COPA1

É o ano da Copa! Certamente vamos assistir os jogos, torcer, vibrar e ‒ quem sabe ‒ comemorar mais um título mundial para a nossa seleção. O que isso tem a ver com a fé? Já te explico.

Acontece que uma seleção é formada por atletas, os jogadores, que vão dar o melhor de si para que aquele sonho se torne realidade. Garra, determinação, coragem, renúncia, treino, treino e mais treino, são palavras do quotidiano desses profissionais. O preparo físico e psicológico deve ser alcançado com uma árdua e regrada rotina. Tudo isso é recompensado diante da forte emoção de se levantar a taça. E a emoção e alegria é ainda maior com a satisfação de saber que os campeões serão considerados o melhor time do mundo.

Nós podemos aprender muito observando a vida desses profissionais, pois, viver uma vida que busca a semelhança com Cristo, que tem como objetivo alcançar a plena comunhão com Ele, ou seja, a santidade, vai exigir muita garra, determinação, coragem, renúncia, treino, treino e mais treino.

Quando o atleta decide seguir a carreira profissional, muitas coisas mudam, seja em sua vida, seja quanto ao seu corpo. Vai ser preciso renunciar a muitos momentos pessoas e aos prazeres da vida para se dedicar unicamente ao esporte. Não há sucesso sem dedicação e talento, e todo atleta sabe disso. O Cristão, o atleta de Cristo, vai viver uma dedicação semelhante, vai precisar renunciar à ostentação, à inveja, ao ódio, à tristeza, à avareza, à má vivência da sexualidade. Terá que travar uma luta interior contra tudo o que dentro de si o leva a realizar o mal.

COPA2

No ambiente cristão o conjunto de exercícios praticados tendo em vista um aperfeiçoamento espiritual se chama ascese. A ascese é o treinamento para o amor. Toda a ascese tem como finalidade dilatar e purificar o amor para com Deus e para com os irmãos. E, para que possamos perceber o que há no mais íntimo de nós, precisamos dos momentos de silêncio interior. Segundo o teólogo Paul Evdokimov, a ascese acontece sobretudo num descanso interior que se impõe; numa disciplina do sossego e do silêncio interior, nesses períodos o homem organiza o interior predispondo-o para a oração e a contemplação, mesmo no âmago dos ruídos do mundo. Na acesse se aprende a ouvir, ou seja, a estar atento à presença de Deus e à presença dos outros. Perceber e mudar o que em nós há de mal é tarefa difícil. É preciso ter paciência, perseverança e coragem para que, sempre que a tentação do caminho fácil conseguir nos tirar do treino, possamos recomeçar novamente. O limiar entre o sucesso e o fracasso é tênue. Evdokimov confirma ainda a importância do jejum, enquanto renúncia do supérfluo e partilha desses bens com os pobres, como equilibrado e saudável exercício ascético.

Acima de tudo, teremos progresso na vida espiritual somente com o auxílio do Espírito Santo. É Ele que, como técnico, nos acompanha e ajuda a pôr em forma a nossa vida interior. O Espírito nos move para aquilo que é Santo. Mas, para que a evolução no treino aconteça é necessário a docilidade à ação Dele. Se permitimos que Ele trabalhe em nós e conosco, nós, os atletas de Cristo vamos promover “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e autodomínio” (cf. Gl 5, 22-23). Fazer uma oração curtinha antes de dormir, escondido (a) no silêncio do seu quarto transforma qualquer realidade, vai ser como água que mata a sede depois do árduo treino. Rezar é dialogar com o técnico, é acertar o rumo. Desse modo, o atleta de Cristo vai se aproximando do céu, da taça da vitória, da vida eterna de paz junto a Cristo.

Junte-se a nós, no time da Juventude Mariana, participe de nossas atividades, vamos unir nossas forças para ganhar o céu.

Por: Thiago Radael