No dia 24 de outubro de 2022, a menina Benigna, natural do Ceará, foi declarada beata em uma celebração na cidade Crato.
A Missa de beatificação foi presidida pelo representante do Papa Francisco, o cardeal brasileiro Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus.
Quem é a nova beata
A nova beata, Benigna Cardoso da Silva, morreu brutalmente, a facadas, em 24 de outubro de 1941. Ela tinha apenas 13 anos quando foi martirizada.
Benigna ficou órfã de pai e mãe muito cedo. Por isso foi adotada com os irmãos.
A menina, que agora foi declara beata, era muito dedicada aos estudos, caridosa com todos, amante da natureza e dos animais. Além disso, era muito religiosa e recebia a sagrada eucaristia todos os domingos.
Logo, o pároco a presenteou com uma Bíblia e ela passou a se dedicar com entusiasmos à sua leitura. Ou seja, o livro sagrado não saia de suas mãos. Lia as histórias e meditava, trazendo para sua vida. Além disso, transmitia aos seus amigos, como uma catequista a ensinar sobre a Palavra de Deus.
Quando tinha 12 anos, a nova beata começou a sofrer assédio, mas sempre rejeitou o rapaz que se chamava Raimundo. Contudo, após receber várias negativas de Benigna, ele armou uma emboscada na tentativa de ter relações sexuais com ela. Mas Benigna dizia que aquilo era um ato de ofensa a Deus. Então ele tentou abusá-la, à força, e ela lutou contra. Logo, enfurecido ele golpeou-a várias vezes com facão, tirando a sua vida.
A Missa da beatificação
O representante do Papa Francisco, cardeal Leonardo Steiner, citou a luta ao feminicídio na Missa da beatificação da menina Benigna.
Na ocasião, o cardeal leu a biografia da nova beata. E, na sequência, leu também a carta apostólica assinada pelo Papa Francisco na qual se acolheu o pedido dos bispos para declarar bem-aventurada a jovem mártir Benigna.
Além disso, na carta também está estabelecido que o dia 24 de outubro é a data da memória litúrgica da nova beata.
Na homilia, o cardeal destacou: “Na tarde da sexta-feira, 24 de outubro de 1941, Benigna foi à fonte, em busca de água. Conhecia o caminho para matar a sede, servir aos da casa, regar as plantas. Lugar da água, da vida, tornou-se lugar da agressão, da violência, torna-se lugar da morte. Lugar da morte, fonte de resistência, de transparência, de fortaleza, de dignidade. Junto à fonte, Benigna oferece a sua vida na fidelidade a Jesus”.
Contudo, continuou: “Bem ressoam as palavras do Apóstolo diante da brutalidade, mesmo dos nossos dias, em relação às crianças abusadas e o feminicídio, e diante da figura iluminadora de nossa Beata: ‘Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados’.
O cardeal concluiu: “Benigna nos anima a criar um ambiente familiar e social de cuidado, respeito e dignidade entre nós. Heroína da castidade! Que a sua santa alma converta esta paróquia e seja a proteção das crianças e das famílias.
Beatá Benigna rogai por nós