Na quarta-feira, 22 de setembro, aconteceu um debate de alto nível na durante a Assembleia Geral da ONU para marcar o 20º aniversário da adoção da Declaração de Durban e do Programa de Ação.
Esta declaração é um documento que orienta para combater todas as formas de racismo e discriminação racial. O documento foi estabelecido em 2001 na cidade sul-africana de Durban, após a Conferência Mundial das Nações Unidas Contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia e a Intolerância.
Racismo, eugenia, liberdade religiosa, foram os principais pontos abordados durante o discurso do secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.
Dom Gallagher reiterou o compromisso da Santa Sé de “combater todas as formas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância”, e o secretário destacou que o racismo “está enraizado na afirmação errônea e infeliz de que um ser humano tem menor dignidade em relação a outro“.
Para o secretário, é a partir dessa ideia que o ser humano ignora o espírito de fraternidade e a verdade centrada no fato de que todo homem nasce livre e com direitos iguais.
“O racismo pode e deve ser derrotado através de uma cultura do encontro, fraternidade e solidariedade”. A Declaração de Durban, assim como outros acordos, explicou o secretário, devem “levar a uma mudança real”.
Partindo do pressuposto de que a Declaração de Durban reconhece “o papel da religião na promoção da dignidade e do valor inerente a cada pessoa e na erradicação do racismo, da discriminação racial, da xenofobia e da intolerância a ela relacionada”, dom Gallagher exortou a uma legislação e a um compromisso das instituições, porque “o racismo desaparecerá… somente quando morrer no coração das pessoas”.
Uma mentalidade eugênica
No centro da reflexão de dom Gallagher encontra-se “a prática insidiosa da eugenia”. Esta é uma mentalidade baseada na ideia “de que existem seres humanos de menor valor por causa da deficiência, gênero ou outras características” e que “muitas vezes leva à negação de seu direito à vida”. “Tal mentalidade – concluiu – incorpora princípios de discriminação que estão em nítido contraste com a Declaração de Durban e não pode ser ignorada”.
Fonte: Vatican News / Nações Unidas Brasil