O título deste texto é um questionamento que nos provoca uma reflexão: haveria um único motivo para não se aprofundar na misericórdia de Deus? Para não querer conhecê-la e praticá-la? Nenhum. A misericórdia nos leva ao perdão, ao amor, é fonte de alegria, serenidade e paz.
Mas por que se aprofundar na misericórdia? Porque “Deus, que é rico em misericórdia, movido pela imensa caridade com que nos amou, restituiu-nos à vida juntamente com Cristo, quando estávamos mortos pelos nossos pecados” (Ef 2,4 s), cita Papa João Paulo II na Encíclica Dives in Misericordia (Deus, Rico em Misericórdia).
O Papa Francisco nos orienta que precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia. “Misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. É o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado”.
Proteção em vida e na hora da morte
No Diário de Santa Faustina, Jesus fez promessas para quem divulgar a misericórdia. Uma delas está relacionada à proteção de todos aqueles que divulgam a sua misericórdia por toda a vida. A outra se relaciona com a hora da morte, e é a garantia de Jesus de que será misericordioso com o moribundo de forma a lhe manifestar a infinidade da Sua graça.
Ora, todos nós precisamos da proteção do Senhor, do apoio, tanto em bons quanto em maus momentos da vida, e todos necessitamos de sua misericórdia na hora da morte.
Por isso, somente essas promessas de Cristo seriam suficientes para você querer conhecer a fundo a misericórdia de Deus. Porém, há muito mais a ser descoberto na relação entre homem e misericórdia.
Exemplo de Santa Teresa de Calcutá
Quando experimentamos a misericórdia de Deus, nosso desejo é mergulhar toda nossa vida no mistério do amor misericordioso do Senhor.
Vejamos o exemplo de Santa Teresa de Calcutá, mais conhecida como Madre Teresa de Calcutá. Canonizada pelo Papa Francisco, a religiosa é considerada a santa dos pobres e dos sem-teto, cresceu num ambiente de misericórdia, praticada pela oração, mas também por obras concretas de ajuda aos necessitados.
Por várias vezes, Santa Teresa de Calcutá ouviu Jesus dizendo: “Venha! Venha! Me leve até os escuros buracos onde moram os paupérrimos. Venha e seja a minha luz”.
Como disse Francisco ao canonizá-la, ao longo de toda a sua existência, Madre Teresa foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados.
Seguir o seu exemplo é se aprofundar na misericórdia.
Chamado para a misericórdia
O Papa João Paulo II lembra que Cristo ensinou que o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a ter misericórdia para com os demais. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
O pontífice, assim como Francisco e o Papa Emérito Bento XVI, pediu para que sejamos testemunhas da misericórdia. Na encíclica Dives in Misericordia, João Paulo II incentiva os cristãos à confiança na ilimitada Divina Misericórdia.
Tenha em seu coração que Deus é misericórdia e você deve propagá-la para quantos lugares conseguir. Faça com que família, amigos, comunidade, todos conheçam as palavras de Jesus misericordioso.
Até a próxima!