No dia 16 de novembro celebramos o dia da Mãe da Misericórdia. E este é um dos títulos marianos mais significativos encontrados na espiritualidade de Santa Faustina (cf. Diário, 330).

Contudo, intimamente unida ao mistério do amor de Deus, Maria agiu e continua a agir bondosamente para com todos. E, assim, praticando o amor ao próximo que foi ensinado e testemunhado pelo seu Filho. Mas de que modo Maria, Mãe da Misericórdia, manifestou a sua benignidade na vida de Santa Faustina? É isso o que vamos descobrir!

A presença da Mãe da Misericórdia na vida de Santa Faustina

As páginas do Diário de Santa Faustina contêm preciosos testemunhos a respeito. Com efeito, no início de sua vida consagrada, Faustina recorre com fé à Maria e não ficou sem resposta. Logo, entre as recordações de 1925, chegando em Varsóvia, lemos: “Quando desci do trem e vi que cada um seguia o seu destino, fiquei com medo e sem saber o que fazer. Para onde dirigir-me, não tendo ali ninguém conhecido? Implorei à Mãe de Deus: ‘Maria! Conduzi-me, guiai-me’” (Diário, 11) – e o caminho lhe foi aberto abriu.

Sendo assim, em várias outras circunstâncias Santa Faustina não hesitou em pedir o auxílio da Mãe da Misericórdia. Num período de grandes trevas e tentações (1928), que conseguiu superar, Santa Faustina se voltou para a Mãe da Misericórdia por meio de uma bela oração:

“Maria, minha Mãe e Senhora, entrego-vos a minha alma e o meu corpo, a minha vida e a minha morte e tudo o que vier depois dela. Deposito tudo em vossas mãos, ó minha Mãe. Cobri a minha alma com o vosso manto virginal e concedei-me a graça da pureza do coração, da alma e do corpo, e defendei-me com o vosso poder de todos os inimigos, especialmente daqueles que escondem a própria maldade sob a máscara da virtude. Ó lindo lírio, vós sois para mim o espelho, ó minha Mãe!” (Diário, 79).

Logo, em 1934, ela afirmou que um dos meios para garantir a virtude da castidade é “a sincera devoção à Santíssima Virgem Maria” (Diário 93). E a certeza do dom da inocência estreitou ainda mais os laços entre Faustina e a Mãe da Misericórdia:

“Desde esses dias vivo sob o manto virginal da Mãe de Deus. Ela me defende e instrui. Estou tranquila junto ao Seu Imaculado Coração e, porque sou tão fraca e inexperiente, aconchego-me, como uma criança, ao Seu Coração” (Diário, 1097).

Faustina tinha Maria como sua companheira

Teatro da Congregação Irmãs de Jesus Misericordioso, Curitiba, 2019.

Há diversos outros momentos em que Maria mostrou sua misericórdia para com Santa Faustina, tornando-se canal da graça divina e confirmando o seu papel de nossa mãe e companheira de caminhada:

“Primeiro dia do retiro. De manhã, procurei ser a primeira na capela; antes da meditação, tive ainda um pouco de tempo para uma oração ao Espírito Santo e à Mãe Santíssima. Pedi, com fervor, à Mãe de Deus que me conseguisse a graça da fidelidade nessas inspirações interiores e que eu cumprisse fielmente toda a vontade de Deus. Comecei esse retiro com uma especial coragem” (Diário 170; cf. 1174); “Quando a irmã Crisóstoma saiu e eu fiquei sozinha, mergulhei na oração, entregando-me à especial proteção da Mãe de Deus. Só ela está constantemente comigo. Ela, como uma boa Mãe, olha para todas as minhas provas e esforços” (Diário 798).

Contudo, no centro da vida espiritual de Santa Faustina encontra-se Nosso Senhor Jesus Cristo, unido ao Pai e ao Espírito. E é justamente a sua união com Cristo que a conduz a acolher um dos seus mais preciosos dons, a sua Mãe.

Todavia, é o próprio Jesus quem deseja que a sua Mãe coopere com a sua obra de misericórdia. Por isso, não devemos estranhar o fato de que Ele tenha pedido a Faustina: “…procura unir a tua oração à de Minha Mãe. Reza de coração em união com Maria” (Diário 32); e ainda: “pede o auxílio de Minha Mãe e dos Santos” (Diário 1560).

Por isso nas adversidades da vida, sobretudo nos momentos de prova e obscuridade, podemos recorrer com fé e amor à nossa Mãe, Mãe de Misericórdia. Confiemos na sua bondade materna, e não seremos confundidos!