14 de agosto: memória litúrgica de São Maximiliano Kolbe

Quem é você, São Maximiliano Kolbe?

Assim começa o 8º dia do Retiro de 33 dias para um Amanhecer Glorioso – obra lançada pelo Apostolado da Divina Misericórdia.

Neste dia, 14 de agosto, em que se celebra a memória litúrgica de São Maximiliano Kolbe, trazemos um breve relato da sua vida e missão.

 

“Por Jesus Cristo estou disposto a qualquer tipo de sofrimento. A Imaculada está comigo e ela me ajuda”.

 

Conhecido por muitos títulos: Mártir da Caridade, O Santo de Auschwitz, Fundador da Milícia da Imaculada, Apóstolo de Maria e Patrono do Século XX. Mas antes de se tornar tudo isso ele era simplesmente Raimundo, Raimundo Kolbe, que nasceu em 1894 no seio de uma pobre família de fazendeiros poloneses.

Desde o início ninguém poderia adivinhar que, ao fim e ao cabo, ele se tornaria um grande santo. Na verdade, certo dia, sua mãe ficou tão frustrada com o comportamento dele, que gritou exasperada: “Raimundo, o que será de você?!” Isso deixou o garoto abalado. Cheio de tristeza, ele voltou-se imediatamente para a Mãe de Deus e lhe perguntou: “O que será de mim?” Em seguida, foi a uma igreja e repetiu a pergunta. O futuro santo contou o que aconteceu em seguida:

A Virgem Maria apareceu diante de mim segurando duas coroas, uma branca e outra vermelha. Ela me olhou com ternura e me perguntou se eu as queria. A branca significava que eu guardaria a pureza; a vermelha, que eu seria um mártir. Eu disse sim. Então, a Virgem me olhou [novamente] com ternura e desapareceu.

A coroa branca da pureza veio primeiro. Raimundo a confirmou quando, tendo tomado o nome de Irmão Maximiliano, professou os votos religiosos, sendo um deles a castidade. Mas a pureza dele não se referia apenas ao corpo, pois existe outro tipo de pureza: a de intenção. Uma pessoa pratica a pureza de intenção quando direciona seus pensamentos, palavras e ações não a si mesma ou a outra criatura, mas a uma missão ou propósito divinos e, em última instância, a Deus.

Talvez por causa de sua paixão e vigor naturais, Kolbe sentia um forte desejo de dedicar-se a uma missão ou objetivo específico. Um de seus colegas no seminário menor relata o seguinte: “Ele dizia com frequência que desejava consagrar sua vida inteira a uma grande ideia.”

Milícia da Imaculada

A “grande ideia” de Kolbe finalmente tomou a forma daquilo que ele chamou de “Milícia da Imaculada”, que ele iniciou em 1917 com seis companheiros de seminário. A “MI”, como a chamavam, era realmente uma “grande ideia”, ao menos do que diz respeito à sua ambição. O objetivo da milícia era nada menos que levar o mundo inteiro a Deus por meio de Cristo sob o comando de Maria Imaculada, e fazê-lo o mais rápido possível. A única preocupação – ou intenção – de Kolbe era cumprir essa missão por meio da obediência à vontade de Deus, em união com Maria Imaculada. Ele sacrificou tudo para atingir esse objetivo e isso nos leva à coroa vermelha.

 

Campo de concentração

Em 1941, após algumas décadas de trabalhos apostólicos incrivelmente fecundos na Polônia e no Japão, Kolbe foi preso pela Gestapo e enviado ao campo de concentração em Auschwitz. Antes de sua prisão, seus irmãos franciscanos insistiram para que ele se escondesse. Ele manifestou a gratidão com que era tratado por eles, mas disse que não podia seguir seu conselho.

Mais tarde ele explicou o porquê: “Tenho uma missão – a Imaculada tem uma missão a cumprir.

Recebeu o número 16670. Durante os 77 dias que ficou no campo de concentração conquistou com seu carisma os companheiros de cela, que com ele rezavam e cantavam. Mesmo nas situações mais adversas, Maximiliano preservava sua serenidade e simpatia.

A caridade o levou a última consequência de sua vida terrena. Após três homens terem fugidos do campo, o subcomandante Karl Fritzsch ordenou que em represália às fugas, outras dez pessoas fossem levadas para morrerem de fome e sede, privados até da luz.

Todos os prisioneiros fizeram uma fila, entre eles o Padre Maximiliano e Franciszek Gajowniczek. O subcomandante Fritzsch chegou diante de Franciszek.

Segundo relato do próprio Franciszek, toda reação nesta hora era punida com morte. Foi nesse momento que o Padre Maximiliano sai caminhando em direção ao subcomandante e disse com voz calma: “quero morrer no lugar deste homem”. Fritzsch perguntou: “quem é o senhor?”.

Depois de 7 milhões de presos, Maximiliano foi o primeiro a ser chamado de senhor, uma vez que todos só recebiam xingamentos. Maximiliano responde: “sou um polaco sacerdote católico”. O motivo de Maximiliano ter se oferecido no lugar foi saber que o seu companheiro tinha esposa e filhos.

Kolbe é então levado para o bunker da fome e por 380 horas padece. Segundo Bruno Borgowiec, oficial nazista, a cela parecia uma Igreja. Lá cantavam e rezavam com fervor todos os dias. Maximiliano liderava e todos os respondiam em uníssono. Depois de duas semanas naquelas situações, sobraram apenas Padre Kolbe e mais três. Relata Borgowiec:

“Frei Maximiliano Kolbe, desnudo, esquelético como um crucifixo românico, estava ainda sentado na posição dos últimos três dias, com a cabeça levemente inclinada para a esquerda, a suavidade dum sorriso nos lábios, os braços abandonados sobre o corpo, as costas apoiadas na parede do fundo. Diante dele, três corpos desfigurados pela fome e pela sede, estendidos no chão sem sentidos, mas ainda vivos.”

Os nazistas, impacientes com a demora dos prisioneiros, mataram-nos com uma injeção letal.  Os oficiais nazistas incineraram o corpo do santo na festa da Assunção de Maria.

São Maximiliano morreu como mártir da caridade e recebeu de sua Mãe Imaculada a segunda coroa.

Este foi um fim que aos olhos humanos parece ser castigo, mas para os cristãos é cheia de imortalidade, pois sofrendo receberão grandes bens porque Deus os provou e julgou dignos de si, aceitou-os como holocausto (cf. Sab 3, 4-7).

 

Oração: Vinde, Espírito Santo, que viveis em Maria. Fazei-me puro em corpo e espírito e ajudai-me a morrer para mim.

 

 

 


33 dias Para um Amanhecer Glorioso

 

 

Num período de  33 dias, o leitor é conduzido a uma profunda reflexão a partir da espiritualidade mariana de quatro importantes santos: São Luís de Montfort, São Maximiliano Kolbe, São João Paulo II e Santa Teresa de Calcutá.

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