórdia divina para o mundo e para a história, e as novas formas de culto e apostolado em prol da sua divina misericórdia.

A missão de Santa Faustina consiste em 3 tarefas:

1. Aproximar e proclamar ao mundo a verdade revelada na Sagrada Escritura sobre o amor misericordioso de Deus a cada pessoa.

2. Alcançar a misericórdia de Deus para o mundo inteiro, e especialmente para os pecadores, por exemplo através da prática das novas formas de culto à Divina Misericórdia, apresentadas pelo Senhor Jesus: a imagem da Divina Misericórdia com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós, a Festa da Divina Misericórdia – o primeiro domingo depois da Páscoa de Ressurreição, e a oração na Hora da Misericórdia (às três da tarde). A estas formas da devoção e à propagação do culto à Divina Misericórdia o Senhor Jesus vinculou grandes promessas sob a condição de confiar em Deus e praticar o amor ativo para o próximo.

3. A terceira tarefa é inspirar um movimento apostólico da Divina Misericórdia, que tem como missão proclamar e alcançar a misericórdia de Deus para o mundo e aspirar à perfeição cristã seguindo o caminho esboçado pela devota irmã Maria Faustina. Este caminho é a atitude de confiança de criança para com Deus, que se expressa em cumprir sua vontade e a postura de caridade para o próximo. Atualmente este movimento dentro da Igreja abrange a milhões de pessoas no mundo inteiro: congregações religiosas, institutos laicos, sacerdotes, irmandades, associações, distintas comunidades de apóstolos da Divina Misericórdia e pessoas não congregadas que se comprometem a cumprir as tarefas que o Senhor Jesus transmitiu por irmã Maria Faustina.

Fotos: Teatro realizado pelas Irmãs de Jesus Misericordioso, durante a Festa Nacional da Divina Misericórdia de 2018.
Fonte: Diário de Santa Faustina – A Misericórdia Divina na Minha Alma. Editora Apostolado da Divina Misericórdia, Curitiba-PR.