Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. (Lc 2, 22-23)

 

Full title: The Presentation in the Temple Artist: Master of the Life of the Virgin Date made: probably about 1460-75 Source: http://www.nationalgalleryimages.co.uk/ Contact: picture.library@nationalgallery.co.uk Copyright © The National Gallery, London

Da mesma forma que os pastores foram iluminados pelo anjo, também certo judeu, Simeão, antecipadamente foi avisado pelo Espírito Santo de que o seu ardente anseio pelo Messias seria escutado. E naquele dia, “movido pelo Espírito, foi ao templo. Quando os pais levaram o Menino Jesus ao templo para cumprirem as disposições da Lei, Simeão tomou-o nos braços e louvou a Deus, dizendo: ‘Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo,’. […] e disse a Maria, a mãe: ‘Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição – uma espada traspassará a tua alma! – e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações’” (Lc 2,27-35).

Simeão, inspirado, profetiza a grandeza, a magnificência e a tarefa do Messias tanto diante do povo de Israel, como diante de toda a humanidade. Este Jesus deve ser o ponto de encontro em
toda a história do mundo. Nele se mostrará de que espírito alguém está animado e, dependendo disso, ou se salvará, ou contra Ele se destroçará e perecerá. Ele não será indiferente a ninguém: uns o adorarão, outros o odiarão. Quão maravilhosa e louvável profecia, na qual se resume toda a doutrina sobre Cristo! Manifesta-se nela a grande misericórdia de Deus em relação a todo o gênero humano. Até então, nenhum dos profetas havia anunciado tanto de uma só vez, e de modo tão sublime e enfático, que Jesus devia salvar o mundo passando pelo sofrimento e pela morte cruel, a qual transpassaria com uma espada de dores o Coração de Maria. Provavelmente essa revelação realizou-se durante o sacrifício matinal, o que destaca ainda mais a sua importância. 

Em memória da salvação dos primogênitos judeus salvos no Egito, Moisés ordenou que eles fossem oferecidos a Deus e resgatados com cinco siclos, que eram oferecidos aos sacerdotes. Após a criança ser trazida ao templo, ela era entregue ao sacerdote, que a devolvia aos pais após recitada uma oração. Cristo não estava sujeito a essa lei, visto que por Sua natureza já pertencia a Deus, como ninguém mais. No entanto, Ele se submete a essas prescrições, para misericordiosamente nos ensinar a humildade e a obediência.

Jesus Cristo ofereceu o Seu primeiro sacrifício, voluntariamente e com misericórdia, na circuncisão e no oferecimento no templo, onde até aquele momento não teve lugar semelhante oferenda. O céu e a terra ficaram cheios do Seu resplendor. Diante Dele, tudo estremeceu com o pressentimento de algo muito grande. Junto ao Filho, Sua Mãe também se oferece a Deus. Ela ouviu a profecia sobre a espada que transpassaria o Seu Coração, e logo, sob a cortina da vida oculta em Nazaré, via com claridade a cruz que se aproximava, já preparada para Jesus. Apesar disso, não perde a tranquilidade e a serenidade de espírito e concorda com tudo que está à sua espera, vendo nisso a vontade de Deus e repetindo as palavras pronunciadas na Anunciação: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

O oferecimento no templo foi o primeiro contato de Jesus Cristo com todo o povo de Israel, que aqui se apresenta nas pessoas dos Seus representantes. Primeiramente se encontra com o sacerdócio da Antiga Aliança e o reconhece, adotando uma atitude de súdito, e faz a Sua oferenda; permite que aqueles sacerdotes o ofereçam com suas próprias mãos ao Pai, recebendo ao final a Sua bênção. Agora se trata de um encontro pacífico, porém mais tarde será diferente: porque eles ordenarão que seja atado e exigirão a Sua morte. Jesus conhecia qual seria a futura atitude dos sacerdotes para com Ele, via em espírito a futura luta com eles naquele mesmo templo, via o Seu fim no Gólgota, mas – em razão da Sua misericórdia – não voltou atrás diante daquilo que via.

Os representantes do restante do povo de Israel eram Simeão e Ana. Eram pessoas justas, como Zacarias e Isabel, como Joaquim e Ana. Eles rezavam ardentemente pedindo o Messias e preparavam-se para o encontro com Ele, por meio da penitência, acreditando que O veriam. Por isso, agora muito se alegram ao vê-Lo e O acolhem com grande amor; solidarizam-se com a Mãe dolorosa, cuja dor pressentem e profetizam. Simeão e Ana são representantes das almas que levam uma vida interior, almas ocultas, generosas, mortificadas, que destroem e fazem ruir o domínio do espírito do mal no mundo. Eles atuam como o fazem as forças ocultas da natureza; ou seja, lentamente, porém contínua e poderosamente, cooperando com a graça no relacionamento de Deus com o mundo.

Texto extraído do livro A Misericórdia de Deus em Suas obras.

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 Nessa obra o Bem-Aventurado Padre Miguel Sopoćko ( 1888 – †1975), confessor e diretor espiritual de Santa Faustina, nos acompanha ao longo de todo o Evangelho e nos ensina a contemplá-lo a partir da perspectiva da Divina Misericórdia.