[Jesus disse:] “Não recompenso pelo bom êxito, mas pela paciência e pelo trabalho suportado por Minha causa” (Diário de Santa Faustina, 86).

 

Deus é totalmente autossuficiente e perfeito em si mesmo. Ele não precisa de nenhum de nós, ninguém na história, nenhuma criatura, nada criado.

E ainda assim Ele nos quer. Ele nos ama. Ele escolhe nos criar, sustentar, e nos convida a compartilhar a natureza divina, a entrar na família divina, a se tornar filhos adotivos de Deus.

Nunca foi uma questão de necessidade, sempre foi o Seu amor generoso. É o tipo de amor generoso que não cria apenas um ao outro, ou apenas criaturas perfeitas e imaculadas. Não. É o tipo de amor generoso que dá liberdade às Suas criações, que diz: “Se você quiser, estou aqui. Você é bem-vindo à família”.

E quando caímos, Ele não desiste de nós. Ele não simplesmente varre toda a humanidade da terra, lança fora todos os anjos e reinicia todo o projeto de criação. Não. Ele nos sustenta, uma e outra vez, através de milhares de anos da história humana, fazendo aliança após aliança, permanecendo fiel mesmo quando somos infiéis, oferecendo-nos escolhas repetidas vezes, permitindo que nossas escolhas importem e ajudando-nos a suportar as consequências.

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Ele nos ama

Esse é o contexto para a citação número 86 do Diário de Santa Faustina. É semelhante a um pensamento famoso de Madre Teresa de Calcutá: “Deus não me chamou para ter sucesso; Ele me chamou para ser fiel.

Deus nos chamou para um relacionamento de amor. Porque O amamos, é claro que ofereceremos a Ele a devida adoração. É assim que é amar a Deus de acordo com a Sua e nossa natureza. Por causa do relacionamento de amor, iremos servi-Lo. Amaremos quem e o que Ele ama – isto é, amaremos nosso próximo como Ele ama.

E porque amamos, acabamos em guerra com o inferno.

Toda a vida cristã, então, é condicionada pelo amor, alimentada e guiada pelo amor. É o nosso próprio amor, elevado e transfigurado pelo amor divino, pelo Espírito Santo fluindo em nós como seiva em ramos enxertados. É o amor que criou o cosmos, que salvou e redimiu a todos nós, que santifica e faz milagres, que habita em nossos corações, nossas casas, nossas vidas, se apenas o acolhermos. É o amor que nos acorda de manhã e que nos faz dormir a noite. É o amor que nos faz trabalhar e o amor que nos faz descansar. A base fundamental de toda moralidade é o amor, bem ordenado, com cada relação em seu devido lugar: acima de tudo, o amor a Deus; então, porque amamos a Deus, amamos o que Ele ama e, portanto, amamos nosso próximo, a nós mesmos e o mundo criado.

E assim, seremos julgados por nosso amor

Porque amamos, seremos fiéis. Nós sofreremos o que vier para estar ao lado daqueles a quem amamos, como a mãe observa à noite ao lado do filho doente, ou o pai suporta os trabalhos exigidos dele por causa de sua esposa e filhos, pelo bem das crianças e o futuro deles.

Porque amamos, sofremos. Porque amamos, haverá momentos em que sofreremos com alegria. Na verdade, haverá momentos em que procuraremos sofrer no lugar do outro. Pense, por exemplo, nos ativistas legais que protestam contra a injustiça e buscam a defesa dos direitos dos indivíduos. Todos nós temos nosso tempo como Simão, o Cireneu, tomando parte da cruz de nossos irmãos, daqueles que precisam da misericórdia de Deus.

Somos chamados a carregar bem a nossa cruz. Isso significa suportá-los como Jesus – e Ele caiu três vezes. Ele precisava de ajuda e a obteve de Simão. Ele foi consolado por Verônica, por Sua mãe, pelo Discípulo Amado. Ele foi auxiliado em Sua missão de salvação até mesmo pelos males do mundo, a carne e o diabo que se voltou contra Ele, todos os quais Seu amor contribuiu para o bem.

Inundado pelo amor de Deus, pelo Espírito Santo, podemos transformar todos os males em bem, todos os fracassos em terreno fértil, todas as provações em momentos de graça. Pelo amor de Deus podemos ser fiéis até o fim.

 

O amor de Deus é o amor suficiente.
Jesus eu confio em vós!

 

Chris Sparks, editor sênior da editora dos Padres Marianos, nos EUA.