Desde 2018, na primeira segunda-feira após a Solenidade de Pentecostes, a Igreja celebra a memória da Virgem Maria, sob o título de Mãe da Igreja.

A celebração foi instituída pelo Papa Francisco e publicada em decreto do dia 3 de março de 2018, pela Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos. De acordo com o Decreto “Ecclesia Mater”, assinado pelo prefeito do Dicastério, Cardeal Robert Sarah, a motivação desta celebração é “favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos Pastores, nos religiosos e nos fiéis, como, também, da genuína piedade mariana”.

Segundo o Cardeal Sarah, enquanto Maria aguardava a vinda do Espírito Santo com os apóstolos (At 1, 14), já era iniciada a sua missão materna, e, desde então, Ela nunca mais parou de se ocupar e curar maternalmente a Igreja peregrina no tempo. Naquele dia, o primeiro Pentecostes, Maria era para os discípulos a memória de Cristo, pois seus olhos refletiam o rosto do Salvador e seu coração imaculado guardava os mistérios do Mestre. De alguma forma, Ela presidiu o nascimento da Igreja que saiu do Cenáculo para anunciar ao mundo inteiro as maravilhas de Deus.

“O desejo é que esta celebração recorde a todos os discípulos de Cristo que, se queremos crescer e nos enchermos do amor de Deus, é preciso enraizar a nossa vida sobre três realidades: na Cruz, na Hóstia e na Virgem – Crux, Hostia et Virgo. Estes são os três mistérios que Deus deu ao mundo para estruturar, fecundar, santificar a nossa vida interior e para nos conduzir a Jesus Cristo. São três mistérios a contemplar no silêncio”, diz o Cardeal.

Histórico

O decreto informa, ao longo dos séculos, “a piedade cristã honrou Maria com os títulos, de certo modo equivalentes, de Mãe dos discípulos, dos fiéis, dos crentes, de todos aqueles que renascem em Cristo e, também, ‘Mãe da Igreja’, como aparece nos textos dos autores espirituais assim como nos do magistério de Bento XIV e Leão XIII”.

Desta forma, recorda que “o beato papa Paulo VI, a 21 de novembro de 1964, por ocasião do encerramento da terça sessão do Concílio Vaticano II, declarou a bem-aventurada Virgem Maria ‘Mãe da Igreja, isto é, de todo o Povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores, que lhe chamam Mãe amorosíssima’ e estabeleceu que ‘com este título suavíssimo seja a Mãe de Deus doravante honrada e invocada por todo o povo cristão’”.

Além disso, a Sé Apostólica propôs uma Missa votiva em honra de Santa Maria, Mãe da Igreja, por ocasião do Ano Santo da Reconciliação em 1975. “A mesma deu a possibilidade de acrescentar a invocação deste título na Ladainha Lauretana (1980), e publicou outros formulários na Coletânea de Missas da Virgem Santa Maria (1986). Para algumas nações e famílias religiosas que pediram, concedeu a possibilidade de acrescentar esta celebração no seu Calendário particular”.

Por isso, o Papa Francisco “estabeleceu que esta memória da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, seja inscrita no Calendário Romano, na segunda-feira depois do Pentecostes, e que seja celebrada todos os anos”.