Novembro é o mês que lembramos das Almas Sagradas no Purgatório. A base deste mês especial é a lembrança de que muitas almas, ao se afastarem do corpo, não são perfeitamente purificadas dos pecados veniais, ou não expiaram totalmente as más ações do passado. Neste mês, podemos ajudá-las, com nossas orações, e especialmente, com o sacrifício da Santa Missa. Somos chamados a aprofundar nosso compromisso com os fiéis sofredores cujas almas estão sendo purificadas no Purgatório, sejam entes queridos ou estranhos.
Podemos oferecer pelo menos um Terço da Divina Misericórdia por alma todos os dias deste mês. E se você tiver tempo, participe da missa durante a semana pelas almas dos membros de sua família, paróquia ou diocese.
Quem são essas almas?
Através do Diário de Santa Faustina, podemos aprender muito sobre o sofrimento das pobres almas e como nossas orações por elas podem ser benéficas. Nós também podemos aprender muito com o Fundador da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, Santo Estanislau Papczynski.
Ambos tiveram visões de almas sofredoras no Purgatório. Ambos deixaram como um de seus legados o amor e a preocupação por essas almas.
Santa Faustina tem 14 referências em seu Diário, relativas às almas do purgatório, chegando a mencionar que “ainda que seja pela salvação de uma só alma, vale a pena sacrificar-se pela vida toda” (Diário, 1435).
Ela escreve:
“Me encontrei num lugar enevoado, cheio de fogo e, dentro deste, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezam com muito fervor, mas sem resultado para si mesmas. Apenas nós podemos ajudá-las. (…) Perguntei a essas almas qual era o seu maior sofrimento. Responderam-me, unânimes, que o maior sofrimento delas era a saudade de Deus” (Diário, 20).
Em outro ponto de seu Diário, Santa Faustina escreve:
“Em determinado momento, à noite, veio ter comigo uma das nossas irmãs, que morreu há dois meses. Era uma irmã do primeiro coro. Vi-a num estado terrível. (…) Dobrei as minhas orações por ela. Na noite seguinte veio novamente, mas a vi em estado mais terrível, em chamas ainda mais intensas; no seu rosto estampava-se o desespero. (…) Perguntei: “Não lhe ajudaram as minhas orações?”. Respondeu-me que nada lhe ajudaram as minhas orações e nada ajudariam. Perguntei: “As orações que toda a congregação lhe tinha oferecido, também essas não lhe trouxeram nenhuma ajuda?”. Respondeu-me que nenhuma. “Essas orações beneficiaram outras almas”. Disse-lhe então: “Se as minhas orações nada ajudaram à irmã, peço que não volte mais a mim”. E desapareceu imediatamente. No entanto, eu não cessava de rezar.
Depois de algum tempo, veio visitar-me novamente à noite, mas num estado diferente. Já não estava em chamas, como antes, e o seu rosto estava radiante, os olhos brilhavam de alegria e me disse que tenho o verdadeiro amor para com o próximo, que muitas outras almas tiraram proveito das minhas orações e me encorajou a não deixar [de rezar] pelas almas que sofrem no purgatório e me disse que ela já não ficaria por muito tempo no purgatório.” (Diário, 58).
Somos convidados a uma consciência semelhante – a entender que os que partiram “não se foram”, mas simplesmente não são visíveis da mesma maneira que antes. Sofrem continuamente com uma intensa queima de amor e desejo de estar com Deus.
Ore, Irmãos
Santa Faustina e Santo Estanislau não apenas nos convidam a orar por essas almas, mas também a expandir nossa consciência do mundo espiritual. Ambos entenderam que a linha entre o nosso mundo e a “vida após a morte” é muito pequena.
Este mês, tome cuidado especial para nutrir sua consciência do mundo espiritual. Entenda que as almas do Purgatório estão nos pedindo para orar por elas da maneira que fizemos quando as vimos em carne. Ore especialmente pelas vítimas de guerra, tragédia e doença.
Essas almas precisam de nós. Por meio de nossas orações, ajudamos a libertá-los das falhas humanas que bloqueiam seu caminho na eterna alegria do paraíso.
Como Santa Faustina e Santo Estanislau, somos chamados a ajudá-los.
Fonte: Divine Mercy.