O tenor italiano Andrea Bocelli terá a oportunidade de cantar para o Papa Francisco durante o Festival das Famílias que acontece no Croke Park Stadium (Dublin, Irlanda) no sábado, 25 de agosto. Bocelli disse que para ele é “um privilégio”.
Pouco mais de uma semana antes de cantar para o Papa Francisco no Encontro Mundial das Famílias (EMF), na Irlanda, Andrea Bocelli falou sobre a importância de ter fé e como esta ajuda a compreender o sentido da vida.
Em uma recente entrevista concedida a Vatican News, o cantor recordou que Santo Agostinho costumava dizer que “quem canta reza duas vezes”. “Eu realmente gosto de acreditar nisso, porque se for verdade, eu rezei muito em minha vida”, afirmou.
Ele explicou que o canto faz parte do “objetivo de dar alegria, propiciar um momento de leveza no qual o espírito voa e você pode refletir, meditar no sentido da vida, nas coisas que realmente contam”. Do mesmo modo, Bocelli afirmou que “a fé é um caminho que fazemos na tentativa de entender, compreender o sentido da vida”.
O tenor italiano refletiu que pensar “que somos filhos do acaso” é “um acidente intelectual”, porque é “um pouco como estar frente à Pietà de Michelangelo e não acreditar na autoria dessa escultura, ou seja, pensar que a Pietà foi encontrada um dia nos Alpes Apuanos, por casualidade, porque o acaso a esculpiu assim”. “Os que não têm fé são um pouco assim”, indicou.
Nesse sentido, relatou que chegar à fé foi para ele “um caminho racional”.
“Achei que o mundo só poderia ser o resultado de uma vontade inteligente, muito maior que a nossa, e a partir daquele momento também esperei que fosse uma vontade de amor, uma vontade que Ele realmente nos amasse”, continuou.
Bocelli explicou que há duas formas de ter fé:
A primeira é a “do cristão que deposita em Deus toda esperança e confiança possíveis”.
A segunda é “a de Iago, no ‘Otelo’ de Shakespeare, que disse: ‘Eu acredito em um Deus cruel que me criou semelhante a si’. Você pode até acreditar desta maneira. Isso é mais lógico do que não crer”.
Do mesmo modo, disse que a música, “como todos os talentos deste mundo, é um dom de Deus, não há dúvida sobre isso. No homem não há mérito, porque tudo o que o homem pode alcançar na vida o faz através de dons, de talentos que recebe”.
“Cantar diante do Santo Padre é algo prazeroso, sobretudo por causa desse tipo de fragilidade humana que nos faz sentir felizes quando nos aproximamos de personalidades carismáticas como a sua”, comentou.
Acrescentou que “também é uma responsabilidade, precisamente porque nesses contextos são passadas mensagens, que devem ser corretas”.
“Por isso vou tentar me preparar, vou dar o melhor de mim e depois espero que tudo corra bem, que as famílias levem para casa uma bela lembrança deste momento musical”, manifestou.
Esta não é a primeira vez que Andrea Bocelli, que se declara católica, canta em um Encontro Mundial das Famílias. Ele participou do evento que aconteceu em 2015, na Filadélfia (Estados Unidos).
Também cantou par ao Papa Francisco no Vaticano em 2015 e 2017 e suas interpretações comoveram os presentes e o próprio Pontífice.
Fonte: Acidigital