Amados irmãos e irmãs em Cristo, estamos vivendo um tempo de profunda novidade, mas, infelizmente, esta novidade não é das mais agradáveis. Seria insensato de nossa parte trazer as Virtudes de Santa Faustina sem contemplá-las, neste momento, por via da grande realidade mundial que nos assola: o novo coronavírus.
Todo exercício de Fé, não pode sê-lo se não se levar em consideração as particularidades de seu tempo. Nenhum santo foi santo por ignorar a sua época. Ignorar o mundo e seus pecados, não é virar as costas para a realidade humana como se nada acontecesse. O homem e a mulher de Deus são aqueles que trazem para o mundo a presença do Senhor e espalham como semente benfazeja por todos os cantos, acreditando firmemente no poder Daquele que nos enviou e nos amou primeiro.
O novo coronavírus mudou planos, desfez projetos, interrompeu sonhos e interferiu em nosso dia a dia como nunca antes poderíamos imaginar em nossa geração. O que se percebe, em decorrência disso, é que as pessoas estão de um modo geral imersas em um profundo sentimento de desorientação e angústia.
A morte, que antes parecia mais distante, a chegar apenas no fim da vida, agora se aproxima conforme lemos as notícias e escutamos os jornais. O sentimento que prevalece é o de desamparo. Não sabemos o dia e a hora em que a morte chegará, mas temos o entendimento de que ela pode vir a qualquer momento.
A pandemia nos mostra a rapidez com que um vírus se dissemina, e isso gera medo, pois nosso inimigo, pequeno e invisível, tem sido motivo do pranto de muitas famílias de nosso país e de todo o mundo. Por sermos cristãos, compreendemos que a morte não é o fim, é o início de uma nova vida, mas apesar desta consciência e deste mergulho na fé, somos humanos, e o medo nos invade. O medo do sofrimento, o medo de perder uma pessoa querida, o medo de parar a própria vida para lançar-se em uma realidade não conhecida.
A grande questão que se impõe neste momento para nós, cristãos, é: como manter nossa fé viva e operante em meio a este caos em todo o planeta?
Não podemos nos esquecer de que também enfrentamos um inimigo invisível e tão sutil e mortífero quanto o próprio coronavírus. Este inimigo, inimigo de Deus e nosso, não visa tirar a vida de nosso corpo, mas sim a vida de nossa alma.
Como estar atento, portanto, a esta realidade espiritual quando a realidade humana parece tomar conta de nossos pensamentos e ações? Como imitar aos santos que não ignoraram as dores do mundo, mas mesmo assim se mantiveram em profunda união com o Senhor?
Este aprendizado nos será dado por meio de uma mulher muito querida e respeitada por todos nós, devotos e devotas da Divina Misericórdia: Santa Faustina Kowalska.
Santa Faustina, nomeada por Jesus como Sua secretária, nos dará a honra, ao longo desta reflexão, de também nos secretariar para que possamos dela aprender as virtudes necessárias para enfrentarmos este momento.
Ela, que morreu tão jovem e com um esgotamento físico profundo, conseguiu manter a serenidade da alma. Se seu corpo padecia a cada dia mais, sua alma pelo contrário e em intensidade ainda maior se engrandecia junto de Deus. É dela, de suas palavras e suas experiências, que retiraremos as virtudes necessárias para atravessar este momento com a nossa fé acesa.
Dia 25 de agosto é o aniversário de Santa Faustina. E eu e você receberemos das mãos da aniversariante o presente: a orientação em meio ao caos.
A partir de amanhã (23/08), você receberá por 3 três dias um “remédio” que não precisa ser tomado, ou injetado, basta que ele seja acreditado para que possamos experimentar a graça de Deus em nossa vida, apesar de tanta contradição no mundo e nas pessoas.
Continua…
Padre Ednilson de Jesus, MIC
Revista Divina Misericórdia, Ed. 73