A Semana Santa é o momento litúrgico mais importante da Igreja Católica, quando celebra-se os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Neste ano, a Semana Santa inicia-se no dia 02 de abril, no Domingo de Ramos, e segue até dia 09 de abril no Domingo de Páscoa.

Para vivenciar e compreender o sentido litúrgico de cada dia, levamos a você o significado dos dias e um momento devocional da Irmã Faustina durante a Semana Santa. Confira!

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos, 02 de Abril, marca o início da Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Deu-se esse nome, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Neste momento, Jesus despertou nos sacerdotes e mestres da lei, inveja, dúvida e medo de perder o poder. Começa, então, uma transação para condená-lo à morte e o enfraquecer perante o povo.

Segunda-feira Santa

Neste dia, é proclamado o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida, e o desenlace da crise está cada vez mais próximo. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado. A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.

Terça-feira Santa

A mensagem central é a Última Ceia. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.

Quarta-feira Santa – Procissão do Encontro

Neste dia é tradicional acontecer a “Procissão do Encontro”. Os homens saem de um local determinado com a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo e as mulheres saem de outro ponto com a imagem de Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.

Quinta-feira Santa: lava-pés, instituição da Eucaristia e do Sacerdócio

O Lava-pés é um ritual litúrgico que marcou a história da humanidade e recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar o seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem.

Ainda na quinta-feira com a Santa Missa da Ceia do Senhor, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores.

A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.

Na véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.” (cf. Mt 26,26). Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se reunissem e se recordassem Dele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.

Sexta-feira Santa

A tarde da Sexta-feira Santa apresenta a morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade. Ao longo da Quaresma, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz.

É um momento de reflexão e de silêncio interior, também sendo um momento especial para a Adoração do Santíssimo. O ponto alto da Sexta-feira Maior é a celebração das 15 horas, horário em que Jesus foi morto.

Sábado Santo

Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum, a Sua Ressurreição. É um dia de silêncio.

Acontece a vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu Senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa. Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo.

As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.

O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.

Domingo da Ressurreição

É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados.

Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.

Santa Faustina e a Semana Santa

Celebre a Semana Santa com fé assim como a jovem polonesa. Era uma quinta-feira santa de 1934 quando Santa Faustina recebe o pedido de Jesus: “Desejo que faças o sacrifício de ti mesma pelos pecadores, especialmente por aquelas almas que perderam a esperança na misericórdia de Deus” (Diário, 308)E Santa Faustina responde:

“Diante do Céu e da Terra, diante de todos os Coros de Anjos, diante da Santíssima Virgem Maria, diante de todas as Potestades celestes, declaro a Deus Uno e Trino que hoje, em união com Jesus Cristo, Salvador das almas, faço espontaneamente o oferecimento de mim mesma pela conversão dos pecadores, especialmente por aquelas almas que perderam a esperança na misericórdia de Deus. Esse sacrifício consiste em eu aceitar, [com] total submissão à vontade de Deus, todos os sofrimentos, receios e temores que oprimem os pecadores, entregando-lhes em troca todos os consolos que tenha na alma, provenientes da convivência com Deus. Numa palavra, ofereço por eles tudo: Santas Missas, Santas Comunhões, penitências, mortificações e orações. Não tenho medo dos golpes — dos assaltos desferidos pela justiça de Deus —, porque estou unida a Jesus. Ó meu Deus, desejo, dessa maneira, desagravar-Vos por aquelas almas que não confiam na Vossa bondade. Confio, contra toda [esperança], no oceano da Vossa misericórdia. Meu Senhor e meu Deus, meu quinhão — minha herança pelos séculos, não baseio esse ato de oferecimento nas minhas próprias forças, mas na força que decorre dos méritos de Jesus Cristo. Repetirei diariamente este ato de oferecimento com a oração seguinte, que Vós mesmo me ensinastes, Jesus: Ó Sangue e Água que então jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!” (Diário, 309).

Que nesta Semana Santa, nós possamos fazer como Irmã Faustina e entregar nossos sofrimentos a Jesus Cristo para que ele seja mais conhecido e amado. Rezemos juntos à Divina Misericórdia:

Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro” e ainda: “ó Sangue e água que jorraram do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós”.

~ Com informações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).