O ser humano precisa de um sentido para sua vida e, ao longo da história, o vemos nesta busca.
A questão do sentido da vida está diretamente ligada a um tema que é, ao mesmo tempo, tão importante e tão evitado entre nós: a vida após a morte.
O pai do comunismo, Karl Marx, propôs algo novo: o surgimento de uma sociedade renovada, após uma grande revolução, onde todos seriam felizes por serem iguais. Muitos o seguiram, e o seguem, apaixonados pela utopia materialista. Um “detalhe”: não há espaço para Deus neste mundo novo e ele não contempla uma vida eterna.
Aparentemente diferentemente do comunismo de Marx, os grandes capitalistas empurram a humanidade para o consumismo, como meta a ser alcançada pelo homem, ou melhor, pelo consumidor. Assim como os comunistas, eles têm o mesmo ponto em comum: o materialismo, com total indiferença, quando não repúdio, para com a vida espiritual.
O iluminismo, a partir do fim do século XVIII, se propunha a retirar o ser humano das trevas; prometia uma sociedade perfeita, com o desenvolvimento da razão e da ciência. Os sociólogos que os sucederam garantiam que o mundo não precisaria mais de Deus.
Alguns “sábios” filósofos (Marx, Nietzsche, Feuerbach) demagogicamente decretaram a morte de Deus. O resultado disto foi o alimento do ocultismo, o surgimento de líderes como Hitler e as barbáries que se seguiram.
Na verdade, colhemos o resultado da negação de Deus e do culto ao homem até hoje. Diante das decepções para com as promessas não cumpridas de um mundo perfeito, muitos não veem esperança nas estruturas sociais e nas ideias. Contentam-se com o carpe diem, ou seja, “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”.
Realmente não é fácil confiar na vida eterna, por ser essa imaterial. O homem precisa da virtude da esperança, que é doada a ele por Deus. O acreditar na vida eterna é precedido pela experiência de Deus e na certeza de que Ele não mente para nós e tem para nós um algo mais. Este algo mais – a vida em Deus – dá o sentido à vida, nos retirando do medo e do desespero.
“(…) Temos paz com Deus, por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. Pela sua mediação temos acesso por meio da fé a esta graça em que agora vivemos alimentando a esperança da glória de Deus. Por isso nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus. E não é só isso: nós até nos orgulhamos com nossos sofrimentos, porque temos a certeza de que o sofrimento gera a paciência, a paciência é a comprovação da fidelidade, e a fidelidade comprovada produz a esperança. E a esperança não engana. Porque Deus derramou o seu amor em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Sim, quando ainda estávamos sem força, no tempo devido. Cristo morreu pelos maus. (…)” (Rm 5,1ss).
Pe. Silvio R. Roberto, MIC
Diretor da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada