“Maria, Mãe da Igreja”, foi o tema do Congresso Mariano realizado na tarde desse domingo, dia 26 de maio, no Santuário da Divina Misericórdia.

Sidenewoster Veiga iniciou a sua participação trazendo a leitura do Evangelho de São Lucas 1:28 – “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres”.

“Já havia passado 55 anos da subida de Cristo, quando São Lucas, após uma minuciosa investigação, escreve o seu Evangelho. E os primeiros cristãos foram olhando para os títulos de Nossa Senhora: a Bendita entre as mulheres; Aquela que todas as gerações a proclamarão Bem-Aventurada; a Mãe do meu Senhor. Olhando para Jesus Cristo, não teve como eles não olharem de forma tão singular para a Sua Mãe.”

O pregador então pergunta – passados 2 mil anos – “como estamos vendo a figura da Mãe do Nosso Senhor? Qual significado Maria tem em minha vida? O que vocês vão fazer a partir de agora, com o que vou contar para vocês sobre Maria? O que isso vai mudar em sua vida?”

A partir desse questionamento, Sidenewoster iniciou o relato do seu testemunho de conversão a Nossa Senhora.

“Há 21 anos eu participava da Igreja Protestante. Nasci e fui criado na Assembleia de Deus. Deram-me uma educação anti-católica, e desde criança fui ensinado a combater tudo o que dizia a Igreja Católica.

Os anos se passaram, e quando fui consagrado pastor eu era convidado a pregar em outras igrejas, e muitas vezes eu estava lendo a Bíblia e alguns respondiam “aleluia”, “glória a Deus”. E muitas vezes eu nem tinha terminado a leitura bíblica, nem a pregação e depois de um tempo alguém dizia o que tinha acontecido: Aquela mulher vestida de noiva estava perto de mim. Eu nunca vi nada disso, mas desde a minha infância essa história é contada”.

O pregador contou que no ano de 1996, foi convidado para fazer uma missão com as crianças na cidade de Calçoene, no norte do Amapá, um local marcado pela exploração de ouro e pela prostituição infantil.

Chegando a cidade, Sidenewoster não conseguiu se encontrar com o pastor indicado, pois ele estava viajando. Foi à casa de um presbítero da igreja e também não teve resolução, porque ele só chegaria à tarde. Desorientado e cansado, dirigiu-se para fora da cidade e parou embaixo de uma árvore próxima da estrada.

“Se aproximava de meio dia, e eu coloquei a mão na árvore, abaixei a cabeça e comecei a fazer um questionamento com Deus. ‘Eu dei todas as desculpas para não vir, Senhor, por que permitiu que eu fizesse essa viagem? Estou desprevenido, é uma viagem sem lógica’.

Quando eu fazia esse desabafo, uma alegria começou a suplantar aquela tristeza, aquela mágoa, aquela revolta.  Comecei a sentir algo de Deus, e quando eu levantei a cabeça vi uma mulher mais alta do que eu, morena, com os cabelos longos e uma roupa branca. De onde ela estava, me disse: ‘Não se preocupe, tudo será resolvido’. Ela se aproximou de mim, pegou em minha mão e passou por mim. Quando virei na direção que aquela mulher havia ido, não tinha ninguém.

Eu, pastor pentecostal, caí ajoelhado glorificando ao Senhor, porque para mim, naquele momento, Deus havia mandado um anjo, num momento difícil que eu passava.

Ainda estava parado, com as mãos erguidas, quando uma caminhonete parou na pista. Desceu o senhor Jacó, um homem católico, que me conhecia e perguntava o que havia acontecido comigo. Ele contou que eu apenas tremia e chorava bastante. Seu Jacó me levou de volta a Macapá, e quase duas horas depois eu contei o que tinha acontecido.

O senhor Jacó reduziu a velocidade do carro e começaram a descer lágrimas dos seus olhos. Ele me disse: Pastor, eu sei quem é esse anjo mulher que apareceu para o senhor. Mas não vou lhe contar porque o senhor não acredita nessas coisas.

De volta a Macapá contei para a minha esposa e para vários pastores, e todos me diziam que havia sido um anjo.

Continuei pastor, porém mais convicto de minha fé e não fiz mais questionamentos a Deus. Em minhas pregações em sempre contava essa história.

Quase dois anos após aquele primeiro acontecimento foi convidado ara pregar no estádio Castelão, na cidade de São Luís, capital maranhense. Na madrugada de 16 de dezembro de 1998, eu tive um sonho.

No meu sonho aquela mesma imagem da mulher aparece ao lado de uma imagem católica, Santa Isabel do Pará. Ela me disse: ‘eu te escolhi, não temas. Tu converterás multidões antes do grande acontecimento e encontrarás um que tudo te explicarás. Muitas lutas enfrentarás, mas terás a vitória. O que tu queres, não te preocupes, tudo será resolvido’.

Acordei daquele sonho 3h da madrugada. Chamei minha esposa, e ela me disse para escrever o que eu tinha sonhado.

Na minha cabeça eu pensei que não era mais um anjo de Deus, porque se fosse, jamais apareceria ao lado de uma imagem católica, coisa que eu detestava. Eu chorei compulsivamente em oração e quando estava chegando às 6h da manhã eu sentia em meu coração que somente uma pessoa poderia me explicar tudo o que estava acontecendo: um padre.

Eu disse: um padre não.

Quantas vezes eu desafiei padres.

Mas aquela voz foi tão imperativa dentro de mim que eu levantei, apronte-me e fui falar com o padre. Chegando lá, aguardei ao padre. Vi algumas senhoras adorando a Jesus Cristo em corpo, alma, sangue e divindade – mas na minha ignorância eu não sabia o que elas estavam fazendo.

Levantei-me para ir falar a elas que isso não era Jesus de verdade. E uma bola de fogo apareceu em cima daquela âmbula e eu fiquei paralisado, lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Era uma presença muito forte de Deu em mim. Parece que uma mão pegou na minha cabeça e me empurrou e eu fui ajoelhando e fui caindo, até ficar deitado chorando e glorificando a Deus.

Foi a primeira vez que entrei em uma Igreja Católica e Deus me fez ter a maior certeza da minha vida: que Jesus Cristo sempre esteve vivo com poder e glória dentro da Igreja Católica Apostólica Romana.

Levaram-me aos bispos de Belém, onde ganhei do Arcebispo Dom Vicente Joaquim Zico, um crucifixo, um terço e um Catecismo da Igreja Católica. Ele me disse: ‘Pastor, se o senhor quiser conhecer alguma coisa da Igreja Católica, leia esse livro. Aqui está uma síntese consistente da nossa fé, da nossa Igreja’.

Quando terminei de ler o Catecismo eu disse que verdadeiramente a Igreja Católica é a Igreja de Jesus, fundada por Jesus”.

Após o seu testemunho, seguindo a programação do evento, teve o Desagravo ao Imaculado Coração de Maria; a Coroação da imagem da Virgem Maria; uma segunda pregação com o tema: o que Nossa Senhora pediu nas aparições ao redor do mundo?; a Meditação do Terço pelo Movimento do Terço dos Homens; encerrando com a Santa Missa.